Jesus e
Nicodemos
Entre os fariseus, havia
um homem chamado
Nicodemos, senador dos
judeus - que veio à
noite ter com Jesus e
lhe disse: "Mestre,
sabemos que vieste da
parte de Deus para nos
instruir como um doutor,
porquanto ninguém
poderia fazer os
milagres que fazes, se
Deus não estivesse com
ele."
Jesus lhe respondeu: "Em
verdade, em verdade,
digo-te: Ninguém pode
ver o reino de Deus se
não nascer de novo".
Disse-lhe Nicodemos:
"Como pode nascer um
homem já velho? Pode
tornar a entrar no
ventre de sua mãe, para
nascer segunda vez?"
Retorquiu-lhe Jesus: "Em
verdade, em
verdade, digo-te: Se um
homem não nascer da água
e do Espírito, não pode
entrar no reino de Deus.
- O que é nascido do
Espírito é Espírito. -
Não te admires de que te
haja dito ser preciso
que nasças de novo. - O
Espírito sopra onde quer
e ouves a sua voz, mas
não sabes donde vem ele,
nem para onde vai; o
mesmo se dá com todo
homem que é nascido do
Espírito".
Respondeu-lhe Nicodemos:
"Como pode isso
fazer-se?" - Jesus lhe
observou: "Pois quê! és
mestre em Israel e
ignoras estas coisas?
Digo-te em verdade, que
não dizemos senão o que
sabemos e que não damos
testemunho, senão do que
temos visto. Entretanto,
aceitas o nosso
testemunho. - Mas, se
não me credes, quando
vos falo das coisas da
Terra, como me crereis,
quando vos falo das
coisas do céu?" (João,
3:1 a 12.)
Há que nascer de novo,
da água e do Espírito, a
fim de se adquirir a
condição necessária para
se ver a Deus. O que
queria dizer o Mestre
quando falava sobre
nascer de novo da água e
do Espírito? Como
sempre, servia-se Ele do
sentido figurado para
nos deixar lições
eternas. Fazia assim
também através das
parábolas.
Como o próprio
Nicodemos, temos total
dificuldade em aceitar a
ideia do homem velho
entrando novamente no
ventre materno para
nascer de novo. Se é da
vontade do Pai que de
novo nasçamos e se o
homem velho não pode
retornar ao ventre
materno, forçosamente
teremos de aceitar o
fato de voltarmos em
outro corpo físico.
Aliás, não foi outra
coisa que Jesus disse ao
afirmar que João Batista
era o Elias que haveria
de vir.
Reencarnaremos tantas
vezes quantas se fizerem
necessárias para
aprendermos a grande
lição do Amor Universal.
Cada vez que aqui
voltarmos, vivenciaremos
quadros que nos
permitirão adquirir a
paciência, a
compreensão, a renúncia,
o perdão, atributos
estes que embelezarão a
nossa personalidade e
que, por nos tornarem
melhores, nos permitirão
um dia ver a Deus. A
esta conquista chamou
Jesus o nascer do
Espírito.
A transformação do homem
velho em novo, como se
referia Paulo, requer
novas experiências na
carne. Somos o que
conseguimos fazer de nós
mesmos, ou, em outras
palavras, somos a
somatória das
experiências através de
inúmeras reencarnações
ao longo do tempo. Cada
situação em nossa vida
nada mais é que a lição
do momento a ser
aprendida. Resgatando
faltas, aprendemos novos
valores. Se sofremos, a
ninguém devemos culpar,
pois nos encontramos
exatamente dentro
daquilo que fizemos e
necessitamos aprender,
pelo resgate na dor, ou
pela reposição na
prática do bem, ou
ainda, o mais provável,
em ambas as situações.
Cada reencarnação, assim
como cada desencarnação,
é na maioria das vezes
motivo de dor para o
Espírito. Abreviá-las é
possível, bastando para
tanto aceitarmos o
convite do Mestre, o de
que nos amemos
incondicionalmente. Para
tanto, Ele nos convida a
reconciliar com os
nossos inimigos. Não se
evolui mantendo raivas,
rancores e maldades.
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