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por Altamirando Carneiro

 

Jesus e Nicodemos


Entre os fariseus, havia um homem chamado Nicodemos, senador dos judeus - que veio à noite ter com Jesus e lhe disse: "Mestre, sabemos que vieste da parte de Deus para nos instruir como um doutor, porquanto ninguém poderia fazer os milagres que fazes, se Deus não estivesse com ele."
Jesus lhe respondeu: "Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo".
Disse-lhe Nicodemos: "Como pode nascer um homem já velho? Pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, para nascer segunda vez?"
Retorquiu-lhe Jesus: "Em verdade, em verdade, digo-te: Se um homem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. - O que é nascido do Espírito é Espírito. - Não te admires de que te haja dito ser preciso que nasças de novo. - O Espírito sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem ele, nem para onde vai; o mesmo se dá com todo homem que é nascido do Espírito".
Respondeu-lhe Nicodemos: "Como pode isso fazer-se?" - Jesus lhe observou: "Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade, que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, aceitas o nosso testemunho. - Mas, se não me credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos falo das coisas do céu?" 
(João, 3:1 a 12.)


Há que nascer de novo, da água e do Espírito, a fim de se adquirir a condição necessária para se ver a Deus. O que queria dizer o Mestre quando falava sobre nascer de novo da água e do Espírito? Como sempre, servia-se Ele do sentido figurado para nos deixar lições eternas. Fazia assim também através das parábolas. 
Como o próprio Nicodemos, temos total dificuldade em aceitar a ideia do homem velho entrando novamente no ventre materno para nascer de novo. Se é da vontade do Pai que de novo nasçamos e se o homem velho não pode retornar ao ventre materno, forçosamente teremos de aceitar o fato de voltarmos em outro corpo físico. Aliás, não foi outra coisa que Jesus disse ao afirmar que João Batista era o Elias que haveria de vir.
Reencarnaremos tantas vezes quantas se fizerem necessárias para aprendermos a grande lição do Amor Universal. Cada vez que aqui voltarmos, vivenciaremos quadros que nos permitirão adquirir a paciência, a compreensão, a renúncia, o perdão, atributos estes que embelezarão a nossa personalidade e que, por nos tornarem melhores, nos permitirão um dia ver a Deus. A esta conquista chamou Jesus o nascer do Espírito. 
A transformação do homem velho em novo, como se referia Paulo, requer novas experiências na carne. Somos o que conseguimos fazer de nós mesmos, ou, em outras palavras, somos a somatória das experiências através de inúmeras reencarnações ao longo do tempo. Cada situação em nossa vida nada mais é que a lição do momento a ser aprendida. Resgatando faltas, aprendemos novos valores. Se sofremos, a ninguém devemos culpar, pois nos encontramos exatamente dentro daquilo que fizemos e necessitamos aprender, pelo resgate na dor, ou pela reposição na prática do bem, ou ainda, o mais provável, em ambas as situações.
Cada reencarnação, assim como cada desencarnação, é na maioria das vezes motivo de dor para o Espírito. Abreviá-las é possível, bastando para tanto aceitarmos o convite do Mestre, o de que nos amemos incondicionalmente. Para tanto, Ele nos convida a reconciliar com os nossos inimigos. Não se evolui mantendo raivas, rancores e maldades.
 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita