Mãe
Disse o Inferno à alma triste, em sombra densa,
Que no Além pervagava, em noite escura:
— “Eu sou a grande e eterna desventura
Que recebes por dura recompensa.”
E disse a Dor: — “Em minha treva imensa,
Sorverás o teu cálix de amargura…
Sou chama imperecível de tortura
Que vergasta com fria indiferença!…”
Mas terna e doce voz clamou da Terra:
— “Eu sou o Amor Divino que não erra
Vem a mim, alma pobre e desvalida!”
E o Coração Materno, em riso e pranto,
Abriu-lhe o seio dadivoso e santo
E deu-lhe novamente a luz da vida.
Do livro Encontros no Tempo, obra psicografada
pelo médium Francisco Cândido Xavier.