Joias da poesia
contemporânea

Autor: Antero de Quental

 

Mãe

 

Disse o Inferno à alma triste, em sombra densa,

Que no Além pervagava, em noite escura:

— “Eu sou a grande e eterna desventura

Que recebes por dura recompensa.”

 

E disse a Dor: — “Em minha treva imensa,

Sorverás o teu cálix de amargura…

Sou chama imperecível de tortura

Que vergasta com fria indiferença!…”

 

Mas terna e doce voz clamou da Terra:

— “Eu sou o Amor Divino que não erra

Vem a mim, alma pobre e desvalida!”

 

E o Coração Materno, em riso e pranto,

Abriu-lhe o seio dadivoso e santo

E deu-lhe novamente a luz da vida.


Do livro Encontros no Tempo, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita