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por Jane Martins Vilela

Encontros nos sonhos


“Minha alma vai encontrar-se por um instante com os outros Espíritos. Que venham os bons ajudar-me com os seus conselhos. Meu anjo guardião, fazei que ao acordar eu possa conservar uma impressão durável e benéfica desse encontro!” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, item 39.)


Não são poucas as vezes que os trabalhadores espíritas, em reuniões mediúnicas, ouvem os mentores avisarem que, ao irem dormir, se preparem para continuar os trabalhos da noite. Quantas vezes ouvimos Espíritos esbravejando que estamos, nós, das fileiras espíritas, durante o sono, invadindo seus domínios e libertando seus escravos!

Chegam enraivecidos pela intromissão e desejando falar com o líder, que nesse caso é Jesus!

Isso acontece frequentemente em reuniões mediúnicas. A maioria dos trabalhadores não se lembra do ocorrido, embora alguns dos grupos tenham lembranças precisas e trocam ideias com outros que também se lembram. Um completa a informação do outro, no grupo, de modo que se tenha uma pálida ideia das atividades que se realizam durante o sono do corpo.

Trabalhos continuados acontecem.

Nesse mesmo item d’O Evangelho segundo o Espiritismo, acima citado, Kardec comenta que o sono é o repouso do corpo, mas que o Espírito não necessita desse repouso. Enquanto os sentidos se entorpecem, a alma se liberta parcialmente da matéria, gozando de suas faculdades espirituais. O sono foi dado ao homem para reparação de suas forças orgânicas e morais. Enquanto o corpo recupera as energias gastas no estado de vigília, o Espírito vai se retemperar entre os outros Espíritos. É então que ele retira de tudo o que viu, dos conselhos que lhe foram dados, ideias que lhe ocorrem depois, em forma de intuições.

É o retorno do exilado à sua verdadeira pátria, à liberdade momentaneamente concedida ao prisioneiro. Pena que nem sempre esse Espírito aproveita essa liberdade para o seu aprimoramento!

Os semelhantes se atraem e, se conservam maus instintos, são seus semelhantes que buscam durante o sono. Aquele que sabe disso, que eleve seu pensamento antes de dormir, solicitando o amparo dos bons e dos que o amam ainda, no mundo espiritual.

A maioria dos relatos que temos ouvido são bons. Retratam que as pessoas, afinal, estão melhorando!

A maioria nos fala do reencontro com irmãos queridos, que se aproximam em sonhos, dizendo que estão bem, que não precisam preocupar-se com eles. Ou são pais, mães, avós, tias, tios, amigos, enfim, aqueles que foram motivo de amor e amizade durante a estadia terrena.

Na questão 402 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta como podemos apreciar a liberdade do Espírito durante o sono e os Espíritos respondem que é pelos sonhos. Dizem eles que durante o sono o Espírito goza de mais faculdades do que na vigília. Tem o conhecimento do passado e algumas vezes a previsão do futuro.

Há pessoas que se afligem e nos contam que tudo o que sonham acontece. Não sabem o porquê. Se estudarem o capítulo VIII, Emancipação da Alma, em O Livro dos Espíritos, compreenderão. O Espírito, durante o sono, dizem eles, ainda na questão 402 de O Livro dos Espíritos, adquire maior energia e pode entrar em comunicação com os outros Espíritos, seja neste mundo, seja em outro.

Há pessoas lúcidas que se lembram com detalhes de seus sonhos e outras que não lembram.

Quanto mais longe da matéria estiver o Espírito, quanto mais elevado o plano para onde se dirigir no sonho, menor será a lembrança, pois estará em um campo de energias sutis, aceleradas, em relação com a densidade da matéria, então, mais imprecisa a lembrança, embora retorne leve e se sentindo bem.

Outra situação também relatada pelos mentores é que as lembranças são minimizadas pelos benfeitores, para que aquele que rumou para mais alto e pôde ver a beleza e o amor maior, não fique entristecido e desanimado por estar ainda neste planeta de provações, perdendo a vontade de viver.

Há os que se dirigem para planos inferiores, em verdadeiros pesadelos. Em trabalho no bem ou simplesmente atraídos pelas semelhanças, pelas afinidades.

Há muito o que aprender. Nosso saber é muito pouco ainda. Conhecemos uma criança que em tenra idade se via perseguida pelos seus inimigos do passado. Sua mãe o orientava muito. Certo dia, quando a criança de 5 anos se viu aflita pelas perseguições durante os sonhos e lhe pediu socorro, ela lhe disse: Meu filho, lembre-se de Jesus! Derrame a luz de seu amor sobre eles e não tenha medo! A criança lhe respondeu: Eu tento, mamãe, mas minha luz é muito fraquinha, não é igual à de Jesus!

Sábias palavras! Nossa luz ainda é muito fraca, mas o amor pode tornar-se cada vez mais intenso.

Preparemo-nos para dormir melhor. Cuidado com nossos encontros espirituais, durante o sono.

Vigiemos constantemente. Vigilância e oração, para cuidarmos melhor de nós mesmos. Grandes trabalhadores espíritas já nos confidenciaram que foram atacados durante o sono, em espírito, e tiveram que pedir socorro para alguém amado e elevado no mundo espiritual.

Momentos difíceis vivemos. Que nos coloquemos no trabalho, mas com Jesus e Kardec e com vigilância e oração, para que venhamos a ter boas lembranças dos sonhos, pedindo amparo aos nossos mentores para que estejamos bem.

Que o amor nos ampare também nas horas do repouso do corpo!

Estejamos com Jesus e ele estará conosco!

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita