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por José Lucas

 

Matar? Não, obrigado!

Um artigo publicado em Fevereiro de 2012, pelo Journal of Medical Ethics, defende que deveria ser permitido matar um recém-nascido nos casos em que a legislação também permite o aborto.

O artigo em causa, aceito por aquela publicação científica ligada ao British Medical Journal, intitula-se "After-birth abortion: why should the baby live?", que se poderia traduzir como "Aborto pós-parto: por que deve o bebê viver?". É assinado por Francesca Minerva, formada em Filosofia pela Universidade de Pisa (Itália) com uma dissertação sobre Bioética, que se doutorou há dois anos em Bolonha e é investigadora associada da Universidade de Oxford, em Inglaterra. A sua polêmica tese é a de que o "aborto pós-nascimento" deve ser permitido em todos aqueles casos em que o aborto também é, incluindo nas situações em que o recém-nascido não é portador de deficiência.

Os autores sustentam, assim, que matar um bebê nos primeiros dias não é muito diferente de fazer um aborto, concluindo (ao contrário dos movimentos pró-vida) que desse modo seria moralmente legítimo ou deveria ser aceito que se matasse um recém-nascido, mesmo que este seja saudável, desde que a mãe declare que não pode tomar conta dele. (in “Público”, Portugal, 3 Março 2012.)

1 - Excetuando os casos de aborto terapêutico em que é legítimo abortar, segundo os bons Espíritos (in “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec), vemos um mundo hipócrita onde se defende os direitos do Homem e mata-se o mesmo Homem até as X semanas de gestação.

2 - Como se não bastasse esta aberração social (aborto), uma douta doutora, ocidental, vem defender a tese da morte dos bebês mesmo após nascerem, se não forem desejados, entre outras situações. O mais aberrante é esta tese primitiva ser inserida numa revista científica e aceitar-se debater a morte de bebês como algo normal, o que por si só já é uma anormalidade.

3 – Outra aberração que tenta minar a estrutura social é a ideologia de gênero, algo que vai contra a natureza do ser humano. Cada um tem o direito de exercer a sua sexualidade como bem achar, mas ninguém tem o direito de impor conceitos que violem a natureza do Homem, criando-o quase como Ser sem identidade.

4 – Nesta vertente materialista e retrógrada da visão da vida, não tarda muito e estaremos a pedir a eutanásia para os inválidos, idosos, doentes.

5 - Como condenar Hitler pelo horroroso holocausto, quando diariamente se matam milhares de crianças, porque foi detectada, durante a gestação, uma deficiência?

6 - Como condenar os senhores da guerra, quando fazemos a apologia e praticamos a pena de morte e a eutanásia, todos os dias?

A doutrina espírita (Espiritismo) é uma ciência filosófica de consequências morais.

Nada tem a ver com religiões e seitas.

Demonstra ao Homem a imortalidade do Espírito, a comunicabilidade entre os planos físico e espiritual e desvenda as leis que regem esse intercâmbio, sendo a reencarnação o motor evolutivo e equitativo para a Humanidade.

Sendo o Homem um ser espiritual e imortal, temporariamente num corpo carnal, em experiências evolutivas, intelectual e moralmente, não sendo nós os donos da vida, não temos o direito de tirá-la a quem quer que seja.

Referem os Espíritos superiores, a uma pergunta de Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, acerca da evolução da Humanidade, que esta não é evoluída, mas apenas esclarecida, pois que ainda transporta no seu seio guerras, fome, misérias morais e materiais.

A Humanidade só será considerada evoluída quando a fraternidade, a solidariedade e o amor entre os povos acabarem com as guerras, a fome e a miséria.

Ao Espiritismo competiu demonstrar à Humanidade (fê-lo em 1857) a espiritualidade do ser humano, destruindo o materialismo que leva o Homem ao abismo moral e social.

Com essa nova consciência, da imortalidade e da filiação divina, o Homem evoluirá mais depressa, colocando como objetivo de vida, ser útil ao próximo, desinteressadamente, servir, fazer aos outros o que desejamos para nós mesmos.

Neste roteiro de luz interior que vem do “Não matarás” de Moisés, ao “Amor ao próximo” de Jesus de Nazaré, encontramos, mais tarde, no notável hindu Mohandas Gandhi, o desiderato para a felicidade de todos: “não existe um caminho para a paz, a paz é o caminho”, sem violências, sem matar, pois, o Universo é prenhe de vida, e viver é o desiderato da Humanidade, em busca da sua espiritualidade maior.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita