A
caridade sem limites
Respondendo a um doutor
da lei, disse
Jesus:
"Um homem descia de
Jerusalém para Jericó,
quando caiu nas mãos de
assaltantes. Estes lhe
tiraram as roupas,
espancaram-no e se foram
deixando-o quase morto.
Aconteceu estar descendo
pela mesma estrada um
sacerdote. Quando viu o
homem, passou pelo outro
lado. E assim também um
levita; quando chegou ao
lugar e o viu, passou
pelo outro lado. Mas um
samaritano, estando de
viagem, chegou onde se
encontrava o homem e,
quando o viu, teve
piedade dele.
Aproximou-se, deitou-lhe
óleo e vinho nas feridas
e as pensou. Depois
colocou-o sobre o seu
próprio animal, levou-o
para uma hospedaria e
cuidou dele. No dia
seguinte, deu dois
denários ao hospedeiro e
lhe disse: ‘Cuide dele.
Quando eu voltar,
pagarei todas as
despesas que você
tiver'.
‘Qual destes três você
acha que foi o próximo
do homem que caiu nas
mãos dos assaltantes?’
‘Aquele que teve
misericórdia dele’,
respondeu o doutor da
lei.
Jesus lhe disse: ‘Vá e
faça o mesmo’". (Lucas,
10: 25 a 37.)
O bom samaritano da
parábola, ao passar pelo
homem que havia sido
vítima dos salteadores,
na estrada de Jerusalém
a Jericó tomou atitude
contrária ao sacerdote e
ao levita, que ao invés
de assisti-lo, passaram
de largo.
O samaritano, malvisto e
malfalado, não perguntou
quem era o homem, de
onde vinha, ou para onde
ia. Importava que se
tratasse de um
semelhante seu, ferido e
meio morto e como tal,
tinha que ser
assistido.
Jesus disse que todas as
vezes em que dermos de
comer a quem tem fome;
dermos de beber a quem
tem sede; recolhermos ao
que é hóspede; cobrirmos
ao que está nu;
visitarmos ao que está
enfermo, a Ele é o que o
faremos.
O Espiritismo nos
conscientiza de que fora
caridade não há
salvação. Toda a moral
de Jesus se resume na
caridade e na
humildade, duas virtudes
contrárias ao egoísmo e
ao orgulho. Por isso, o
Mestre nos apresenta o
amor a Deus como o maior
e primeiro mandamento. E
o segundo, semelhante a
este, é o amor ao
próximo como a nós
mesmos.
Na comunicação ditada em
Paris, em 1860, inserida
no capítulo XV de O
Evangelho segundo o
Espiritismo (Fora da
Caridade não há
Salvação), diz Paulo:
"Meus filhos, na máxima
Fora da caridade não há
salvação, estão os
destinos dos homens
sobre a Terra e no céu.
Sobre a Terra, porque, à
sombra deste estandarte,
eles viverão em paz; e
no céu, porque aqueles
que a tiverem praticado
encontrarão a graça
diante do Senhor".
Estamos na Terra para
servir, irmanados no
ideal da caridade, que
pode ser praticada por
todos, bastando para
isso que sejamos
fraternos.
Esta é a melhor forma de
servirmos a Deus, a quem
devemos buscar
incessantemente, através
da prática da virtude,
que no seu grau mais
elevado atinge o
conjunto de todas as
qualidades essenciais
que constituem o homem
de bem e conduz o homem
na busca da perfeição.
Como diz a comunicação
de um Espírito Protetor
- Bordeaux 1863, no
capítulo XVII (Sede
Perfeitos) de O Evangelho
segundo o Espiritismo:
"A perfeição, como disse
o Cristo, encontra-se
inteiramente na prática
da caridade sem limites,
pois os deveres da
caridade abrangem todas
as posições sociais,
desde a mais ínfima até
a mais elevada".
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