Arrependimento,
expiação e
reparação
segundo a
doutrina
espírita
Para muitos
seguidores da
doutrina
espírita, existe
uma dúvida que
permanece por
décadas na mesma
encarnação:
quando e como
iremos reparar
as faltas que
cometemos em
outras vidas e
até mesmo nesta
atual.
A leitura das
obras básicas
complementada
pelas obras
secundárias nos
ajuda a ter uma
ideia de que
todo processo de
reparação
implica em um
amadurecimento
por parte do
espírito. Apenas
em alguns casos,
devido ao
endurecimento ou
cristalização
das emoções,
ocorrem
reencarnações
compulsórias.
A providência
divina procura
auxiliar de
diversas formas
o espírito preso
às mágoas do
passado, de
maneira a
perceber ou
sentir a
necessidade de
um acerto de
contas com sua
consciência,
pois existe algo
errado e que
precisa ser
corrigido e
tratado.
Essa tomada de
consciência é
individual,
exigindo um
tempo de
amadurecimento,
relativamente
proporcional ao
nível evolutivo
que o espírito
se encontra.
Várias obras
secundárias
apresentam
histórias com um
traço de
semelhança, onde
em uma nova
reencarnação,
para ter
sucesso, depende
de uma mudança
de postura do
Espírito. É
necessário que
ele deseje
melhorar em
primeiro lugar,
reconhecer que
errou, de forma
ingênua ou
proposital, mas
errou. Com essa
tomada de
consciência,
pode ocorrer
culpa ou remorso
e ele viverá uma
expiação
relativamente
proporcional ao
seu grau
evolutivo quando
cometeu os
equívocos.
O processo de
reparação
implica no
exercício da
humildade e
prática de amor
ao próximo. Deus
em sua infinita
misericórdia
ajuda ao
encarnado saldar
seus
compromissos de
outras
existências, por
intermédio do
próprio
encarnado,
principalmente
através do
exercício da
caridade moral e
material.
Faltas cometidas
em diferentes
encarnações não
são resolvidas
ao mesmo tempo.
Todo esse
processo pode se
repetir, até que
o indivíduo vá
aparando as
arestas que
precisam ser
acertadas. O
nosso acerto de
contas com nossa
consciência é
muito
particular, o
que aplica a um,
nem sempre serve
para outro, mas
pode ser
utilizado como
parâmetro, para
estarmos em paz
com nós mesmos,
pois essa
quitação pode
durar várias
encarnações.
Dentro de uma
visão holística,
poderíamos dizer
que o processo
de
arrependimento
das faltas
cometidas em
outras vidas,
gerando
desconforto no
nosso
inconsciente, é
diagnosticado
muitas vezes
como culpa, pode
até acarretar
uma depressão.
Em O Livro
dos Espíritos1,
das págs. 990
até 1002, “A
expiação se
cumprirá
mediante as
provas da vida
corporal e, na
vida espiritual,
pelos
sofrimentos
morais inerentes
à nossa
inferioridade”.
Em outras
palavras,
inicialmente o
indivíduo deverá
se arrepender do
ato cometido na
condição de
espírito
imortal, fato
que pode
acontecer na
condição de
vigília ou na
erraticidade
entre uma
encarnação e
outra. Para
depois, sob a
lei da ação e
reação expiar o
equívoco
cometido, aqui
no mundo físico,
porém, pela
misericórdia do
Pai Celeste,
cada caso é uma
situação
diferente,
devido às
variantes que
envolvem a
história de vida
de todos nós.
Deus leva em
conta a
verdadeira
intenção de cada
um, quando uma
nova encarnação
é programada.
Já no livro O
Céu e o Inferno2,
encontraremos
uma relação de
trinta e três
recomendações
que, se forem
seguidas,
poderão auxiliar
no processo de
reparação das
faltas
cometidas.
Segundo
orientação do
Espírito da
Verdade,
torna-se
possível
remediar o ato
imprudente
através de
atitudes
acertadas em uma
nova encarnação,
como por
exemplo:
“Em virtude da
lei do progresso
que dá a toda
alma a
possibilidade de
adquirir o bem
que lhe falta,
como de
despojar-se do
que tem de mau,
conforme o
esforço e
vontade
próprios, temos
que o futuro é
aberto a todas
as criaturas.
Deus não repudia
nenhum de seus
filhos, antes,
recebe-os em seu
seio à medida
que atingem a
perfeição,
deixando a cada
qual o mérito
das suas obras”.
O processo de
reparação
corresponde à
última etapa,
pois não basta
apenas se
arrepender e
sofrer pelo
arrependimento,
pela culpa ou
remorso
consciente ou
não que venha à
tona na atual
encarnação.
Precisamos, uma
vez remidos do
erro do passado,
praticarmos o
bem em favor de
todos que nos
cercam. Ajudando
sempre que
possível aqueles
que cruzam o
nosso caminho.
Referências:
1) Kardec,
Allan; O
Livro dos Espíritos;
4ª parte; Cap.
II - Expiação e
Arrependimento;
FEB.
2) Kardec,
Allan; O Céu
e o Inferno;
1ª parte; Cap.
VII - Código
penal da vida
futura; FEB.