Busquemos a luz
“... Eu, a luz, vim ao mundo para que aquele que crê me
mim não permaneça nas trevas. Se alguém ouvir minhas
palavras e não as guardar, eu não o julgo, pois não vim
para julgar o mundo, mas para salvar o mundo.” –
Jesus (João, 12:46-47)
Temos repetido muitas vezes que o amor por Jesus e seus
ensinos deve estar intenso em nós. O evangelho de Jesus
deve ser luz em nossos corações. Somos luzes, ele nos
disse. Precisamos agir de acordo com nosso modelo e
guia. Necessitamos ser severos conosco e indulgentes com
os outros. Temos observado intensa animosidade na Terra.
A hora é de vigilância e de oração. Pacificação do
santuário, que somos nós mesmos, o templo verdadeiro.
Pessoas e mais pessoas estão deixando a agressividade
dominar, lutas verbais com as palavras, lutas físicas,
quando partem de fato para a agressão, a tapas e outras
coisas mais violentas. Turbulência nas palavras
escritas... Temos visto isso demais, a ponto de muitos
irmãos duvidarem do Brasil como nação pacífica. Irmãos
estão se desentendendo muito contra irmãos!
O Espiritismo, como medicamento divino enviado à Terra,
vem-nos esclarecer que não deveríamos fazer diferenças
entre as nações. Cor de pele? O que é isso, senão
imaturidade, quando sabemos que como espíritos podemos
nascer em corpos de pele branca, ou amarela, ou negra?
Bem se vê o atraso moral que ainda campeia. Mulheres
lutando por seus direitos, diferenças sexuais virando
palco de revolta. Tudo isso e lutas fratricidas, movidas
pela violência humana, nos fazem perceber que
necessitamos intensamente acender a luz dentro de nós.
O conhecimento é libertador, mas é preciso amar.
Conhecimento por si só não basta. Há que muito amar. Em Obras
Póstumas vemos a resposta sábia a Kardec, quando
perguntou se o Espiritismo seria o futuro das religiões
e ouviu que não, que o futuro será a religião do Cristo.
O Espiritismo é o Cristianismo redivivo. Precisamos
ouvir o mestre quando nos diz que é a luz do mundo e que
aquele que o segue não andará em trevas. Avaliará a si
mesmo, pensando no modelo que é Jesus, para as atitudes
que deve ter.
A luz de Jesus incide intensamente na Terra, alcançando
até as regiões abissais, convidando, como no passado:
segue-me!
Lembramos um fato, narrado por um médico muito querido,
nas fileiras espíritas. Certa ocasião, procurado por uma
senhora em seu consultório, essa com firmeza, após
alguns minutos de conversa e consulta, lhe disse, como
no passado o apóstolo Paulo: não sou mais eu quem vive,
é o Cristo quem vive em mim!
Ele a olhou com surpresa. Como ela não enxergava? Não
disse nada. Ela era inteligente, muito inteligente,
teria que cair em si. Ante seu silêncio, ela parou.
Começou a pensar. Alguns minutos após ela disse: doutor
falei uma bobagem! Como não percebi? Se o Cristo vivesse
em mim eu não teria adoecido! Como fui vaidosa e tola!
Assim ainda é a maioria de nós. Enquanto estivermos
adoecendo, a luz do Cristo ainda não está brilhando
dentro de nós. Precisamos acordar. Sair de nosso orgulho
milenar e sermos humildes, reconhecendo que precisamos
acender a luz em nós.
Está sendo propalado como nunca o autodescobrimento, a
reforma íntima, o conhecimento de si mesmo.
Isso parece fácil, mas não é. Para alcançarmos essa
possibilidade, precisamos rememorar a questão 919-a de
“O Livro dos Espíritos”, munidos de verdadeiro desejo de
transformação para melhor, com humildade.
Diz santo Agostinho nessa questão que deveríamos fazer o
que ele fazia quando viveu na Terra. No fim de cada dia,
interrogava sua consciência, passava em revista o que
havia feito, perguntava a si mesmo se não tinha faltado
ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria motivo
para se queixar dele. Foi assim que chegou a se
conhecer, ver o que nele necessitava de reforma. Comenta
ele que aquele que toda a noite lembrasse todas as ações
do dia e se perguntasse o que fez de bem ou de mal,
pedindo a Deus e a seu anjo guardião que o esclarecesse,
adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, pois
seria assistido por Deus.
Essa questão é extensa e profunda e convidamos o leitor
a lê-la e relê-la várias e várias vezes, até
compreendê-la bem e conseguir entronizá-la.
A luz do Mestre brilha. Chama-nos novamente, como no
passado. Convida-nos. Está conosco. Perguntamo-nos
muitas vezes se estamos com ele. Agora, mais que nunca,
com o conhecimento espírita, precisamos do amor. Amor é
Jesus bem compreendido em nós, para que não sejam vãs
nossas palavras de conformidade com Paulo: Não sou mais
eu quem vive, mas o Cristo quem vive em mim!
Amemos verdadeiramente Jesus e façamos dele, como nos
pedem os espíritos superiores, nosso modelo e guia,
conforme asseverado na questão 625 de “O Livro dos
Espíritos”.
Vençamos nossas trevas interiores. Acendamos nossa luz
íntima e vivamos como Jesus nos ensinou, colocando o
amor a Deus e ao próximo como primeiro ensinamento e
segundo ensinamento.
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