Sobre o futebol, o amor e as competições
Conta-se que dois amigos espíritas gostavam muito de
jogar bola. Um dia, um deles perguntou ao outro: — Será
que no Mundo Espiritual há futebol? Ao que aquele
respondeu: — Não sei, mas vamos combinar: quem de nós
morrer primeiro confirma isso e volta para avisar o
outro...
— Combinado, disse o amigo.
Passado pouco tempo, um dos amigos faleceu e, dias
depois, manifestou-se ao outro, em sonho, com as
seguintes palavras: — Fulano, tenho duas notícias para
dar-lhe: a primeira é que aqui também há futebol; e a
segunda é que você está escalado para jogar neste fim de
semana.
Chico Xavier, um dos maiores médiuns de todos os tempos,
desejava desencarnar no dia em que o Brasil estivesse
feliz. Seu pedido foi atendido. A final da Copa do Mundo
conquistada pelo Brasil em 2002 teve como placar Brasil
2 a O Alemanha, exatamente no dia em que o médium
mineiro desencarnou, enquanto o povo brasileiro urrava de
alegria pela conquista da Copa. Porém, em 2014, doze
anos depois, foi na terra do Chico que os alemães nos
impuseram uma das mais humilhantes derrotas no futebol
mundial. — Sabe o leitor o que isso significa? — Nada.
Responderia o jornalista Tadeu Schmidt, segundo
sobrenome mais comum na Alemanha.
Curiosamente, nosso país conquistou cinco títulos
mundiais de futebol noutros países, mas aqui mesmo
jamais ganhou um torneio desses, ainda que dois
campeonatos tenham sido realizados aqui: um em 1950, em
que perdemos honrosamente a decisão para o Uruguai;
outro em 2014, quando a Alemanha derrotou a Argentina em
nosso solo pátrio, por apenas 1 a 0, após ter goleado
por 7 a 1 a seleção brasileira. E nem entre as três
seleções mais bem colocadas ficamos, pois a seleção
holandesa sapecou-nos aqui 3 a 0 na disputa pelo
terceiro lugar.
A derrota que nos impuseram os alemães foi muito bem
planejada por eles. Prepararam bem seus jovens
jogadores, fizeram criteriosa seleção dos melhores e
vieram para cá, estabelecendo-se em Salvador, onde
conquistaram a simpatia dos baianos e montaram um
avançado centro de treinamento. Não sabiam os torcedores
brasileiros que a seleção mais bem treinada e preparada
da época tinha como principal objetivo vingar-se da
tristeza que lhes impingimos no passado. Chico nada teve
a ver com isso, pois era a humildade em pessoa.
Minha constatação baseia-se nas palavras do Cristo,
anotadas por Mateus, 10:26: "Nada há encoberto
que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de
saber-se". Deus é brasileiro, mas também é alemão, é
argentino, etc. Ou seja, todos somos filhos amados de
Deus.
Certa vez, Cristo disse a seus discípulos em João,
16:33: "No mundo, tereis aflições, mas tende bom ânimo;
eu venci o mundo". Que evitemos a impiedade para com
nosso próximo, mesmo quando competirmos com ele,
procurando, antes de tudo, vencer, em nós mesmos, o
orgulho, a vaidade e o desamor, pois como também nos
lembra Jesus: "O meu mandamento é este: Que vos ameis
uns aos outros, assim como eu vos amei" (João,
15:12).
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