Orações e
mantras para a
nossa proteção
A correria do
dia a dia, os
eventos
inesperados que
emergem e nos
adicionam
preocupações
sobressalentes,
as situações
desagradáveis
que nos chamam
para o pronto
atendimento são
condições dos
tempos atuais a
que todos estão
sujeitos. Mais
do que a busca
pelo
isolacionismo e
o evitamento
radical dos
imprevistos,
devemos ter à
nossa disposição
o uso de certas
técnicas e
instrumentos que
podem nos
facilitar o
reequilíbrio. Um
processo
dinâmico de
harmonia, pois
como bem nos
lembra o físico
Albert Einstein:
“A vida é igual
a andar de
bicicleta. Para
manter o
equilíbrio é
preciso se
manter em
movimento”.
Nesta busca
constante pelo
equilíbrio, a
oração ocupa
espaço de
destaque neste
contexto. Assim,
nos recorda
Emmanuel: “A
oração
refrigera,
alivia, exalta,
esclarece,
eleva, mas,
sobretudo
afeiçoa o
coração ao
serviço divino[1]”.
Por meio dela,
conseguimos
organizar melhor
os nossos
pensamentos e
ideias, bem como
de buscar foco e
energia para que
os esforços de
harmonia e
progresso sejam
realizados. Em
situações
extremas, a
oração recompõe
o indivíduo que
está se
desintegrando no
desespero e na
dor. Por meio da
oração, os
pedidos de ajuda
são expressos e
também há a
troca entre os
diferentes
planos. A prece
é “prodigioso
poder espiritual
comunicando
emoções e
pensamentos,
imagens e ideias,
desafiando
empecilhos,
limpando
estradas,
reformando
concepções e
melhorando o
quadro mental em
que nos cabe
cumprir a tarefa
a que o Pai nos
convoca[2]”.
Todavia,
frisa-se que
mesmo a oração,
como todo
instrumento,
precisa ser
utilizado de
modo justo e
adequado. Não
são apenas as
palavras, mas as
intenções e
sentimentos,
confiança e
harmonia que
auxiliam na
potencialização
da oração[3].
Orar é contar
com precioso
recurso divino,
todavia não é
orando apenas
uma única vez
que o problema
desaparece.
Tampouco é
cruzando os
braços sem nada
fazer. É preciso
que se busque a
renovação das
forças e do
ânimo para que o
indivíduo
construa a
estrada por onde
andará. É ser
artesão da
própria obra e
vida. Assim, a
repetição da
oração é prática
bem quista e bem
vinda. Repetir
de maneira
seriada, seja
mentalmente ou
em palavras,
acaba se
aproximando da
execução da
técnica do
mantra.
Mantra é a
palavra em
sânscrito que
significa
instrumento para
a mente, seja
proteção,
limpeza ou
fortalecimento.
Repetir
determinados
sons, palavras
ou orações
auxilia na
organização do
mundo interior
para agir, no
exterior, de
modo claro,
preciso e com
vigor. Em outras
palavras, é
adentrar em um
modo profundo do
ser. Entretanto,
práticas de
repetição
seriada de
orações são
comuns tanto em
tradições
cristãs como em
tradições
orientais, tais
como a yoga e o
budismo.
Por exemplo, no
Cristianismo
tem-se o rosário
ou “coroa de
rosas” como um
instrumento e
prática de
recitação
seriada de
cantos e
orações.
Inicialmente
surgiu da
tradição de se
cantar os 150
salmos e com o
tempo o rosário
passou então
para as orações[4].
Devido às
necessidades e
mudanças de
contexto, do
rosário surgiu a
prática do terço
(⅓)
com 50 contos.
Todavia, desde
2002, foram
adicionadas 5
dezenas a mais
ao objeto,
contando então o
rosário com 200
contas. O terço
manteve a mesma
quantidade
inicial de
pedras ou
orações. Já na
tradição
oriental, o
instrumento de
contagem é o
japamala e é
constituído de
108 contas e que
auxilia no
controle das
repetições.
Se com a oração
inicial há o
contato
providencial,
com o mantra há
a intensificação
deste canal. A
recitação de
maneira seriada
e repetitiva faz
com que se
alcance uma
conjuntura ímpar
entre
relaxamento e
sentido interior
ampliado, o que
permite uma
compreensão
superior dos
eventos e
fenômenos. Além
disso, fornece
condições para
que a mente
consiga
trabalhar em seu
nível
inconsciente,
pois, na parte
consciente, ela
ficou “presa” à
frase ou oração
estipulada.
Na visão
tradicional do
hinduísmo, a
mente é como uma
espécie de
macaco e por
isso salta de
pensamento em
pensamento.
Quando ocorre
algo inesperado
e ruim, é comum
a ideia fixa
recorrente e por
isso que o
mantra auxilia
na proteção
mental e na
dissipação desta
rigidez. Ao
invés da mente
repetir o
pensamento ruim,
ela fica atada a
uma prece ou
sentença
afirmativa. Em
outras palavras,
evita-se que uma
ideia fixa
maliciosa ganhe
proporções
maiores, uma vez
que é mais fácil
extirpar a erva
daninha quando
ela ainda não
fincou raízes
profundas.
Além de orações,
pode-se repetir
determinados
sons e até mesmo
frases com
conteúdo
positivo para
que se possa
auxiliar no
restabelecimento
do equilíbrio
mental e que o
“calor do
momento” tenha
passado.
Com a prática do
mantra, a mente
consegue
adentrar em um
estado de
relaxamento e de
não vigília
consciente, o
que possibilita
uma melhor
conexão do
indivíduo com o
seu mundo
interior. É a
prática de se
conectar com
mais propriedade
aos recursos
psíquicos, mesmo
em situação da
pessoa estar
acordada. De
certo modo, o
mantra pode ser
uma das formas
de atender ao
chamado de
Cristo: "Venham
comigo para um
lugar deserto e
descansem um
pouco[5]".
Outro ponto de
destaque é que
as orações e os
mantras podem
ser utilizados
tanto para os
processos de
limpeza e
equilíbrio
mental e
emocional,
quanto no
fortalecimento
do indivíduo
para que as
fortalezas
interiores
estejam
vigorosas quando
novos
imprevistos
vierem. Além
disso, o uso de
repetição de
frases positivas
pode influenciar
na ultrapassagem
de más
tendências
depreciativas ou
de amenizar as
marcas deixadas
por eventos
traumáticos, por
exemplo[6].
É o uso
deliberado do
verbo de modo a
refazer pontes
emocionais
dentro do
próprio reino
interior.
Repetir orações,
palavras
afirmativas e
até mesmo
trechos de
música com
caráter
edificante nos
auxiliam nesta
desafiadora
caminhada pela
Terra. É
importante
frisar que não
há necessidade
de fórmulas
estranhas ou
exóticas para a
prática de
mantras, apenas
que a frase ou
sentença tenha
conteúdo
positivo. O bom
senso se faz
necessário
também. O mesmo
se pode dizer de
rezar com
desinteresse,
contando como
bônus apenas as
horas passadas.
Não é pela
aparência que a
reforma íntima é
conquistada.
Como bons
aprendizes,
precisamos
aprender a
utilizar os
instrumentos
divinos à nossa
disposição de
modo apropriado,
pois a fé
raciocinada nos
exige também o
uso da razão
para que
consigamos nos
proteger e
progredir de
modo contínuo.
Sejamos então
gratos pelas
dificuldades que
a vida nos traz,
mesmo de forma
inesperada, pois
são situações
assim que
aceleram nossa
aprendizagem.
Quanto maiores
os desafios,
maiores as
recompensas. Sem
esquecer do
amparo e do
acolhimento.
Portanto,
tenhamos tanto a
oração quanto
sua repetição e
os mantras como
instrumentos de
conexão e
manutenção de
nosso
alinhamento com
as inspirações
do alto,
reforçando ainda
mais a nossa
afinidade com
Deus e a
continuidade de
nosso trabalho
na terra[7].
[1] Emmanuel.
Cap. 21.
Oração e
renovação. Vinha
de Luz. Brasília:
FEB Ed.,
2018, p.
55.
[2] Emmanuel.
Cap. 98.
A prece
recompõe. Vinha
de Luz.
Brasília:
FEB Ed.,
2018, p.
209-10.
[3] Emmanuel.
Cap. 98.
A prece
recompõe. Vinha
de Luz.
Brasília:
FEB Ed.,
2018.
[4] Superinteressante. Qual
é a
origem
do
terço
católico.
14 de
Setembro
de
2017: link-1
[6] Blander,
R.;
Grinder,
J. Sapos
em
príncipes São
Paulo:
Summus
editorial,
1982.
[7] Escrito
em
homenagem
aos meus
queridos
genitores,
Paulo
Hayashi
e Ioko
Ikefuti
Hayashi,
que já
se
encontram
na
Pátria
Espiritual.