O balde
“O doente não se cura olhando para a receita.” – livro Força
Espiritual.
Dia desses, fui fazer uma breve exposição que antecedia
a aplicação de passes em pessoas submetidas a tratamento
espiritual.
Antes dos passes é hábito expormos alguma página da
Doutrina na tentativa de estabelecer um vínculo maior
com o plano espiritual, quebrando a sintonia com os
problemas do dia a dia, pelo menos naquele pequeno tempo
em que os socorridos permanecem no Centro.
Levei um balde cuja capacidade era bem grande
aproximando-se dos 18 litros de água e, ao mesmo tempo,
levei um cálice bem pequeno, o menor que consegui
encontrar.
Pedi que os presentes considerassem o balde como se
fosse o Espírito imortal que transita de existência em
corpos diferentes.
Em relação ao pequeno cálice, solicitei que
interpretassem como sendo cada existência nossa em um
corpo físico.
Em seguida ponderei que cada atitude nossa que fere as
Leis de Amor do Universo seria semelhante como se
colocássemos um pequeno cálice com água dentro do grande
balde.
Quando temos atritos em casa, quando discutimos no
trânsito, quando negamos o perdão a uma ofensa recebida,
quando ofendemos o semelhante, quando passamos a
maledicência à frente, quando nos negamos a algum tipo
de caridade ao nosso alcance, quando nos negamos a
renunciar, enfim, sempre que a Lei fosse ferida por
qualquer atitude, seria semelhante a colocar um pequeno
cálice de líquido dentro do recipiente maior,
utilizando-se do menor.
Expliquei que, de início, a quantidade de água que vamos
colocando no balde é praticamente imperceptível, senão à
visão, pelo menos em relação ao peso. Quando levantamos
o balde, ele não acusa o peso da pequena quantidade do
líquido.
Mas, na medida em que nossas atitudes se repetem através
dos nossos desequilíbrios em várias existências, chega
uma ocasião em que, além da água ser visível no balde,
passamos a sentir o peso daquela quantidade que
introduzimos nesse vasilhame.
O recurso que nos resta, para aliviar o balde que
representa o Espírito, é esgotar o líquido de dentro
dele.
Extrapolando para o lado espiritual, utilizamos a
colocação de que o Espírito “pesado”, semelhante ao
balde, pede uma eliminação de suas energias negativas,
que passam a se manifestar no corpo físico em desajustes
emocionais e/ou doenças que afetam a parte material
propriamente dita.
Nessas ocasiões em que somos chamados a socorrer-nos
como Espíritos imortais, encontramos um longo
receituário deixado pelo Médico das Almas em seu
trânsito pelo planeta.
E a partir dessa colocação, passamos a citar para os
presentes que aguardavam o socorro do passe os
ensinamentos contidos no livro Força Espiritual, do
doutor José Carlos de Lucca, editora Petit, em que ele
faz as seguintes ponderações na página Remédios
Espirituais:
No mais das vezes, a
dificuldade orgânica é fruto dos desarranjos do
espírito. Mágoas, ódio, ciúmes, raiva, melancolia,
quando cultivados com insistência, convertem-se em
venenos perigosos para o corpo. Faça uma desintoxicação
espiritual. No Evangelho, você encontrará remédios
milagrosos para esses males. Mas de nada adiantará
termos o remédio à nossa frente se não nos dispusermos a
tomá-lo.
O doente não se cura olhando para a receita.
E continua o autor mencionado a ensinar que o amor
sintetiza todas essas medicações e não tem
contraindicação. Pode ser tomado a qualquer hora,
prevenindo a maior parte das doenças do Espírito.
Em sendo assim, depende somente de nosso esforço para
não colocarmos mais água em nosso balde já com
quantidade considerável.
Ou nós esgotamos o excesso através dos atos de amor que
está ao nosso alcance, como já lembrava o Apóstolo Pedro
ao afirmar que o amor cobre a multidão dos pecados, ou
viveremos a carregar esse balde bastante pesado pelo
tempo em que recalcitrarmos contra as Leis de Amor do
Universo.
Arrematamos com uma frase do livro já mencionado:
A doença talvez seja apenas um grito de socorro por
mais amor em sua vida.
Que tal ouvirmos esse grito?
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