A
personagem terrena
Nascemos, morremos e
renascemos. Este é o
movimento da
reencarnação.
Quem nasce? O personagem
que irá viver na Terra,
pois o Espírito já
nasceu há muitas
reencarnações. Esse não
morre nem renasce, apena
vivência uma nova
experiência no teatro
terreno através de um
personagem novo, em uma
nova família, em
determinado país,
envolto em uma cultura
local, ou em certos
casos em determinadas
reencarnações, em outro
planeta.
Como não nos lembramos
da vida de reencarnações
anteriores, levamos o
personagem actual de
forma extremamente
“séria”, como se fosse
ele o ser imortal.
Lutamos com os outros,
conosco e com o que nos
aparece pela frente,
incluindo a vida. Uma
luta alimentada pela
razão, pela ideia de que
sabemos o que estamos a
fazer, motivada pelos
parâmetros do caráter
que nos individualiza
psiquicamente, o famoso
Ego.
O caminho do crescimento
espiritual é
precisamente o
contrário, a consciência
de que este personagem é
transitório, levando-nos
ao desapego desta forma
egoísta e orgulhosa de
vida.
Aprendermos a estar com
os outros, de forma
indulgente, não é o
abandono de nós
próprios, mas o abandono
do Ego que nos
individualiza, jogando
abaixo as barreiras que
nos afastam do dos
outros e de Deus,
encarcerando-nos nas
masmorras do
individualismo.
Jesus pedia a quem o
seguia para se
abandonar, e este era o
abandono que tinha que
acontecer para que
nascesse o novo homem,
liberto dos velhos
vícios mentais.
A proposta de Kardec é
no seguimento deste
ensinamento do Mestre,
combatermos as nossas
más tendências,
abandonarmos o velho
para que exista espaço
para o aparecimento do
novo.
As más tendências
acontecem através do
pensamento, do nosso
próprio ser terreno. A
constituição psíquica de
cada um, acumula seus
desejos, as suas
tendências que forma o
seu caráter. Novamente
voltamos ao tal Ego e
este é formado
psiquicamente por
camadas ou vibrações.
No centro do ser
terreno, no seu interior
mais profundo, está o
Espírito, aqui é onde
acontece o Reino de
Deus. Descobrirmos na
Terra o que somos é
descobrirmos a realidade
ou o Reino de Deus.
Daqui nasce a paz que os
Espíritos evoluídos
sentem, Jesus se referia
a esta parte como o
Filho de Deus.
Após este ou em volta,
está o corpo mental. O
corpo mencionado por
André Luiz. Este faz
parte da composição do
corpo espiritual. Quando
desencarnamos, largamos
o envolto terreno, o
corpo físico, mas nem
todos chegam a condição
livre de Espírito.
Todos nós, ouvimos falar
que ficamos presos à
matéria, aos vícios, ao
ódio, etc. Onde tudo
isto vive na Terra? Em
nossa mente, podemos
chamar de corpo mental,
e acompanha-nos no
desencarne neste mesmo
corpo. Este corpo mental
traz necessidades que o
Espirito em forma
evoluída ou seja
libertado deste
condicionamento, não
tem. Este corpo
reencarna de umas vidas
para as outras, levando
as tendências, os
hábitos que temos que
combater. Podemos
perceber isto, no
caráter, nas tendências
ou nos gostos de um bebé.
Para chegarmos ao estado
de Espírito evoluído ou
puro, temos que “vazar”
este corpo mental,
tornando-o leve e puro,
chegando a desaparecer,
pois este é a nossa
individualidade mental,
na Terra ou fora dela.
Este corpo faz parte do
“famoso” perispírito,
adensando-o pelo seu
peso ou fluidificando-o
pelo desapego aos vícios
morais e biológicos
terrenos. O perispírito
não se esgota neste,
este “corpo” é apenas
parte de sua composição.
É tão importante que
André Luís viu a
necessidade, em tempo
certo, de falar sobre
ele.
O corpo físico é apenas
um “cavalo” que serve a
reencarnação. Não é um
corpo qualquer, é algo
muito especial e
inteligente, com um
trilião de células, cada
uma em sua função. O
corpo físico, ao serviço
do aprendizado do ser
espiritual, grava em ADN
ou matéria, os nossos
hábitos, os nossos
desejos e tendências.
Por exemplo, um fumador,
o homem que opta por
este vicio, quando quer
deixar de fumar, tem a
dificuldade acrescida
por ter o vício
corporal, para além do
mental. O homem que
permite o seu caráter
desenvolver para o lado
da agressividade,
desenvolve no corpo
humano um sistema
nervoso em constante
sobressalto,
desestabilizando
biologicamente os
momentos que tenta ter
calma.
Este corpo, que tem
instintos próprios do
ser humano, como o de
reprodução ou o de
sobrevivência, é um
catalisador e
impulsionador das nossas
tendências, tornando-se
o nosso “personal
trainer” na Terra.
Todo este conjunto é a
personagem terrena, uma
personagem momentânea e
passageira, como foram
as outras anteriores. Se
nós tivéssemos
consciência disto como
uma realidade absoluta,
facilmente abdicávamos
dos motivos das lutas,
dos desejos viciantes e
dos impulsos que nos
cegam que trocamos pela
felicidade da paz e
desfrutávamos deste
“teatro” terreno.
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