A Bíblia
e nós
Os menos avisados, ou
até os mais avisados,
mas que têm de atender
as conveniências
religiosas de seus
credos, costumam dizer
asneiras como: "O
espírita não lê a
Bíblia”; ou: "O espírita
não conhece o Velho
Testamento"; ou: O
Evangelho Segundo o
Espiritismo não reflete
as Escrituras".
Bobagens. O espírita tem
a Bíblia como um livro
importante, para seus
estudos e pesquisas. A
Bíblia não é uma obra
ditada por Deus, como
muitos fazer crer, mas
por pessoas inspiradas e
falíveis, obra que teve
várias traduções,
obedecendo às
conveniências de
cada um. Por isso, as
Escrituras devem ser
interpretadas pelo espírito
que vivifica e não pela letra
que mata.
O livro O
Evangelho Segundo o
Espiritismo reflete
o ensinamento das
Escrituras, segundo
Mateus, Marcos, Lucas e
João. Allan Kardec
priorizou o Novo
Testamento, porque é o
ensinamento dele que
realmente importa, pois
trata das lições
imorredouras deixadas
por Jesus. Mas não há
desprezo pelo Velho
Testamento. Muito pelo
contrário, há citações
do Velho Testamento,
quando os assuntos assim
exigem.
É importante o uso da fé
raciocinada, na
interpretação das lições
evangélicas. No capítulo
XIX de O Evangelho
Segundo o Espiritismo - A
fé transporta montanhas
- Allan Kardec diz que a
fé cega já não é mais
deste século. Ora,
Kardec escreveu essas
palavras no século XIX.
Logo, no nosso século, o
século XXI, elas estão
mais que atuais.
No item 6 do capítulo IV
- Papel da Ciência na
Gênese - do livro A
Gênese, Allan Kardec
diz: "A Bíblia,
evidentemente, encerra
fatos que a razão,
desenvolvida pela
Ciência, não poderia
hoje aceitar e outros
que parecem estranhos e
repugnantes, pois
derivam de costumes que
já não são nossos. Mas,
a par disso, haveria
parcialidade em não se
reconhecer que ela
guarda belas e grandes
coisas. A alegoria ocupa
ali considerável espaço,
ocultando sob o seu véu
sublimes verdades, que
se patenteiam, desde que
se desçam ao âmago do
pensamento, pois que
logo desaparece o
absurdo".
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