Aceitação do que
somos
“Hoje, eu só
posso o que sou.
E isso é bom.
Isso é
permitido. Isso
é humano!” –
Livro Pensamentos
Que Ajudam.
Utilizaremos
neste artigo uma
excelente página
(mais uma!) do
doutor José
Carlos de Lucca
no sentido de
entendermos o
progresso lento
da evolução,
para que não
venhamos a cair
no desânimo em
relação a nós
mesmos, tendo
como
consequência a
desistência de
lutar para
crescermos em
nossa jornada
evolutiva.
Quando lemos na
questão de
número 909 de O
Livro Dos
Espíritos que
poderíamos
vencer as nossas
más tendências
com fracos
esforços,
faltando-nos
para isso apenas
a dose
necessária de
vontade, pode
parecer que é
muito fácil
mudar para
melhor.
Ao constatarmos
que não
conseguimos, é
de grande
utilidade buscar
no livro do
doutor José
Carlos, Pensamentos
Que Ajudam,
editora
Interlítera, a
seguinte
colocação: Quase
todos nós
alimentamos uma
forte sensação
de autorrejeição,
por não sermos
aquela pessoa
perfeita que
gostaríamos de
ser. E
isso nos deixa
constantemente
frustrados e
inseguros, sem
que o amor possa
nos propiciar
uma experiência
mais feliz de
viver.
É preciso,
nessas ocasiões,
não perdermos de
vista e dosar
corajosamente a
quantidade de
orgulho que nos
perpassa o ser
quando almejamos
mudanças
rápidas. Será
que é nosso
interior que faz
essa
reinvindicação
para transformar
o homem velho em
homem novo, ou é
o nosso exterior
no sentido de
nos
apresentarmos
com muitas
virtudes perante
aqueles que
convivem conosco
e observam nosso
comportamento?
A questão de
número 911 do
L.E. reforça a
de número
anterior
mencionada (909)
quando Kardec
indaga se não
existem paixões
tão vivas e
irresistíveis
que a vontade
não tenha poder
para superá-las,
porque os
Espíritos da
Codificação
afirmam que a
vontade está
apenas nos
lábios e que, na
realidade,
estamos bem
contentes que
assim não seja.
Essa colocação
nos lembra a
lição que Chico
Xavier nos
deixou ao
ensinar que a
tentação era
algo da qual
corríamos, mas
com uma grande
vontade de
sermos
alcançados por
ela.
Quando se crê
não poder vencer
suas paixões, é
que o Espírito
nelas se compraz
em consequência
de sua
inferioridade,
completa a
questão de
número 911.
O maior exemplo
de reforma
íntima na
história do
cristianismo foi
de Maria
Madalena. Ela
realmente
buscava uma
mudança interior
por entender que
somente assim
conseguiria
aplacar a sede
imensa de ser
realmente feliz.
Não podemos ter
a pretensão de
ter a mesma
força dessa
grande vencedora
de si mesma. Há
quanto tempo ela
vinha em
profundo
sofrimento que
trabalhava seu
mundo íntimo e
que acabou por
dar-lhe as
forças
necessárias às
mudanças diante
do convite de
Jesus?
Ainda titubeamos
diante dos
valores do mundo
material e
tentamos emergir
das imperfeições
que ainda nos
caracterizam
como espíritos
no início da
caminhada
evolutiva em um
planeta de
provas e
expiações.
Publio Lentulus
só necessitou de
cinquenta anos
(o que significa
esse tempo em
face da
eternidade?)
para buscar o
caminho de
quitação de sua
consciência. Não
podemos ter essa
pretensão se nos
conhecemos bem.
Esses dois
exemplos
mencionados,
entre muitos
outros,
demonstram que
cada ser imortal
se encontra em
um determinado
estágio
evolutivo e com
as
possibilidades
desse momento da
evolução, o que
não impede de
avançar pela
eternidade
afora.
O livro
mencionado do
doutor José
Carlos nos faz
uma ponderação
na qual devemos
nos amparar para
prosseguirmos: Aceitemos
que não somos
uma obra pronta.
Admitamos que
somos um projeto
em construção e
que ainda
carregamos
pedras disformes
que, aos poucos,
serão
naturalmente
lapidadas. E não
fiquemos tão
desapontados
conosco, porque
nem Deus deixa
de nos amar e
compreender um
minuto sequer
nos momentos em
que nossas
fraquezas se
escancaram! Deus
sabe que é a fraqueza que
um dia nos fará
fortes, é a
ignorância que
nos trará à
sabedoria, é a
doença que
levará à saúde,
é o erro que nos
conduzirá à
experiência do
acerto! Tudo
está certo na
ordem divina!
Se concordarmos
com essa
colocação plena
de lógica e
afastarmos a
cortina do
orgulho
assumindo e
aceitando-nos
como já somos,
atingiremos o
objetivo para o
qual Deus nos
mergulhou na
vida imortal.
Se ainda estamos
a distância não
mensurável de
Maria Madalena
ou Miriam de
Magdala, como
queiram,
estejamos
próximos da
humildade
necessária para
prosseguir
aceitando-nos e
amando-nos para
consumarmos o
projeto final da
Providência
Divina para
todos os filhos
de sua criação.
Afinal, nem Ele
deixa de amar e
acreditar em
cada ser que
criou como os
filhos pródigos
que retornarão
ao lar para o
banquete do
triunfo sobre si
mesmos.