Os desdobramentos da Terceira Revelação
Ao longo da história da humanidade muitos missionários
encarnaram, enviados pelo mundo maior, com o propósito
de orientar e na medida do possível esclarecer a
humanidade, do verdadeiro sentido da vida no mundo
material, no planeta Terra.
O Espírito Emmanuel na obra, psicografada por Chico
Xavier, A Caminho da Luz1,
procura esclarecer que o planeta Terra é um mundo de
provas e expiações, dessa forma todos os espíritos que
encarnam nesse mundo, com raríssimas exceções, são
indivíduos comprometidos com sua consciência, devido a
erros ocorridos em vidas passadas.
Os equívocos cometidos pelo desconhecimento da verdade
espiritual que envolve a todos nós, atrasam o processo
coletivo da nossa sociedade, assim como do planeta Terra
como um todo. Segundo o Espiritismo, ocorreram três
grandes revelações ao longo da história da humanidade,
que foram enviadas pelo mundo espiritual para promover o
esclarecimento dos homens.
A primeira revelação foi Moisés que nos deixou os dez
mandamentos. A segunda revelação foi Jesus Cristo, que
procurou deixar esclarecimentos e novas ideias, as
parábolas, assim como o Sermão da Montanha. Jesus,
sabendo que não teria como explicar tudo que a
humanidade precisava e poderia conhecer, promete que
em momento futuro, Deus nosso pai, enviaria um
Consolador, que seria a terceira revelação, de acordo
com o espiritismo.
Essas revelações eram um aceno do plano espiritual
tentando chamar atenção dos homens encarnados de que a
vida não se limitava ao mundo físico. Todos nós somos
espíritos imortais de posse de um corpo físico,
estagiando na matéria, em uma experiência reencarnatória,
entre as várias que já tivemos a oportunidade de
vivenciar no mundo material.
Algumas obras psicografadas por Chico Xavier, nas
décadas de 1930 até 1940, como Emmanuel, O
Consolador e Boa Nova, procuraram exortar os
homens a uma mudança de conduta, oferecendo-lhes
pensamentos e ideias para ajudá-los a colocar os valores
espirituais acima dos valores materiais.
Foram necessários vários séculos até que a humanidade
amadurecesse intelectualmente e culturalmente, para
receber revelações espirituais de maior monta. Esse fato
só vai ocorrer no século XVIII após o advento do
movimento Iluminista, do Enciclopedismo e da Revolução
Francesa. Porém apenas na metade do século XIX, a
sociedade europeia vai apresentar as condições culturais
propícias e favoráveis para o advento da Terceira
Revelação, por intermédio do Espírito da Verdade.
O professor e pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard
Rivail foi o grande organizador da Terceira Revelação.
Como ele não criou a Codificação Espírita, adotou o
pseudônimo de Allan Kardec, que segundo ele, foi uma das
suas encarnações como um druida. Os druidas na antiga
Gália, eram preceptores de conhecimento.
O conhecimento que a Terceira Revelação nos apresentou,
vai além da nossa capacidade de compreensão e
entendimento momentâneo, pois por ser um conhecimento
visionário, à frente do seu próprio tempo, tem a função
de revelar, esclarecer e consolar os homens, diante de
um sofrimento moral, produzido pela ignorância de uma
crença ultrapassada, mas principalmente pelo
desconhecimento das verdades espirituais que foram
ocultas pelos iniciados desde a antiguidade até o mundo
moderno em que vivemos.
Hoje já é de fácil acesso esse conhecimento, por meios
de várias ferramentas de pesquisa da internet,
favorecendo aqueles que assim desejarem entender, que
somos espíritos imortais, de posse de um corpo físico
transitório. Já existíamos antes da criação do atual
corpo que ocupamos e vamos continuar vivendo após a
morte do mesmo. Existíamos antes do berço e vamos
continuar vivendo após o túmulo, pois todos somos seres
espirituais imortais! Dessa forma torna-se possível
ressignificar nosso sofrimento, pois as perdas são
inevitáveis, mas o arrasto do sofrimento pode ser
remediado através do estudo da Doutrina Espírita.
O grande benefício que todos nós poderemos ser herdeiros
é a revelação da sobrevivência do princípio inteligente
à morte do corpo físico, conhecimento esse que desde o
Antigo Egito, na Índia e na Antiga Grécia já se sabia e
por isso desenvolveram o ritual de veneração aos
ancestrais e evocação dos mortos, pois a crença da
sobrevivência da alma, assim como a transmigração da
alma ou metempsicose, expressões antigas usadas para
reencarnação. Não são termos recentes, vem desde a
Antiguidade Oriental.
“Espíritas! Amai-vos, eis o primeiro ensinamento.
Instruí-vos, eis o segundo”. (Espírito de Verdade.
Paris, 1860.)
Referências:
1) Xavier,
Francisco Cândido; A Caminho da Luz; FEB.
2) Wikipédia
(Enciclopédia livre)
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