Uma bênção ser espiritualista espírita
Olá, amigos e amigas, queridos leitores deste periódico.
Com alegria escrevo nossa crônica, numa tarde de muito
calor, “sui-generis”, em Londres. Neste momento,
contamos com 34 graus centígrados. Os noticiários ficam
em permanente alerta para que a população, especialmente
os mais idosos e vulneráveis, mantenham-se bem
hidratados e evitem o sol.
Para nós brasileiros, e os leitores queridos,
provavelmente soa meio estranho o perigo dos 34 graus no
Reino Unido, aqui na parte de cima da linha imaginária
do Equador, enquanto em muitas partes do Brasil passam
de 45 graus centígrados no verão.
Fala-se muito no aquecimento global. Pouco se faz
conscientemente para ajudar nosso Planeta. Enquanto
isso, vamos escrevendo, e continuando a nossa tarefa, e
deixamos aos cientistas do meio ambiente ajudar a
conscientização da massa.
Uma bênção ser espiritualista, pois acreditamos no
Espírito. Mas nem todo espiritualista acredita na
reencarnação. O que fazemos contra o meio ambiente hoje,
vamos refletir e pensar o que poderemos herdar em uma
futura existência. A lei divina ou natural é perfeita.
Nós espíritas também somos espiritualistas, e vamos mais
além, por sabermos que primeiramente temos a certeza
absoluta de que somos espíritos imortais. Programamos
nossa existência antes da reencarnação neste planeta
azul. Por obrigação e respeito à natureza, devemos
cuidar de uma das moradas da casa do Pai. O planeta é
vivo e reage aos atos impensados de todos nós, seres
humanos.
O animal não destrói a natureza, por destruir. O ser
humano sim. Fico pensando no estágio moral em que ainda
nos encontramos... E quando vamos despertar
conscientemente e abrir a mente para refletir com
seriedade e responsabilidade? Não temos sequer ideia,
pois é tão particular de cada um, que espera-se que,
embora com lentidão, novas e melhores mudanças
aconteçam.
Os ingleses quando se encontram, o primeiro assunto que
vem à tona é o “weather”, o tempo, frio, neve, calor,
vento, fog ou poluição. É um assunto que sempre já
estou prontíssima para dialogar com meus vizinhos. Bons
vizinhos, alguns que nos encontramos quase todos os
dias, não acreditam de forma alguma em Deus e a palavra
religião os deixa nervosos. Então, devagarinho, vamos
falando muito lentamente de weather (tempo), de
espiritualidade, da vida impossível ser uma só, com
tantas dores em tenra idade, e assim, muito, mas muito
lentamente, vez ou outra, choro de alegria, pois vem uma
pergunta que me faz refletir e saber, que tudo a seu
tempo. Primeiro devemos ajudá-los a serem
espiritualistas, depois espíritas, se assim for
possível.
Obrigada pela paciência em ler e refletir, e dando
graças a Deus, que já podemos caminhar nesta ponte linda
entre os dois planos da vida que é o Espiritismo.
Amigos de além-mar, meu abraço.
Elsa Rossi, escritora e palestrante
espírita brasileira radicada em Londres, é presidente da
BUSS - British Union of Spiritist Societies.
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