Sobre pais, filhos e avós
O educador medíocre fala. O bom educador explica. O
educador superior demonstra. O grande educador inspira.
W. A. Ward
Quem já não ouviu histórias de avós que estragaram ou
mimaram netos? Felizmente, isso não é uma realidade em
todas partes, pois há muitos avós que, na realidade,
ajudam os pais a exercitarem com mais suporte a função
da maternidade ou da paternidade.
Qual é o segredo de avós bem-sucedidos? Em primeiro
lugar, perguntar aos pais como podem ajudar e, dessa
maneira, entender melhor a dinâmica familiar e o que os
pais querem que as crianças aprendam e vivenciem. Isso
vale para tudo: alimentação – se os pais, por exemplo,
optaram por não dar refrigerante para os filhos,
independente da idade, os avós não podem oferecer “só um
pouquinho” escondido dos pais. Além da deslealdade com
os próprios filhos, a atitude serve de péssimo exemplo
para os netos (ensina a mentir, a esconder o jogo, a não
ser verdadeiro).
Em segundo lugar, exceto quando dividem a casa, avós são
visita. Portanto, ainda que haja muita intimidade, é
preciso pedir licença e ter o hábito de cultivar algumas
cerimônias. O mesmo vale para os filhos: se os pais
estão passando alguns dias na casa, é boa educação bater
na porta antes de entrar no quarto, por exemplo. A
relação entre pais, filhos e avós, além de afetiva, tem
que ser respeitosa, evitando os adultos discussões por
diferenças de opinião ou ideologia (essas brigas são um
modelo de deselegância e intolerância para quem está na
infância).
Mas, de outro lado, se a relação entre pais e avós é
tensa, tomada por atritos, deixando os avós os netos
fazerem o que quiserem porque “na casa da vovó é sempre
dia feliz”, a melhor atitude é os pais conversarem com
seus pais (ou sogros) e para estabelecer regras de
convivências como:
1- A avó não é segunda mãe. É importante deixar claro
que as avós têm um papel de avó e urge entender
claramente esse parentesco. Dessa forma, ela saberá que,
apesar do seu grande afeto, quem decide são os pais da
criança.
2- Impor limites. Muitos avós são facilmente ‘dominados’
pelas crianças e acabam realizando todos seus desejos e
sonhos – mesmo aqueles que são absurdos e deseducam!
Cabe aos pais deixar claro para os avós os limites, o
que o filho pode ou não fazer. E se os avós são também
os cuidadores, orientando a rotina da criança, eles
também precisam seguir as regras estabelecidas pelos
pais. Quando o conjunto de regras é uníssono, as
crianças se sentem mais tranquilas e seguras. Ganham
todos.
Quando os avós não concordam com as atitudes dos pais,
eles devem dizer isso aos adultos – e sem impor algo
distinto diretamente à criança. Então, serão evitados
aqueles conflitos entre adultos que, no geral, acabam
mal.
Se você é mãe/pai, posicione-se e deixe os limites
claros para que avós e netos tenham uma relação afetiva
saudável, que esteja alinhada ao tipo de educação que
você deseja para os seus filhos. Se você é avó/avô,
considere o fato de que mimar demais seus netos, ou
superprotegê-los, acaba por prejudicar a sua educação
como ser humano e como cidadão. Além disso, é bom não
esquecer, pais e avós devem ter claro que a última
palavra é sempre dos pais.