Vingança e
justiça
Ao longo da
história da
humanidade,
devido aos
abusos cometidos
pelo próprio
homem contra o
seu semelhante,
foram criadas
leis muito
rígidas, que
estabeleciam
penas aos
infratores,
proporcionais
aos delitos
cometidos.
O primeiro
código de leis
de que se tem
notícia na
história do
homem, talhado
em uma rocha
cilíndrica de
diorito (rocha
extremamente
dura, tornando
difícil de
esculpir
trabalhos
maiores,
porém
extremamente
resistente ao
tempo), foi
o código de
Hamurabi, escrito
em língua
acadiana sob a
forma da escrita
cuneiforme,
desenvolvida
pelos
sumérios na
Mesopotâmia por
volta do século
XVIII a.C. Foi
um grande
avanço do ponto
de vista da
civilização para
a Mesopotâmia.
Esse código
estabeleceu uma
penalidade que
ficou conhecida
como, olho
por olho, dente
por dente,
era a Lei de
Talião.
Consistia na
rigorosa
reciprocidade do
crime e da pena,
apropriadamente
chamada
retaliação. Eram
leis rígidas
para uma
sociedade
atrasada, um
povo ignorante e
violento, uma
forma de punição
para
determinadas
condutas dos
cidadãos da
Babilônia.
A ideia de
justiça se
confundia com
vingança, pois
na verdade as
pessoas
prejudicadas
desejavam
penalizar os
infratores com
castigos muito
mais severos do
que o ato por
eles cometido.
Dessa forma
antigos
governantes com
alguma sabedoria
criaram leis
duras, para
intimidar
possíveis
retaliações, com
penalidades
severas e dessa
forma conter boa
parte da
violência e do
sentimento de
desforra e
vingança, por
parte dos
ofendidos.
Existia um outro
problema com
relação à
aplicação da
justiça,
principalmente
imposta pelos
governantes,
quando
penalizavam
severamente os
povos vencidos.
Essa atitude
acabou
confundindo a
ideia de
justiça, como um
sinônimo para
vingança ou
desforra. A
compreensão
distorcida de
como aplicar a
justiça,
dificultava um
acerto de contas
e
consequentemente
a aplicação das
leis. O jogo de
interesse entre
as classes,
dificultava a
aplicação das
leis, que
infelizmente
acabavam
favorecendo a
classe
dominante, em
detrimento da
classe oprimida.
Essa é uma
análise
histórica da
humanidade.
Esse
comportamento
gerou um grave
comprometimento
de ordem moral
entre os homens,
criando débitos
que se
transferiram
para futuras
gerações, por
séculos. Pela
falta de noção
de limite e com
uma cultura que
endossava certas
atitudes
imprudentes,
tornava-se
difícil aceitar
a ideia de
perdão. O perdão
em alguns casos
era visto como
sinal de
fraqueza.
Em alguns povos
de diferentes
culturas do
Oriente Médio, a
pena de morte
passou a ser
aplicada como
uma forma de
reprimir
manifestações de
vingança e ao
mesmo tempo
intimidar os
indivíduos
prejudicados
para não
cometerem uma
justiça com as
próprias mãos.
Deixando ao
encargo dos
governantes a
aplicação das
leis vigentes,
assim como o
cumprimento das
penas,
relativamente
proporcionais
aos delitos
cometidos.
A questão
cultural acabava
influenciando na
organização das
leis de uma
nação, embora a
grande maioria
dos povos
ocidentais,
estruturaram
seus códigos de
leis, com base
no direito
romano, que por
sua vez se
organizou
influenciado
pela cultura dos
povos do Oriente
Médio e da
Cultura
Clássica.
A desigualdade
socioeconômica,
assim como a
falta de
oportunidades,
acabou
favorecendo uma
série de
questões,
desafiando o
Estado, que
passa a combater
a desordem e as
irregularidades
sociais, no
lugar de
investir em uma
política
preventiva. Isso
desde a Idade
Antiga, devido a
manutenção de
uma sociedade de
classes.
Parece que
estamos falando
de um assunto
recente, mas na
verdade é uma
questão muito
antiga na
história da
humanidade,
sociedade de
classe ou
sociedade
estamental, onde
as pessoas
ocupavam uma
posição social
de acordo com
seu local de
nascimento, seu
berço ou sua
família.
Os problemas
sociais
refletiam o
distanciamento
entre Estado e o
Cidadão, isso
desde o Império
Romano. As
graves crises
sociais que
ocorreram
durante o
império, como os
incêndios em
Roma durante o
governo de Nero,
atribuídas aos
cristãos, já
refletiam um
ápice nas
desigualdades
sociais, que ao
longo dos
séculos foram se
acentuando.
Não adiantava
aperfeiçoar as
leis, se
continuassem
existindo um
abismo social
entre as
classes. Faz-se
necessário uma
mudança, onde
todo cidadão
tenha direito a
uma vida mais
digna.
No livro A
Caminho da Luz1,
psicografado por
Chico Xavier e
ditado pelo
Espírito
Emmanuel,
podemos perceber
que, tanto na
Idade Antiga,
Idade Média e
Idade Moderna, a
desigualdade
social foi a
mola mestra para
os graves
conflitos e
disputas pelo
poder entre os
segmentos das
camadas sociais.
Aqueles que
reencarnaram com
o objetivo de
promoverem
mudanças que
beneficiassem a
sociedade, tanto
no campo da
realeza, assim
como junto ao
clero,
abandonaram seus
compromissos.
Isso gerou uma defecção
espiritual ou
abandono
voluntário,
agravando a
programação
confiada pelo
Cristo, o que
acentuou
consideravelmente
às questões
sociais que já
existiam no seio
da sociedade.
Os Iluministas
no século XVIII
já haviam
percebido que a
educação do
homem deveria
ser acompanhada
por uma mudança
nas leis
sociais,
permitindo as
pessoas terem
acesso a uma
melhor
oportunidade de
vida, pois caso
contrário as
novas ideias não
iriam sair do
papel.
O advento da
segunda
revelação com o
Cristo, que
convidou a todos
os homens ao
exercício do
amor ao próximo
e o perdão das
ofensas,
representou um
grande marco na
mudança de
conduta para a
humanidade,
principalmente
no trato entres
os semelhantes,
para aqueles que
tinham “olhos
de ver e ouvidos
de ouvir”.
(Mateus
13:16-17)
Já na Terceira
Revelação com
Allan Kardec,
ficou melhor
explicado por
intermédio do
Espírito da
Verdade, que
devemos
ressignificar os
acontecimentos
em nossas vidas,
assim como uma
reeducação de
valores. A
compreensão da
imortalidade da
alma vai nos
ajudar a mudar o
nosso foco de
vida e de como
venha a ser, a
aplicação da
justiça terrena,
assim como o
exercício do
verdadeira
compaixão para
com o próximo!
Somos espíritos
imortais, com a
posse temporária
de um corpo
físico, vivendo
uma experiência
no mundo
material, para
nosso
aprimoramento e
evolução
espiritual.
Sabemos das
dificuldades,
porém na medida
do possível,
ajudar e
colaborar na
evolução
coletiva
daqueles que nos
cercam. Um
compromisso
social para com
todos nós.
Referências:
1) Xavier,
Francisco
Cândido; A
caminho da Luz;
XIII - O Império
Romano e seus
desvios; XVIII -
Os abusos do
poder religioso;
XXIV - O
Espiritismo e as
grandes
transições; FEB.
2) Wikipédia
(Enciclopédia
livre).