Efeitos do
materialismo:
Kardec tinha
razão
O materialismo, ou seja, a crença segundo a qual nada
existe no homem, além da matéria, encontrou em Allan
Kardec um forte opositor. Kardec acreditava que o
Espiritismo poderia contribuir para o progresso
destruindo o materialismo, que, segundo ele, é uma das
chagas da sociedade. [i]
Examinando as consequências do modo espírita de pensar,
Kardec relaciona três efeitos decorrentes dele. [ii] O
primeiro e o mais geral é o de desenvolver o sentimento
religioso, resultando em uma atitude serena ante a morte
inevitável, sem com isso desprezar a vida orgânica, por
considerá-la essencial ao progresso espiritual.
O segundo efeito é a resignação em face das vicissitudes
da vida. O Espiritismo faz ver as coisas de tão alto que
o homem não mais se perturba tanto com as suas
tribulações. Adquire mais coragem nas aflições e mais
moderação nos desejos.
O terceiro efeito é o de despertar a indulgência para
com os defeitos alheios.
Recentemente, essas ideias do nosso codificador vêm
sendo contraditadas, sob o argumento de que existem
excelentes pessoas, justas e compassivas que não creem
na vida depois de morte. E, por outro lado, vê-se muito
desamor e vaidade exacerbada, não só nos crentes
espíritas, mas também em grandes lideranças do movimento
espírita.
Isso não pode ser negado; é resultado da observação dos
fatos.
No entanto, a constatação de que existem pessoas boas e
pessoas más tanto entre os materialistas, como entre os
espiritualistas, não serve de argumento contra o
pensamento de Allan Kardec, pois Kardec se referia ao
materialismo em sua generalidade, e não em casos
particulares. Precisaríamos, portanto, de evidências
empíricas para ratificar ou não as ideias do
codificador.
Tudo indica que já temos essas evidências. O psiquiatra
Alexander Moreira-Almeida, na conferência de lançamento
do livro Science of Life After Death, publicado
em diversas revistas internacionais de reconhecido
valor, que vêm mostrando que a crença na vida depois da
morte gera fortes impactos na vida dos indivíduos,
dentre eles:
- Menos desespero de fim de vida
- Menor ansiedade e maior tranquilidade
- Maior crença em um mundo equitativo
- Menor aceitação do suicídio e da eutanásia
- Menos sintomas psiquiátricos
- Menos efeitos da dificuldade financeira
- Maior satisfação com a vida
Para os espíritas fica a forte convicção de que divulgar
o Espiritismo, esclarecendo as pessoas quanto a
realidade do Espírito, contribui para que as pessoas
tenham uma vida mais rica, profunda, ética e feliz.
[i] O
livro dos espíritos, item
799
[ii] O
livro dos espíritos, conclusão,
item 7