Doutrina
Espírita: respeito,
credibilidade e firmeza
de postulados
Em 3 de outubro de
1804, nascia em Lyon,
na França, Hippolyte
Léon Denizard Rivail,
Allan Kardec, o
Codificador da Doutrina
Espírita.
A Doutrina Espírita, por
ele codificada,
engrandeceu-se durante
todo esse tempo,
conquistando o respeito
e a credibilidade, pela
firmeza de seus
postulados, instituindo
a ligação do homem com o
Universo, dando-lhe as
chaves para a
compreensão dos
mistérios da chamada
morte e esclarecendo, de
maneira clara e
objetiva, as perguntas
seculares: "Quem eu
sou?"; "De onde eu
venho?"; "Para onde eu
vou?"
Personalidade ímpar,
Allan Kardec tornou-se
respeitado pela retidão
de caráter e pela
coerência de suas ações,
tendo sido cognominado
por Camille Flammarion
como O Bom Senso
Encarnado. Corajoso
e altivo, nunca
esmoreceu diante da
tarefa, bastante árdua,
como ele próprio dizia
em nota de 1o.
de janeiro de 1867,
quando se referia às
ingratidões de amigos,
ódios de inimigos,
injúrias e calúnias dos
fanáticos.
Ao observar o fenômeno
das mesas girantes, ou
falantes, não teve a
atitude covarde
de alguns pesquisadores,
que em nome de
convicções absurdas, têm
a pretensão de acharem
que são especialistas em
assuntos que não
conhecem. A dedução de
Allan Kardec foi a mais
lógica e sensata
possível: se uma mesa
não tem boca para falar,
cérebro para pensar
e nervos para sentir, as
respostas inteligentes
às perguntas formuladas
somente podem vir de uma
inteligência que não
vemos, ou seja, os
Espíritos. Esta foi a
conclusão do grande
Mestre.
Figura de respeito,
tinha o "semblante
severo quando estudava
ou magnetizava, mas
cheio de vivacidade
amena e sedutora quando
ensinava ou palestrava.
O que nele mais
impressionava era o
olhar estranho e
misterioso, cativante
pela brandura das
pupilas pardas,
autoritário pela
penetração a fundo na
alma do interlocutor.
Pousava sobre o ouvinte
como suave farol e não
se desviava abstrato
para o vago senão quando
meditava, a sós. E o que
mais personalidade lhe
dava era a voz, clara e
firme, de tonalidade
agradável e oracional,
que podia mesclar
agradavelmente desde o
murmúrio acariciante até
as explosões de
eloquência parlamentar.
Sua gesticulação era
sóbria, educada".
Era exemplar o seu
comportamento diante das
pessoas. "Quando ouvia
uma pessoa, enfiava o
polegar direito no
espaço entre dois botões
do colete, a fim de não
aparentar impaciência e,
ao contrário, convencer
de sua tolerância e
atenção. Conversando com
discípulos ou amigos
íntimos, apunha algumas
vezes a destra (mão
direita) no ombro do
ouvinte, num gesto
de familiaridade.
Mantinha rigorosa
etiqueta social diante
das damas." - Grandes
Vultos do Espiritismo, de
Paulo Alves Godoy (Edições
FEESP).
Colocado na galeria dos
grandes missionários e
benfeitores da
Humanidade, a morte de
Allan Kardec (em 31 de
março de 1869, em
Paris) foi assim
anunciada pelo Le
Journal Paris, em
3 de abril de 1869: "...
Vimo-lo deitado num
simples colchão, no meio
daquela sala da sessões
que há longos anos
presidia; vimo-lo com o
rosto calmo, como se
extinguem aqueles a quem
a morte não surpreende,
e que, tranquilos quanto
ao resultado de uma vida
honesta laboriosa,
deixam como que um
reflexo da pureza de sua
alma sobre o corpo que
abandonam à matéria.
Resignados pela fé em
uma vida melhor e pela
convicção na
imortalidade da alma,
numerosos discípulos
foram dar um último
olhar a esses lábios
descorados que, ainda
ontem, lhes falavam a
linguagem da Terra..."
Que adianta contar
detalhes da sua morte?
Que importa a maneira
pela qual o instrumento
se quebrou e porque
consagrar uma linha a
esses restos integrados
no imenso movimento das
moléculas? Allan Kardec
morreu na sua hora. Com
ele fechou-se o prólogo
de uma religião vivaz
que, irradiando a cada
dia, em breve terá
iluminado a Humanidade.
Ninguém melhor que Allan
Kardec poderia levar a
bom termo essa obra, à
qual era preciso
sacrificar as longas
vigílias que nutrem o
Espírito, a paciência
que ensina
continuamente, a
abnegação que desafia a
tolice do presente para
só ver a radiação do
futuro.
Seu nome, estimado como
o de um homem de bem, é
desde muito tempo
vulgarizado pelos que
creem e pelos que temem.
É difícil realizar o bem
sem chocar os interesses
estabelecidos.
O Espiritismo destrói
muitos abusos; - também
ergue muitas
consciências doloridas,
dando-lhes a convicção
da prova e a consolação
do futuro.
Na questão 798 de O
Livro dos Espíritos, Allan
Kardec pergunta: O
Espiritismo se tornará
uma crença comum
ou será apenas a de
algumas pessoas?
- Certamente
ele se tornará uma
crença comum e marcará
uma nova era na História
da Humanidade, porque
pertence à Natureza e
chegou o tempo em que
deve tomar lugar nos
conhecimentos humanos.
Haverá, entretanto,
grandes lutas a
sustentar, mais contra
os interesses do que
contra a convicção
porque não se pode
dissimular que há
pessoas interessadas em
combatê-lo, umas por
amor próprio e outras
por motivos puramente
materiais. Mas os seus
contraditores, ficando
cada vez mais isolados,
serão afinal forçados a
pensar como todos os
outros, sob pena de se
tornarem ridículos.
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