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por Eder Andrade

Caridade e mãos à obra


Muitos companheiros da Doutrina Espírita ainda esbarram na dúvida de como realizar a verdadeira caridade para com os necessitados que chegam à Casa Espírita!

Levando em conta que o número de sofredores materiais e espirituais vem aumentando, torna-se imperativo uma atitude de solidariedade mais eficaz, pois uma parcela necessita de ajuda material, porém a grande maioria apresenta uma carência de apoio e socorro espiritual.

Os antigos frequentadores e trabalhadores das Casas Espíritas constatam esses dados por intermédio do acolhimento aos frequentadores, que é realizado. Assim como existe o trabalho assistencial de atendimento às famílias carentes que são cadastradas, que recebem mensalmente uma ajuda, como uma cesta básica, agasalhos e material escolar. É realizado também o trabalho assistencial aos necessitados emocionais de uma escuta caridosa, conhecida como “Atendimento Fraterno”.

Nesse trabalho aqueles que buscam esclarecimento e orientação são direcionados para uma triagem com pessoas devidamente preparadas, que aconselham um procedimento, podendo ser um tratamento de fluidoterapia, assim como frequentar palestras públicas com maior frequência, realizar um estudo do ESDE (Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita) ou O Livro dos Espíritos, com o objetivo de expandir seu conhecimento, tendo uma maior compreensão da sua verdadeira condição pessoal, em outras palavras, o que se passa consigo.

O principal objetivo é despertar o autoconhecimento de cada um. E para isso ocorrer, é necessário colocar mãos à obra. Inicialmente desejar e buscar esse processo através do movimento conhecido como reforma íntima.

Não tenham dúvida que o processo de reeducação emocional, passa pelo convite do exercício da prática da caridade, além do estudo sistematizado e do autoconhecimento. Ninguém consegue se modificar num curto espaço de tempo, pois os comprometimentos que promoveram seu adoecimento mental e moral, foram atitudes repetitivas, ao longo de mais de uma encarnação. Esses sintomas não serão revertidos de uma hora para outra. Faz-se necessário a consciência de que o reequilíbrio, a reeducação de valores e a mudança de postura diante do semelhante, dependam do próprio enfermo.

A verdadeira caridade deve começar com o próprio indivíduo, na aceitação das suas dificuldades, assim como possíveis enfermidades. Da mesma forma um possível tratamento, mesmo que para isso deva rever seus valores culturais e suas crenças. O sofrimento que somos portadores pode refletir nossa falta de informação sobre as verdades espirituais que regem nossa vida, assim como nosso compromisso reencarnatório de mudanças a ser cumprido.

Na busca do Homem Integral2, como nos diz Joanna de Ângelis, uma longa estrada se descortina em nosso horizonte, longa caminhada que deveremos seguir com consciência e atitudes. Nada se processa de uma hora para outra. O exercício da fé raciocinada, deve ser acompanhado por obras. A mudança mental leva a uma mudança de vibração e consequentemente de hábitos e comportamentos. Passamos a renunciar às velhas paixões, que nos seduzem e nos locupletam, na busca pelo equilíbrio e bem estar interior, quando percebemos que o processo de mudança é um conjunto de iniciativas que passamos a ter que tomar diante de nossa vida.

Somos os responsáveis diretos pela nossa felicidade, promovendo nosso reequilíbrio, através da força de vontade em aplicar os conhecimentos que vamos recebendo e aprendendo, mesmo que para isso tenhamos que abrir mão de velhos hábitos arraigados e arrastamentos emocionais, muitos dos quais somos dependentes e reféns.

Poderão até dizer: “Tu tens a fé, mas eu tenho as obras. Mostra-me então a tua fé sem as obras. Porque eu dou-te a prova da minha fé através das minhas boas obras!” (Tiago 2:18)

No livro Paz e Renovação3, Emmanuel, pela mediunidade de Chico Xavier nos deixou essa interessante passagem: “...para que não venhamos a tombar nas trevas da ira ou do ódio, do orgulho ou da crueldade, só conhecemos um tipo de profilaxia espiritual: cada criatura deve orar, asserenar-se, abençoar os semelhantes, compreender que todos somos necessitados da Misericórdia Divina e resguardar a si mesma.”

O conhecimento das verdades espirituais oferecida pela Terceira Revelação ou a Doutrina Espírita, representam uma revelação de grandes proporções para a humanidade, mas o despertar da consciência é individual, não basta saber o que deve ser feito, precisamos nos movimentar, colocando mãos à obra e agindo em nosso favor.

Deixando o homem velho para trás e buscando edificar uma nova proposta de vida, mais consciente das nossas responsabilidades e para com todos aqueles que nos cercam. Tornamo-nos pessoas altruístas, dando exemplos a serem seguidos, quando passamos a desejar a felicidade dos outros, tanto quanto a nossa.

 

Referências:

1) Wikipédia (Enciclopédia livre)

2) Franco; Divaldo Pereira; O Homem Integral; Ed. Alvorada.

3) Xavier, Francisco Cândido; Paz e Renovação; Cap. 25; Ed. IDE.

 

 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita