Caridade e mãos à obra
Muitos companheiros da Doutrina Espírita ainda esbarram
na dúvida de como realizar a verdadeira caridade para
com os necessitados que chegam à Casa Espírita!
Levando em conta que o número de sofredores materiais e
espirituais vem aumentando, torna-se imperativo uma
atitude de solidariedade mais eficaz, pois uma parcela
necessita de ajuda material, porém a grande maioria
apresenta uma carência de apoio e socorro espiritual.
Os antigos frequentadores e trabalhadores das Casas
Espíritas constatam esses dados por intermédio do
acolhimento aos frequentadores, que é realizado. Assim
como existe o trabalho assistencial de atendimento às
famílias carentes que são cadastradas, que recebem
mensalmente uma ajuda, como uma cesta básica, agasalhos
e material escolar. É realizado também o trabalho
assistencial aos necessitados emocionais de uma escuta
caridosa, conhecida como “Atendimento Fraterno”.
Nesse trabalho aqueles que buscam esclarecimento e
orientação são direcionados para uma triagem com pessoas
devidamente preparadas, que aconselham um procedimento,
podendo ser um tratamento de fluidoterapia, assim como
frequentar palestras públicas com maior frequência,
realizar um estudo do ESDE (Estudo Sistematizado da
Doutrina Espírita) ou O Livro dos Espíritos, com
o objetivo de expandir seu conhecimento, tendo uma maior
compreensão da sua verdadeira condição pessoal, em
outras palavras, o que se passa consigo.
O principal objetivo é despertar o autoconhecimento de
cada um. E para isso ocorrer, é necessário colocar mãos
à obra. Inicialmente desejar e buscar esse processo
através do movimento conhecido como reforma íntima.
Não tenham dúvida que o processo de reeducação
emocional, passa pelo convite do exercício da prática da
caridade, além do estudo sistematizado e do
autoconhecimento. Ninguém consegue se modificar num
curto espaço de tempo, pois os comprometimentos que
promoveram seu adoecimento mental e moral, foram
atitudes repetitivas, ao longo de mais de uma
encarnação. Esses sintomas não serão revertidos de uma
hora para outra. Faz-se necessário a consciência de que
o reequilíbrio, a reeducação de valores e a mudança de
postura diante do semelhante, dependam do próprio
enfermo.
A verdadeira caridade deve começar com o próprio
indivíduo, na aceitação das suas dificuldades, assim
como possíveis enfermidades. Da mesma forma um possível
tratamento, mesmo que para isso deva rever seus valores
culturais e suas crenças. O sofrimento que somos
portadores pode refletir nossa falta de informação sobre
as verdades espirituais que regem nossa vida, assim como
nosso compromisso reencarnatório de mudanças a ser
cumprido.
Na busca do Homem Integral2, como nos
diz Joanna de Ângelis, uma longa estrada se descortina
em nosso horizonte, longa caminhada que deveremos seguir
com consciência e atitudes. Nada se processa de uma hora
para outra. O exercício da fé raciocinada, deve ser
acompanhado por obras. A mudança mental leva a uma
mudança de vibração e consequentemente de hábitos e
comportamentos. Passamos a renunciar às velhas paixões,
que nos seduzem e nos locupletam, na busca pelo
equilíbrio e bem estar interior, quando percebemos que o
processo de mudança é um conjunto de iniciativas que
passamos a ter que tomar diante de nossa vida.
Somos os responsáveis diretos pela nossa felicidade,
promovendo nosso reequilíbrio, através da força de
vontade em aplicar os conhecimentos que vamos recebendo
e aprendendo, mesmo que para isso tenhamos que abrir mão
de velhos hábitos arraigados e arrastamentos emocionais,
muitos dos quais somos dependentes e reféns.
“Poderão
até dizer: “Tu tens a fé, mas eu tenho as obras.
Mostra-me então a tua fé sem as obras. Porque eu dou-te
a prova da minha fé através das minhas boas obras!”
(Tiago 2:18)
No livro Paz e
Renovação3, Emmanuel, pela
mediunidade de Chico Xavier nos deixou essa interessante
passagem: “...para
que não venhamos a tombar nas trevas da ira ou do ódio,
do orgulho ou da crueldade, só conhecemos um tipo de
profilaxia espiritual: cada criatura deve orar,
asserenar-se, abençoar os semelhantes, compreender que
todos somos necessitados da Misericórdia Divina e
resguardar a si mesma.”
O conhecimento das verdades espirituais oferecida pela
Terceira Revelação ou a Doutrina Espírita, representam
uma revelação de grandes proporções para a humanidade,
mas o despertar da consciência é individual, não basta
saber o que deve ser feito, precisamos nos movimentar,
colocando mãos à obra e agindo em nosso favor.
Deixando o homem velho para trás e buscando edificar uma
nova proposta de vida, mais consciente das nossas
responsabilidades e para com todos aqueles que nos
cercam. Tornamo-nos pessoas altruístas, dando exemplos a
serem seguidos, quando passamos a desejar a felicidade
dos outros, tanto quanto a nossa.
Referências:
1) Wikipédia (Enciclopédia livre)
2) Franco; Divaldo Pereira; O Homem
Integral; Ed. Alvorada.
3) Xavier, Francisco Cândido; Paz e
Renovação; Cap. 25; Ed. IDE.
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