Imagine
“Seja onde for, abençoa para que a bênção dos outros
te acompanhe. Todas as criaturas e todas as coisas te
respondem segundo o toque de tuas palavras ou de tuas
mãos.” Scheilla
O leitor certamente conhece a canção composta por Yoko
Ono/John Lennon que tem o mesmo título deste artigo.
Nessa música existe um trecho em que eles convidam a
imaginarmos que não há países, que não existe motivo
para matar ou razão para morrer. Imagine, convidam os
autores mencionados, todas as pessoas vivendo a vida em
paz.
Em outro trecho da composição, a proposta deles é para
que imaginemos a ausência da ganância e da fome, a
irmandade entre os homens com as pessoas compartilhando
o mundo inteiro.
Prosseguindo na sugestão de Yoko Ono e John Lennon, não
seria, por enquanto, utópico se aquele que arquiteta a
guerra pensasse nas vantagens da paz?
Aquele que semeia o ódio refletisse no amor e no perdão?
Aquele que se propõe a desonestidade interrompesse essa
atitude em favor da honestidade?
Aquele que sente inveja se alegrasse com a felicidade do
seu próximo? Aquele que sentisse a aproximação do
orgulho e da vaidade lembrasse a frase de Sócrates ao
anunciar que só sabia que nada sabia?
Obviamente que o pensamento que se levanta diante dessas
situações é que tudo isso é uma tremenda utopia
inatingível num mundo de provas e expiações.
Lembramos então, mais um trecho da música Imagine que
diz exatamente o seguinte: você pode dizer que sou um
sonhador, mas eu não sou o único e espero que algum dia
você se junte a nós para que o mundo seja um só.
Se tudo o que foi escrito até agora pode parecer que não
tem nada a ver com a frase de irmã Scheilla
convidando-nos a abençoarmos as criaturas e as coisas, é
só refletirmos um pouco na lei da semeadura e colheita e
tudo se encaixa de uma maneira muito lógica.
Lembro-me de uma passagem ocorrida com Chico Xavier
narrada por um dos seus muitos biógrafos, de que ele,
enquanto ia apressado para o seu trabalho evitando o
atraso em suas atividades no emprego, retornou para
atender uma senhora que queria falar um minutinho com
ele.
Atendeu a senhora que se despediu do médium com um terno
e amoroso “Deus te abençoe!”. Nesse momento, Emmanuel
pede que Chico se volte e olhe para a mulher atendida.
Dela partiam energias altamente positivas em direção
daquele que havia proporcionado uma pequena cota do seu
tempo para ela.
É preciso amar a todos os que caminham conosco. Muito
difícil no atual momento evolutivo? Sem dúvida. Mas a
meta é essa. Quem ama, abençoa e quem abençoa é
abençoado.
Vejamos algumas lições do doutor José Carlos de Lucca no
livro Pensamentos que ajudam:
A melhor forma de recebermos bênçãos em nossa vida é nos
tornando bênçãos para os outros. A vida se pauta pela
lei da reciprocidade: o que damos recebemos. Se não
estamos gostando do que temos recebido, é importante
verificar o que temos dado de bom à vida. O egoísmo é a
pior maldade que fazemos conosco.
Abençoar é levar o bem para a vida do próximo, e fazemos
isso através de palavras, pensamentos e atitudes. Um
simples sorriso, uma palavra amiga, um pensamento bom ou
um abraço de conforto são luzes que lançamos na vida das
pessoas e que retornam a nós em forma de bênçãos das
mais variadas.
Diante da realidade de que a Providência Divina atende
as criaturas através das próprias criaturas, abençoando
ao semelhante tornaremos esse caminho bem mais acessível
ao socorro de que necessitamos.
Novamente nos valemos das
palavras do autor mencionado: Muitas
pessoas, porém, esperam pela bênção do céu de braços
cruzados. Não é coerente esperarmos que Deus nos abençoe
em alguma necessidade e, ao mesmo tempo, nos omitirmos
em ser a bênção possível na necessidade dos outros. Não
seria justo pensar que o bem que praticarmos pode ser a
porta que se abre ao bem de que necessitamos?
Todos desejamos um mundo melhor. Senão todos, pelo menos
a maioria. Que possamos ser pequeninos focos de bênçãos
em relação àqueles que conosco caminham nesta marcha
evolutiva na qual estamos inseridos.
Um dia haveremos de nos reencontrar num mundo
maravilhoso. Num mundo onde a canção Imagine seja
uma realidade.
Imagine e abençoe. E
quanto antes, melhor. (1)
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