Acima de nós
Quantas vezes, procuramos a paz, experimentando a
tortura do sedento que anseia pela glória!…
Em momentos assim, o passo mais expressivo será sempre a
nossa incondicional rendição a Deus, cuja sabedoria nos
guiará no rumo da tranquilidade operosa e tonificante.
Imperioso pensar nisso, porque frequentemente surgem no
cotidiano crises inesperadas que se nos envolvem na vida
mental, à feição de problemas classificados por
insolúveis no quadro das providências humanas.
Em muitas ocasiões, efetuaste quanto se te fazia
possível pela sustentação de um ente amado, no terreno
firme dos ideais superiores e, ainda assim,
assististe-lhe a queda espetacular nos precipícios de
sombra…
Entregaste os melhores valores da existência para a
felicidade de alguém que os recolheu, enquanto isso lhe
conferia vantagens imediatas, e, de um instante para
outro, sofreste inqualificável abandono, colhendo
injúria e sarcasmo, em troca de renunciação e de amor…
Responsabilizaste a ti mesmo pelo amigo que te deixou a
sós, no labirinto de negócios e compromissos
inquietantes, sem qualquer consideração para com os teus
testemunhos de confiança…
Deste o que és e quanto tens na proteção do grupo
doméstico, por tempo vasto de trabalho e de sacrifício,
e te viste, de repente, sob o desprezo daqueles mesmos
familiares que te deviam carinho e respeito, sem a menor
possibilidade de reivindicação…
Em tais circunstâncias, a prova se reveste de tamanha
complexidade que, quase sempre, não dispões de outro
recurso senão conservá-la por braseiro de angústia,
trancado no coração, porquanto, às vezes, no grave
assunto, os melhores amigos não te poderiam compreender,
de vez que, provavelmente, se inclinariam a intervenções
inoportunas, complicando-te os problemas.
Diante de quaisquer dificuldades, e, sobretudo, nas
horas de amargura suprema, confia à Divina Providência
as dores que te vergastam a alma!…
Todos nós, os Espíritos em evolução no Planeta, somos
ainda humanos e, nessa condição, nem sempre conseguimos
em nós mesmos a energia suficiente para a superação de
nossas deficiências…
À vista disso, nos momentos terríveis e agoniados da
adversidade terrestre, não abras falência diante do
desespero!… Recorre aos créditos do Pai do Infinito
Amor.
Nenhum de nós está órfão de amparo e socorro, luz e
bênção, porque ainda mesmo fracassem todas as nossas
forças, na direção do bem para o desempenho de nossas
obrigações, muito acima de nós e muito acima de nossos
recursos limitados e frágeis, temos Deus.
Do livro Alma
e Coração, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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