A primeira cura
Por que você está aqui? Por que você nasceu? Por que o
mundo está como está? Qual a finalidade disso tudo? A
resposta que espero é que estamos aqui para aprender a
amar, para agir como verdadeiros anjos de guarda uns dos
outros, para demonstrar amor e compaixão, para ajudar a
crescer. Está é a razão e o significado da vida. – Dr.
Bernie Siegel (livro: Os Caminhos do Coração)
Inquietamo-nos com as guerras que já se efetivam e com
aquelas que sinalizam como sendo possíveis no horizonte
da humanidade, oriundas em determinadas atitudes de
países que são divulgadas pelos meios de comunicação que
cada vez mais encurta a distância entre os povos.
Entristecemo-nos com a realidade de que seres humanos
catam nas latas de lixo o que comer ou até mesmo morrem
de fome enquanto tantas mesas ilustram o supérfluo.
A revolta visita nosso interior quando a impunidade
proporciona estímulo para a desonestidade em suas mais
diversas manifestações.
Os crimes denominados hediondos contaminam a psicosfera
do planeta e a nossa própria psicosfera interior porque
estamos mergulhados em convivência muito próxima com o
todo psíquico, se é que seja possível separá-los.
A intolerância religiosa e a injustiça social ganham
corpo diante de nossos olhos e de nossos braços cruzados
que não buscam nenhuma solução ou fazem frágeis esforços
para consegui-la.
O grande problema é contemplarmos essa situação
lamentável do planeta que nos serve de abençoada escola,
como se estivéssemos a uma distância muito grande e
confortável dos acontecimentos infelizes da humanidade
terrestre.
Justamente nesse momento de reflexão sobre onde estamos
nessa fase atual dos acontecimentos do planeta é que
começam adquirir força as duas primeiras indagações do
Dr. Siegel colocadas abaixo do título: por que você está
aqui? E por que você nasceu?
Será que fomos inseridos no contexto atual que tanto
lamentamos apenas como meros observadores e críticos ou
por alguma razão muito maior que ainda nem conseguimos
enxergar?
Qual a finalidade disso tudo, indaga Dr. Bernie e ele
mesmo proporciona a única solução que poderá solucionar
a situação do mundo atual: aprender a amar!
Observemos que ele não diz que estamos aqui para
amarmos, mas para aprendermos a amar!
Quando falamos em amar, temos o hábito de voltar
rapidamente nosso entendimento para fora de nós mesmos
como se fosse possível amar o que está em nosso entorno
sem amar-nos.
A lei maior anunciada pelos profetas e relembrada e
vivenciada por Jesus contém a condição de amar a Deus,
ao próximo e a nós mesmos! Sim! Também precisamos ser
amados por nós mesmos para, a partir daí, deixarmos que
o amor se derrame como a pequena fonte que entreabre as
pedras do caminho em direção ao pequeno filete de água
que um dia alcançará o oceano.
No livro Pensamentos Que Ajudam, editora
Interlítera, doutor José Carlos de Lucca tem um
ensinamento sobre essa condição como auxílio a nós
mesmos e ao mundo que tanta tristeza ainda revela pela
ausência do amor.
Diz ele na página A cura do mundo: “Quando
demonstramos amor, gentiliza e compaixão, cicatrizamos
muitas feridas. Eis a nossa mais importante missão no
mundo! A cada pessoa curada, um mundo menos violento. A
cada pessoa que é amada, um mundo mais benevolente. Essa
missão, porém, começa em nós mesmos. Cuidemos de nós,
curemos as nossas feridas com os santos óleos do amor:
do amor que aceita, acolhe, perdoa e nos transforma no
melhor que podemos ser. Paremos de viver como pássaros
feridos! Seja a nossa paz o melhor presente ao mundo.
Ofereçamos beleza ao mundo, que anda tão feio. Mais
arte. Mais encontro. Mais gentileza e cordialidade. Mais
fraternidade e humanidade. Mais empatia e simpatia.
Menos fofoca. Menos crítica. Menos rabugice, cara feia e
imundície! Estamos aqui porque o mundo precisa do nosso
amor.”
O grande problema é que ficamos aguardando que toda essa
beleza, esse comportamento ideal venha até nós, se
aproxime e nos abrace como se fôssemos o único ou mais
necessitado do planeta. Não! O mundo está doente
necessitando da medicação do amor. Todos os habitantes
da Terra estão urgentemente necessitados! O estado dessa
necessidade já passou de urgência para o regime de
emergência se de fato quisermos um mundo melhor, mais
justo, onde o amor passe a predominar ou pelo menos a
equilibrar a proporção do amor em relação ao ódio entre
aqueles que continuarão a merecer a frequentar a escola
da Terra.
Reparemos que na oração de São Francisco, ele pede a
Deus que o empregue como instrumento do amor e da paz. O poverelo de
Assis caminha em direção aos necessitados que são muitos
já naquela época. Ele toma a iniciativa de medicar as
almas para que um mundo melhor fosse possível.
Francisco já havia entendido por que estava aqui e por
que havia nascido!
Essa dúvida já se fez presente em nossa consciência ou
somente prosseguimos apontando para a ausência do amor e
a presença do ódio na humanidade terrestre?