O controle do pensamento segundo a
doutrina espírita
A doutrina espírita procura nos orientar que é possível
orar e vigiar nossas atitudes, assim como nossas formas
de pensamento. Aparentemente é difícil para o iniciante
ter um controle sobre as emoções que eclodem em sua
mente, assim como o tipo de afinidade com aqueles que
ele simpatiza.
Sabemos pela história bíblica que podemos pecar por
ações e por pensamentos, porém existe uma dúvida como
realizar um controle mental a ponto de impedir que
formas de pensamentos externas invadam a nossa mente de
assalto e permaneçam gravitando no nosso mundo interior.
No livro psicografado por Chico Xavier, Fonte Viva 1, encontramos
a orientação de Paulo aos Tessalonicenses, quando
disse: “Raios
anestesiantes são desfechados sobre o ânimo dos
aprendizes por todas as forças contrárias ao Evangelho
salvador”.
Segundo Paulo, sempre existirão forças mentais
contrárias aos interesses do bem, porém deveremos
cultivar o bem, através da prática do amor ao próximo e
do exercício da caridade.
Existe um processo lento e eficaz de higienização mental
onde o encarnado através de leituras edificantes,
consegue construir uma barreira vibratória, dificultando
o assédio de pensamentos externos induzidos por mentes
desencarnadas e até encarnadas que convivemos que
desejam nos desequilibrar.
Sabemos que somos espíritos imperfeitos em processo de
amadurecimento do senso moral e dessa maneira
encontramos muita dificuldade em conseguir manter uma
distância estratégica dos processos de perturbação que
acontecem na nossa sociedade e que somos vítimas fáceis,
devido ao nosso atraso moral e espiritual, isso sem
falar nas nossas afinidades mórbidas.
Seria possível blindar a nossa mente contra a invasão de
formas de pensamento externas, que nos assediam e nos
desequilibram?
Segundo os espíritos, esse é um trabalho lento e
constante. Possível de se realizar através do cultivo de
boas formas de pensamento, boas leituras, o hábito da
prece, assim como a escolha das informações que nutrimos
e interagimos no nosso dia a dia. Na verdade, por
afinidade, acabamos permitindo que certos pensamentos
sejam atraídos para o nosso mundo mental, por sintonia e
afinidade da nossa parte. Diríamos que neste processo
existe uma contradição que só pode ser superada pelo
amadurecimento do senso moral e o esclarecimento
doutrinário de cada um de nós.
Encontramos no livro Vinha de Luz 2,
psicografado por Chico Xavier e ditado por Emmanuel,
mais uma vez o apóstolo Paulo, deixando seu
conhecimento, desta vez para os Efésios, quando disse: “As
forças contrárias ao bem, meu amigo, alvejar-te-ão o
mundo íntimo, através de todos os flancos. Defende a tua
moradia interior. Examina o revestimento defensivo que
vens usando, em matéria de desejos e crenças, de
propósitos e ideias, para que os projéteis da maldade
não te alcancem por dentro”.
Nessas duas passagens, o apóstolo Paulo sugere a ideia
de um capacete, uma couraça ou proteção mental,
com a aplicação do evangelho em nossa vida, de forma a
promover dentro das nossas possibilidades uma defesa
vibratória às interferências externas, que venham a
prejudicar nossa vida e o nosso equilíbrio mental e
espiritual.
Lamentavelmente o encarnado se torna refém das suas
escolhas, ligadas diretamente à sua afinidade. O doente
mental luta contra algo que ele mesmo é permissivo. A
reeducação do espírito representa o primeiro grande
passo para um controle das formas de pensamento que nos
locupletamos.
Os desencarnados e até encarnados que projetam
pensamentos sombrios em nossas mentes, conseguem
realizar por afinidade vibratória, ou seja, somos
coparticipantes do nosso processo de perturbação. Nossas
afinidades e sintonias, favorecem a manutenção do clima
pesado mental que somos portadores.
Existe um termo conhecido no Espiritismo como "hálito
mental". As formas de pensamento que nutrimos
naturalmente, produzem aromas, seria a psicosfera mental
de cada um! Elas refletem nossa evolução moral e
sinalizam o que poderíamos fazer para nos melhorarmos!
No livro psicografado por Chico Xavier e também ditado
por Emmanuel, Pensamento e Vida 3,
existe um capítulo que explica sobre associação mental,
em outras palavras, vivemos em um condomínio de mentes
ou no dizer dos jovens de hoje que estamos conectados
"em rede".
Para impedir uma invasão de pensamentos externos,
devemos ter uma defesa ou proteção que no caso da
Doutrina Espírita é o Evangelho Segundo o Espiritismo e
o hábito da prece.
A Doutrina Espírita não é proselitista e adverte que
todos aqueles que desejam se melhorar como indivíduos,
devem fazer o bom uso do seu livre arbítrio, buscando o
esclarecimento de uma fé raciocinada e não se esquecendo
que as mudanças ocorrem com exemplos e atitudes
positivas da nossa parte.
Reconhecemos que não é uma tarefa fácil, mas também não
é impossível. O movimento de Evangelização é individual
e intransferível e vai atuar como um Firewall impedindo
invasões e nos protegendo. Essa seria uma explicação
simples e didática para como tentar nos proteger nesses
momentos difíceis que estamos passando.
Uma explicação para jovens iniciantes e nova
recomendação aos mais velhos, lembramos sempre as
palavras do Mestre quando dizia: “Vá e não peques
mais”, em outras palavras, não venha a recair no
contexto que te levou a adoecer fisicamente e se
comprometer mentalmente.
Uma tarefa delicada sem dúvida, mas nunca impossível!
Referências:
1. Xavier,
Francisco Cândido; Fonte Viva; item. 94 –
Capacete de esperança; FEB.
2. _____________; Vinha
de Luz; item 140 – O Capacete; FEB.
3. _____________; Pensamento
e Vida; Cap. 8 – Associação; FEB.
4. Wikipédia (Enciclopédia
livre).
|