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por Eder Andrade

 

O controle do pensamento segundo a doutrina espírita


A doutrina espírita procura nos orientar que é possível orar e vigiar nossas atitudes, assim como nossas formas de pensamento. Aparentemente é difícil para o iniciante ter um controle sobre as emoções que eclodem em sua mente, assim como o tipo de afinidade com aqueles que ele simpatiza.

Sabemos pela história bíblica que podemos pecar por ações e por pensamentos, porém existe uma dúvida como realizar um controle mental a ponto de impedir que formas de pensamentos externas invadam a nossa mente de assalto e permaneçam gravitando no nosso mundo interior.

No livro psicografado por Chico Xavier, Fonte Viva 1, encontramos a orientação de Paulo aos Tessalonicenses, quando disse: Raios anestesiantes são desfechados sobre o ânimo dos aprendizes por todas as forças contrárias ao Evangelho salvador”. Segundo Paulo, sempre existirão forças mentais contrárias aos interesses do bem, porém deveremos cultivar o bem, através da prática do amor ao próximo e do exercício da caridade.

Existe um processo lento e eficaz de higienização mental onde o encarnado através de leituras edificantes, consegue construir uma barreira vibratória, dificultando o assédio de pensamentos externos induzidos por mentes desencarnadas e até encarnadas que convivemos que desejam nos desequilibrar.

Sabemos que somos espíritos imperfeitos em processo de amadurecimento do senso moral e dessa maneira encontramos muita dificuldade em conseguir manter uma distância estratégica dos processos de perturbação que acontecem na nossa sociedade e que somos vítimas fáceis, devido ao nosso atraso moral e espiritual, isso sem falar nas nossas afinidades mórbidas.

Seria possível blindar a nossa mente contra a invasão de formas de pensamento externas, que nos assediam e nos desequilibram?

Segundo os espíritos, esse é um trabalho lento e constante. Possível de se realizar através do cultivo de boas formas de pensamento, boas leituras, o hábito da prece, assim como a escolha das informações que nutrimos e interagimos no nosso dia a dia. Na verdade, por afinidade, acabamos permitindo que certos pensamentos sejam atraídos para o nosso mundo mental, por sintonia e afinidade da nossa parte. Diríamos que neste processo existe uma contradição que só pode ser superada pelo amadurecimento do senso moral e o esclarecimento doutrinário de cada um de nós.

Encontramos no livro Vinha de Luz 2, psicografado por Chico Xavier e ditado por Emmanuel, mais uma vez o apóstolo Paulo, deixando seu conhecimento, desta vez para os Efésios, quando disse: As forças contrárias ao bem, meu amigo, alvejar-te-ão o mundo íntimo, através de todos os flancos. Defende a tua moradia interior. Examina o revestimento defensivo que vens usando, em matéria de desejos e crenças, de propósitos e ideias, para que os projéteis da maldade não te alcancem por dentro”.

Nessas duas passagens, o apóstolo Paulo sugere a ideia de um capacete, uma couraça ou proteção mental, com a aplicação do evangelho em nossa vida, de forma a promover dentro das nossas possibilidades uma defesa vibratória às interferências externas, que venham a prejudicar nossa vida e o nosso equilíbrio mental e espiritual.

Lamentavelmente o encarnado se torna refém das suas escolhas, ligadas diretamente à sua afinidade. O doente mental luta contra algo que ele mesmo é permissivo. A reeducação do espírito representa o primeiro grande passo para um controle das formas de pensamento que nos locupletamos.

Os desencarnados e até encarnados que projetam pensamentos sombrios em nossas mentes, conseguem realizar por afinidade vibratória, ou seja, somos coparticipantes do nosso processo de perturbação. Nossas afinidades e sintonias, favorecem a manutenção do clima pesado mental que somos portadores.

Existe um termo conhecido no Espiritismo como "hálito mental". As formas de pensamento que nutrimos naturalmente, produzem aromas, seria a psicosfera mental de cada um! Elas refletem nossa evolução moral e sinalizam o que poderíamos fazer para nos melhorarmos!

No livro psicografado por Chico Xavier e também ditado por Emmanuel, Pensamento e Vida 3, existe um capítulo que explica sobre associação mental, em outras palavras, vivemos em um condomínio de mentes ou no dizer dos jovens de hoje que estamos conectados "em rede".

Para impedir uma invasão de pensamentos externos, devemos ter uma defesa ou proteção que no caso da Doutrina Espírita é o Evangelho Segundo o Espiritismo e o hábito da prece.

A Doutrina Espírita não é proselitista e adverte que todos aqueles que desejam se melhorar como indivíduos, devem fazer o bom uso do seu livre arbítrio, buscando o esclarecimento de uma fé raciocinada e não se esquecendo que as mudanças ocorrem com exemplos e atitudes positivas da nossa parte.

Reconhecemos que não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível. O movimento de Evangelização é individual e intransferível e vai atuar como um Firewall impedindo invasões e nos protegendo. Essa seria uma explicação simples e didática para como tentar nos proteger nesses momentos difíceis que estamos passando.

Uma explicação para jovens iniciantes e nova recomendação aos mais velhos, lembramos sempre as palavras do Mestre quando dizia: “Vá e não peques mais”, em outras palavras, não venha a recair no contexto que te levou a adoecer fisicamente e se comprometer mentalmente.

Uma tarefa delicada sem dúvida, mas nunca impossível!

 

Referências:

1. Xavier, Francisco Cândido; Fonte Viva; item. 94 – Capacete de esperança; FEB.

2. _____________; Vinha de Luz; item 140 – O Capacete; FEB.

3. _____________; Pensamento e Vida; Cap. 8 – Associação; FEB.

4. Wikipédia (Enciclopédia livre).


 
 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita