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por José Reis Chaves

São Paulo chamava o nosso espírito de sopro


Meus leitores sabem que eu não busco a literatura, mas apenas a linguagem correta para apresentar, com simplicidade e clareza, as ideias de fundo espiritualista, bíblico, teológico de acordo com a doutrina espírita e sem preconceito contra nenhuma outra doutrina. E assim é que vou tratar, de novo, de mais um desses assuntos de um modo objetivo e direto, sem entrar em pormenores das questiúnculas das polêmicas dos teólogos do alvorecer do cristianismo e de hoje. Atualmente, teólogos católicos ensinam que devemos considerar também os teólogos heréticos dos primeiros séculos do cristianismo como parte integrante dos chamados Padres da Igreja, pois, eles também ajudaram a construir a Teologia Cristã...

São Paulo chamava o nosso espírito de ‘sopro’: “É preciso marchar, não segundo a carne, mas segundo o ‘sopro’ (Romanos 8: 4). Isso nos faz lembrar o muito conhecido ‘sopro’ (a alma) que Deus, figuradamente, ‘soprou’ nas narinas de Adão, após criar seu corpo do pó da terra, dando-lhe, a vida (Gênesis). E, assim, temos mais um exemplo de que Paulo não aceitava o Espírito Santo segundo as ideias dos teólogos que o instituíram na Santíssima Trindade, o que, aliás, foi bem depois que Paulo morreu e que, portanto, nem sequer ele o conheceu, como, aliás, aconteceu também com Jesus.
Realmente, como têm demonstrado à saciedade as matérias desta coluna, o Espírito Santo da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade para Paulo é o conjunto de todos os espíritos humanos. Diz ele: não sabeis que vosso corpo é templo do Espírito Santo (o ‘sopro’) que habita em vós? E lembramos que a prova de que se trata mesmo do nosso ‘sopro’ ou alma é que ele tem a identidade de cada um de nós, e não a identidade do próprio Deus. Mas, de fato, de algum modo, é como se Deus habitasse em nós, pois, o ‘sopro’ ou alma é emanado por Deus, por isso é divino, sim, pois, é uma centelha divina. E Deus está em qualquer lugar onde Ele quiser estar, o que é panenteísmo e não panteísmo.
Porém, os teólogos ensinaram que o Espírito Santo da Terceira Pessoa era Deus, o que gerou uma grande confusão no cristianismo e sem solução até hoje. A única explicação que os teólogos deram para essa grande confusão é que se trata de um mistério de Deus. Mas, na realidade, se trata de mistério deles próprios, pois foram eles que criaram esse imbróglio e que foi transformado por eles em dogma, e ai de quem o negasse... E assim ficou até hoje.
Cabe à cúpula eclesiástica hierárquica da Igreja Católica retificar esse erro teológico, ela que é a maior e a mais respeitada das Igrejas Cristãs, pois, isso já levou, inclusive, muitos cristãos para o materialismo...
Com Paulo, valorizemos o ‘sopro’ santo de cada um de nós, e ponhamo-lo em prática!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita