Missão do homem
inteligente
Encontramos no Evangelho considerações sobre a “missão
do homem inteligente na Terra”. O ditado ninguém é
insubstituível tem seus limites. A inteligência não
é tão simples de ser avaliada por outrem já que aptidões
existem em todas as áreas e às vezes tão sutil que é
notada apenas por um mínimo grupo de pessoas. Certo é
que a inteligência foi possibilitada seja no grau que
for para promover evolução da vida planetária. É uma
responsabilidade ímpar, já que sempre existirá alguém
que dependerá daquele dotado dessa peculiaridade em
maior intensidade.
Esse comprometimento é aumentado quando se trata de
governantes que têm sob a responsabilidade a condução
dos desígnios de um povo, e certamente se essa aptidão
for utilizada equivocadamente ou maldosamente terá o
líder reencarnante de prestar contas ao Criador, e até
mesmo já nesta vida acaba sofrendo consequências das
imprudências, podendo inclusive perder o poder, se
colocar em risco os preceitos do Pai Maior.
Vejamos o que disse um Espírito Protetor chamado
Ferdinando, no ano 1862 em Bordéus: “Não vos ensoberbeis
do que sabeis, porquanto esse saber tem limites muito
estreitos no mundo em que habitais. Suponhamos sejais
sumidades em inteligência neste planeta: nenhum direito
tendes de envaidecer-vos. Se Deus, em seus desígnios,
vos fez nascer num meio onde pudestes desenvolver a
vossa inteligência, é que quer a utilizeis para o bem de
todos; é uma missão que vos dá, pondo-vos nas mãos o
instrumento com que podeis desenvolver, por vossa vez,
as inteligências retardatárias e conduzi-las a Ele. A
natureza do instrumento não está a indicar a que
utilização deve prestar-se? A enxada que o jardineiro
entrega a seu ajudante não mostra a este último que lhe
cumpre cavar a terra? Que diríeis, se esse ajudante, em
vez de trabalhar, erguesse a enxada para ferir o seu
patrão? Diríeis que é horrível e que ele merece expulso.
Pois bem: não se dá o mesmo com aquele que se serve da
sua inteligência para destruir a ideia de Deus e da
Providência entre seus irmãos? Não levanta ele contra o
seu senhor a enxada que lhe foi confiada para arrotear o
terreno? Tem ele direito ao salário prometido? Não
merece, ao contrário, ser expulso do jardim? Sê-lo-á,
não duvideis, e atravessará existências miseráveis e
cheias de humilhações, até que se curve diante daquele a
quem tudo deve. A inteligência é rica de méritos para o
futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se
todos os homens que a possuem dela se servissem de
conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os
Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade avance.
Infelizmente, muitos a tornam instrumento de orgulho
perdição contra si mesmos. O homem abusa da inteligência
como de todas as suas outras faculdades e, no entanto,
não lhe faltam ensinamentos que o advirtam de que uma
poderosa mão pode retirar o que lhe concedeu”.
Paz a todos.
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