Fazendo a nossa
parte
“Quando oramos e
seguimos com as
mãos vazias de
atitudes, nossa
prece fica no
meio do
caminho.” – Do
livro: Pensamentos
Que Ajudam
Madre Teresa de
Calcutá tinha
uma frase que
dizia mais ou
menos o
seguinte: as
mãos que
trabalham no bem
ao semelhante
são mais
abençoadas do
que os lábios
que oram.
Orar é conversar
com Deus
utilizando-nos
de nossas
palavras. Rezar
é repetir uma
oração
previamente
existente. A
humanidade ainda
não percebeu
essa diferença e
continua a rezar
ao invés de
orar.
Muitas pessoas
não entendem bem
a finalidade da
oração, que é
exatamente pedir
forças ao
Criador para
prosseguirmos no
caminho correto
em meio aos
embates da
existência
física. Não é
para pedir o
afastamento das
provas e
expiações de que
temos
necessidade. De
que adiantaria
reencarnarmos se
Deus sustasse
através de um
pedido nosso
tudo aquilo que
atormenta e
coloca em risco
o homem físico?
O olhar paternal
de Deus recai
sobre todos os
seus filhos. Por
isso, a
necessidade de
entendermos que
somos filhos
Dele em espírito
e não através do
abençoado corpo
material que nos
foi ofertado
pelos nossos
pais aqui na
Terra.
Se recordarmos o
embrião ou o
feto que se
desenvolve
dentro do útero
materno, podemos
fazer uma
analogia do
Espírito em
relação ao seu
Criador.
Assim como o ser
em
desenvolvimento
no ventre da mãe
necessita da
ligação através
da placenta com
aquela que o
está gerando,
nós necessitamos
dessa ligação
com a
Providência
Divina.
Paulo definiu
magistralmente
nossa relação
com o Pai ao
afirmar que em
Deus existimos e
em Deus nos
movemos.
A criança,
quando sai do
útero materno,
adquire aos
poucos as
condições de
sobrevivência
por si mesma. O
Espírito imortal
necessita cada
vez mais do seu
Criador, de onde
provém
incessantemente
o alimento para
percorrermos a
jornada
evolutiva.
Penso que,
contrariamente
ao caso da
criança que sai
do útero e passa
a se assenhorar
de sua
sobrevivência, o
Espírito
necessita cada
vez mais da
integração com o
Divino, de onde
promanam os
recursos para
sua caminhada em
busca da
perfeição para a
qual foi criado.
E esse vínculo é
alimentado pela
oração dinâmica,
ou seja, daquela
oração que não
fica no meio do
caminho, mas que
completa o seu
objetivo através
da ação na
construção
positiva da
parte que nos
compete
realizar.
Doutor José
Carlos de Lucca
no livro Pensamentos
Que Ajudam,
Editora
Interlítera, na
página
intitulada Dupla
de auxílio,
nos ensina: Mas
somente orar não
basta. É preciso
agir! Ir ao
encontro das
soluções para
nossas
dificuldades.
Ninguém fará
esse trabalho
por nós. Do
mundo
espiritual, vem
a força, a
orientação; do
Evangelho, vem a
indicação do
caminho a
seguir, mas, da
nossa parte,
deve vir a
atitude
correspondente
ao ideal de
melhoria. Por
isso Allan
Kardec fala na
força superior
das boas
atitudes. Quando
oramos e
seguimos com as
mãos vazias de
atitudes, nossa
prece fica no
meio do caminho.
Lembro-me de uma
história
conhecida de uma
pessoa que
encontrou uma
imensa loja de
Deus, um local
onde poderia
adquirir as
qualidades de
que carecia.
Maravilhada,
essa pessoa viu
que ali estavam
gratuitamente as
soluções para
muitos de seus
problemas.
Existiam à
disposição dos
necessitados o
perdão, a
caridade, a
benevolência, a
medicação contra
a inveja, o
orgulho, a
vaidade e o
egoísmo.
Existiam também
a indulgência
para com as
imperfeições
alheias, o
silêncio para a
maledicência, a
compreensão, a
renúncia e,
enfim, o remédio
para todos os
males que ainda
caracterizam as
mazelas das
almas em
trânsito para a
conquista da
perfeição.
A pessoa,
empolgadíssima,
foi encomendando
um quilo disso,
tantos gramas
daquilo, meio
pacote disso, um
pacote inteiro
daquilo etc.
No final da
compra, quando
passou para
retirar a grande
quantidade do
que havia
escolhido para
corrigir suas
imperfeições,
recebeu apenas
um discreto
pacote.
Sem compreender
como uma compra
grande como a
que fizera se
resumia a um
pequeno
embrulho, foi
esclarecida de
que, naquela
loja de Deus,
doavam-se apenas
as sementes.
Caberia à pessoa
cultivá-las,
para que tudo
crescesse e
desse os frutos
de que ela
necessitava.
Como orar a Deus
pedindo paz no
lar se
funcionamos como
elemento de
discórdia?
Como orar
pedindo saúde a
Deus se não
zelamos pelo
bem-estar de
nosso corpo
físico
envolvendo-nos
com as mais
diversas
extravagâncias?
Como orar a Deus
pedindo pelos
filhos amados se
não temos tempo
para
demonstrar-lhes
amor através do
auxílio de que
necessitam?
Quando
procedemos
assim, nossa
oração para no
meio do caminho
por faltar a
parte que nos
cabe realizar.
Encerramos com
os ensinamentos
do autor
mencionado, na
mesma página
citada da obra: É
preciso lembrar
que Deus costuma
agir através dos
nossos passos e
caminhos. Quando
agimos com amor,
a começar por
nós mesmos, o
caminho fica
livre para Deus
realizar o
melhor por nós.
Vamos através da
ação aliada à
oração dar sinal
verde para a
Providência
Divina?