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por Martha Triandafelides Capelotto

 

A verdadeira felicidade


Apesar de todos os acontecimentos tristes que nos chegam todos os dias por meio dos canais de comunicação, nunca se falou tanto da necessidade de o homem buscar a sua melhora como condição “sine qua non” para a melhora do coletivo. Apesar de todos os acontecimentos nefastos, tanto aqueles de ordem mais individualizada como também os que atingem a maioria de nós, percebemos que há um desejo contido, inexpresso, de se conquistar a felicidade, de sermos felizes, apesar de todos os obstáculos que defrontamos todos os dias. Esse desejo é perfeitamente compreensível, pois fomos criados para sermos felizes. E por que não somos? O que está faltando ou o que não estamos observando para atingirmos esse estado d’alma que nos envolveria e atingiria, consequentemente, todos aqueles que jornadeiam junto a nós?

A resposta não é difícil, mas a execução, sim.

No Livro dos Espíritos, na questão 967, ao indagar Kardec no que consistiria a felicidade dos bons espíritos, eles responderam: “felicidade para os bons Espíritos é conhecer todas as coisas, não ter ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição, nem qualquer das paixões que fazem a infelicidade dos homens. O amor que os une é para eles a fonte de uma suprema felicidade. Eles não experimentam nem as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida material. São felizes do bem que fazem.”

Assim, de imediato, percebemos que a felicidade para aqueles que já estão num patamar espiritual mais elevado é o desprendimento material, ou seja, a ausência das necessidades materiais tão fortemente arraigada em nós e ainda uma fonte de prazeres. A não realização desses prazeres é causa de incontáveis sofrimentos existentes no nosso meio, como se vivêssemos constantemente sob tortura.

Outro aspecto mencionado como fator que poderia trazer mais felicidade é a busca do conhecimento, não apenas o intelectual, mas acima de tudo a busca pelos valores morais e espirituais. Conhecer todas as coisas, num processo contínuo e ininterrupto, absorvendo os ensinamentos e exteriorizando-os através de uma conduta reta, íntegra e acima de tudo, vigilante, pois sabemos já, com muita propriedade, o quanto é difícil vencer o mundo, com suas tentações, com suas ofertas, na maioria das vezes, inacessíveis à maioria. Conhecer e trabalhar, essa é a faina do aprendiz que inicia seu processo de doação, de atividades de amor ao próximo.

Por outro lado, para que o aprendiz, com o passar dos tempos não caia em desânimo, sentindo que todos os seus esforços foram inócuos, pois essa situação é mais corriqueira do que se imagina, é preciso doses de paciência e atenção às suas próprias necessidades mais profundas. Trabalhar e estudar são os caminhos de descoberta e fortalecimento. Todavia, se essas tarefas não se aplicarem ao serviço essencial de autotransformação, como decorrência da busca daquilo que realmente somos, conhecendo nossos sentimentos e emoções, deixaremos de semear no nosso terreno pessoal as sementes vigorosas que vão nos dar, no futuro, a liberdade e a felicidade tão almejadas por nós.

Assim, não existe felicidade sem o pleno conhecimento de nós mesmos. O mergulho interior é indispensável e a convivência, nesse contexto, é escola bendita.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita