Planejamento
reencarnatório
de Jerônimo
Mendonça
É bastante
conhecida do
movimento
espírita a
comovente
história do
valoroso
Jerônimo
Mendonça que,
paralisado numa
cama ortopédica
por mais de 30
anos, ficou
conhecido como
o Gigante
Deitado,
face aos
esforços no bem
e trabalho
exemplar que
desenvolveu,
mesmo estando
imobilizado pela
enfermidade e
cego. Natural de
Ituiutaba-MG,
onde nasceu a 1
de novembro de
1939, retornou à
Pátria
Espiritual aos
50 anos no dia
26 de novembro
de 1989. Gigante
na palavra e na
ação fundou
instituições,
publicou livros
e viajou pelo
Brasil, sempre
em sua maca,
para espalhar
esperança e
conforto aos
corações.
Eis que pela
mediunidade de
Célia Xavier de
Camargo – médium
de diversos e
consagrados
livros de
diferentes
autores e
residente em
Rolândia-PR – o
Espírito
Jerônimo
Mendonça enviou,
pela
psicografia, em
2008, o belo
romance Asas
da Liberdade, na
época publicado
pela PETIT, que
relata suas
próprias
experiências de
existências
passadas e que
resultaram nas
aflições e
dificuldades da
recente
experiência
difícil vivida
no Brasil na
condição de
tetraplégico.
Relata ele em
seu livro:
“(...) Através
do tempo,
reencarnei
inúmeras vezes.
Envergando
personalidades
diversas, sofri
e fiz sofrer,
torturei e fui
torturado, ainda
causei muito
mal. Enfrentei
dores acerbas
até que, nesse
ir-e-vir
constante e
alternado, ora
em experiências
na Terra, ora no
mundo
espiritual, a
consciência
começou a
despertar,
mostrando-me que
recebemos sempre
o que plantamos.
Então passei a
entender que
causando o mal
receberia o mal
de retorno, mas
que, por outro
lado, fazendo o
bem, colheria
bênçãos
infinitas. Dessa
forma
modifiquei-me
lentamente,
acendendo no
íntimo o desejo
de ser melhor.
(...) Tornava a
errar e a me
comprometer,
gerando o mal e
me digladiando
com aqueles que
eu enxergava
como adversários
ou inimigos. Até
que, finalmente,
consegui vencer
minha natureza
rebelde,
orgulhosa e
egoísta. (...)”.
E prossegue com
sabedoria:
“(...) comecei a
sentir a
necessidade de
reduzir meus
clamorosos
débitos com a
justiça divina e
também de provar
as mudanças que
eu acreditava
ter incorporado,
em definitivo,
ao ser
espiritual,
razão por que
desejei
reencarnar. No
íntimo, ansiava
por voltar em
situação de
sofrimento que
me permitisse
testar meus
próprios
valores. Assim,
planejei
retornar com uma
enfermidade que
me deixasse
inapelavelmente
num leito, cego,
sem fala e sem
audição. Os
benfeitores
acolheram-me a
sugestão de
planejamento
reencarnatório
com algumas
ressalvas. Um
deles, de
condição mais
elevada, (...),
considerou: a –
Caro irmão
Jerônimo. Muito
justo seu desejo
de retornar às
lides terrenas
na reafirmação
de tuas
conquistas, ao
mesmo tempo que
trazes no íntimo
o anseio de
reparar débitos
construídos em
encarnações
passadas.
Louvamos seu
propósito. No
entanto, dessa
maneira ficarias
restrito ao
padecimento
físico,
utilizando a tua
condição para
desenvolver,
especialmente, a
resignação, a
paciência e
valores íntimos
de elevação por
meio da prece,
em contato com
as esferas
espirituais.
(...)”.
E aí conhecemos
a sabedoria do
planejamento
reencarnatório.
Prossegue o
texto:
“(...)
considerando-se
tua condição
moral e
espiritual,
entendemos que
podes fazer
mais, para que
teu retorno ao
palco do mundo
adquira novo
significado pela
exemplificação
do Evangelho do
Cristo. Então,
sugerimos que
deves renascer
com os talentos
da fala e da
audição, para
que te sirvam de
poderosa
alavanca no
exercício do
bem, de que a
seara de Jesus
tanto necessita.
(...)”
Depois de
valiosas páginas
– aliás muito
esclarecedoras
que o leitor não
pode deixar de
ler até para
compreender o
processo todo na
íntegra – e
revelando
humildade e
elevação,
prossegue o
autor
espiritual:
“(...) Os olhos,
antes utilizados
para fazer e
enxergar tantas
coisas más,
agora só viam o
mundo
espiritual,
desenvolvendo-me
a sensibilidade
e a intuição
superior; os
ouvidos, que
tanto foram
usados para
escutar o mal,
agora ouviam as
reclamações das
pessoas, suas
queixas, seus
pedidos, que
procurava
atender na
medida do
possível; depois
de tanto
aprisionar
pessoas, no
próprio corpo
tinha agora a
prisão que
merecia; o
coração tantas
vezes impassível
e indiferente
diante do
sofrimento
alheio, agora
apresentava uma
doença cardíaca
que provocava
dor aguda,
levando-me a
entender o
sofrimento de
inúmeras
mulheres que
tiveram o
coração
extirpado por
minha causa.
(...) e a voz,
não raro
empregada para
seduzir,
humilhar,
condenar,
servia-me agora
para gerar
melhores
condições a
quantos me
ouviam falar dos
ensinamentos
morais do
Evangelho e dos
conhecimentos da
Doutrina
Espírita, aquela
mesma voz que
desejara não ter
em virtude dos
homens que
perderam a
língua e a voz
para que não
pudessem relatar
os absurdos que
pratiquei.
(...)”.
O planejamento
reencarnatório,
sábio pela
condução dos
benfeitores
espirituais e
que leva em
conta muitos
fatores de
nossos méritos,
deméritos,
conquistas,
necessidades e
ligações com
outros
espíritos, visa
nosso bem, nosso
progresso.
Importante que
pesquisemos as
questões 258 a
273 de O
Livro dos
Espíritos,
até para
entender melhor
a questão.
O fato final,
porém, é que –
conforme afirma
o autor na obra
citada – “(...)
desejei mostrar
que ninguém está
perdido perante
a Lei Divina. O
pior criminoso
terá sempre
oportunidades de
se transformar e
de ser bom algum
dia,
conquistando
valores
ético-morais
(...)”,
fazendo-nos
ampliar a visão
de que as
adversidades que
nos atingem são
antes
professores ou
oportunidades de
aprendizado e
amadurecimento
ao invés de
serem castigos
de Deus. Não!
Absolutamente.
Vejamos nas
dificuldades
degraus de
aprendizado e
crescimento.
Mas, leitor
amigo, não deixe
de ler a obra.
Você vai
aprender muito.