O sopro glacial da adversidade e
o Espiritismo
A cada dia perdem vitalidade as desoladoras
negações do materialismo ateu
“Para apreciar toda a grandeza da Doutrina dos
Espíritos, é preciso ter sofrido.” Léon
Denis
Jesus não iludiu ninguém sobre o grande enigma
da vida com seus complexos e emaranhados
meandros. Ele foi muito claro ao declarar: “(...)
no mundo tereis aflições.” (Jo., 16:33.) “(...)
Os sãos não precisam de médicos” (Mateus,
9:12.)
Prevendo o calvário de dores em que se haveria a
humanidade Ele fez a promessa acerca da vinda de
outro Consolador que nos faria recordar
Seus ensinamentos e nos ensinaria todas as
coisas e que estaria em nós pelos séculos
vindouros. (Jo., 14:16.)
Só o doente valoriza a medicação curadora, visto
que a criatura saudável e feliz não pode ajuizar
a respeito. Assim, a feição consoladora do
Espiritismo é de vital importância para a
humanidade já que nos dias de hoje o sofrimento
tanto moral quanto material espalha-se de
maneira superlativa, e o homem estaria preso num
cárcere de dores acerbas, sem lenitivo e
esperança, não fosse a abençoada Doutrina dos
Espíritos.
Segundo Léon Denis1, “(...) as
pessoas felizes são sempre mais ou menos
egoístas e não podem compreender que fonte de
consolação contém o Espiritismo. Podem
interessar-lhes os fenômenos, mas para lhes
atear a chama interior, são necessários os frios
sopros da adversidade. Só aos Espíritos
amadurecidos pela dor e a provação as verdades
profundas se patenteiam em toda plenitude”.
A maioria das criaturas que atravessam pela
primeira vez os portais de uma Casa Espírita vêm
tangidos pela dor. Aí entra em cena “o
Consolador”, bálsamo divino a mitigar as
dores e clarear o entendimento, resultando na
resignação e na confiança em Deus.
Sob as bênçãos de Jesus e dos Espíritos
Benfeitores os quadros sombrios vão cedendo
espaço a horizontes risonhos e a reversão
opera-se gradualmente, ensejando o revigoramento
e a coragem para a luta do aperfeiçoamento.
Há um testemunho quase unânime prestado à
salutar influência que o Espiritismo exerce na
vida intelectual, moral e religiosa de seus
adeptos.
A cada dia perdem vitalidade as desoladoras
negações do materialismo ateu e as velhas
ortodoxias medievais que escravizaram as mentes
por milênios, acalentando a ignorância das
massas e aterrorizando-as com os suplícios e as
fogueiras.
O Espiritismo, bálsamo divino, empolga pela
simplicidade, beleza e evidência moral e
religiosa de seus ensinos. Realmente Ele é o “Consolador” prometido
por Jesus, materializando-se na Terra, para
atender e atenuar os sofrimentos humanos,
levando os seus profitentes na direção da
definitiva alforria espiritual que é a
felicidade sem mescla e a perfeição relativa.
Conclui Denis1: “(...) a minha
confiança e a minha fé, são alimentadas por
manifestações cotidianas; a vida se me desdobrou
numa existência dupla, dividida entre os homens
e os Espíritos. Considero, por isso, um dever
sagrado esforçar-me por difundir e tornar
acessível a todos os conhecimentos das Leis que
vinculam a humanidade da Terra à do Espaço e
traçam a todas as Almas o caminho da evolução
sem fim”.