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por Rogério Coelho

 

O sopro glacial da adversidade e o Espiritismo


A cada dia perdem vitalidade as desoladoras negações do materialismo ateu


“Para apreciar toda a grandeza da Doutrina dos Espíritos, é preciso ter sofrido.” 
Léon Denis[1]


Jesus não iludiu ninguém sobre o grande enigma da vida com seus complexos e emaranhados meandros.  Ele foi muito claro ao declarar: “(...) no mundo tereis aflições.” (Jo., 16:33.)  “(...) Os sãos não precisam de médicos” (Mateus, 9:12.)

Prevendo o calvário de dores em que se haveria a humanidade Ele fez a promessa acerca da vinda de outro Consolador que nos faria recordar Seus ensinamentos e nos ensinaria todas as coisas e que estaria em nós pelos séculos vindouros.   (Jo., 14:16.)

Só o doente valoriza a medicação curadora, visto que a criatura saudável e feliz não pode ajuizar a respeito. Assim, a feição consoladora do Espiritismo é de vital importância para a humanidade já que nos dias de hoje o sofrimento tanto moral quanto material espalha-se de maneira superlativa, e o homem estaria preso num cárcere de dores acerbas, sem lenitivo e esperança, não fosse a abençoada Doutrina dos Espíritos.

Segundo Léon Denis1“(...) as pessoas felizes são sempre mais ou menos egoístas e não podem compreender que fonte de consolação contém o Espiritismo. Podem interessar-lhes os fenômenos, mas para lhes atear a chama interior, são necessários os frios sopros da adversidade. Só aos Espíritos amadurecidos pela dor e a provação as verdades profundas se patenteiam em toda plenitude”.

A maioria das criaturas que atravessam pela primeira vez os portais de uma Casa Espírita vêm tangidos pela dor. Aí entra em cena “o Consolador”, bálsamo divino a mitigar as dores e clarear o entendimento, resultando na resignação e na confiança em Deus.

Sob as bênçãos de Jesus e dos Espíritos Benfeitores os quadros sombrios vão cedendo espaço a horizontes risonhos e a reversão opera-se gradualmente, ensejando o revigoramento e a coragem para a luta do aperfeiçoamento.

Há um testemunho quase unânime prestado à salutar influência que o Espiritismo exerce na vida intelectual, moral e religiosa de seus adeptos.

A cada dia perdem vitalidade as desoladoras negações do materialismo ateu e as velhas ortodoxias medievais que escravizaram as mentes por milênios, acalentando a ignorância das massas e aterrorizando-as com os suplícios e as fogueiras.

O Espiritismo, bálsamo divino, empolga pela simplicidade, beleza e evidência moral e religiosa de seus ensinos.  Realmente Ele é o “Consolador” prometido por Jesus, materializando-se na Terra, para atender e atenuar os sofrimentos humanos, levando os seus profitentes na direção da definitiva alforria espiritual que é a felicidade sem mescla e a perfeição relativa.

Conclui Denis1: “(...) a minha confiança e a minha fé, são alimentadas por manifestações cotidianas; a vida se me desdobrou numa existência dupla, dividida entre os homens e os Espíritos. Considero, por isso, um dever sagrado esforçar-me por difundir e tornar acessível a todos os conhecimentos das Leis que vinculam a humanidade da Terra à do Espaço e traçam a todas as Almas o caminho da evolução sem fim”.

 


[1] - DENIS, Léon. No invisível. 19.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2000, prefácio.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita