Aspiração
Cansei-me, enfim, Senhor, das grandezas terrenas!…
Verdugo, comandei por séculos sem data,
Da tirania cita ao fastígio sármata,
Das cidades do Nilo aos muros de Micenas…
Dos conselhos de Esparta aos galarins de Atenas,
A púrpura adornou meus brasões de ouro e prata…
Depois, rolei no pó da ambição insensata,
Das conquistas de Roma às iras sarracenas!…
Hoje, aspiro a olvidar o orgulho, o fausto, a glória,
Reencarnar-me e sofrer na carne transitória,
Aprendendo a ser brando, humilde e pequenino…
Quero dar-te, Senhor, entre os dons que procuro,
Um coração de servo em sentimento puro,
Nas preces virginais da crença de um menino!…
Do livro Poetas
Redivivos, obra
psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.