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por Ricardo Baesso de Oliveira

 

Felizes os que não viram e creram


Chico Xavier visitava, anualmente, a serviço, a cidade de Leopoldina, na Zona da Mata mineira, numa época em que trabalhava como auxiliar de escritório da Fazenda Experimental de Pedro Leopoldo, do Ministério da Agricultura.

Numa dessas visitas, esteve na Semana Espírita de Astolfo Dutra, distante 40 km de Leopoldina.

Nessa tradicional Semana Espírita, na parte da manhã, ocorre o que denominam Reabastecimento. Os confrades sentam-se em círculo, no pátio da Fundação Abel Gomes, abre-se o evangelho ao acaso, lê-se uma página, e todos comentam.

Naquela manhã, o texto calhado foi a passagem da mulher samaritana, que, junto ao poço, enchia seu jarro de água, quando Jesus se aproximou.

Os confrades iniciaram os comentários, mas, sempre que Chico ameaçava dizer qualquer coisa, alguém contestava:

- Você, Chico, fica para o final!

Muitos, então, teceram comentários: Astolfo Olegário, Carlos Imbassahy, Irtes Terezinha e outros. Ao final, quando só restava Chico Xavier, ele voltou-se e disse:

- Bom, só me resta dizer que o jarro era de barro. E, a seguir, teceu luminosos comentários em torno do tema.

Na localidade de Leopoldina, Chico aproveitava a oportunidade para participar da reunião pública semanal do centro espírita Amor ao próximo, e fornecia receitas mediúnicas aos enfermos.

Numa dessas reuniões, um médico recém-chegado da Inglaterra, muito descrente, introduziu o seu pedido em idioma inglês, certo de que provaria que Chico era um embusteiro.

A rapidez com que os Espíritos, pela mão do médium, escreviam as receitas não permitiu sequer que o médico percebesse o momento em que o seu pedido fora atendido.

Ao final da reunião, a secretária, ao entregar as receitas, chamou o médico para receber a sua. O doutor, admirado com a orientação, redigida igualmente em inglês, fez questão de lê-la, traduzindo-a para a plateia admirada:

- O irmão, que é médico, não precisa de receita médica, pois sabe qual a doença que tem e quais medicamentos precisa tomar, como cardiopata que é. Sua pior enfermidade, contudo, não é a cardiopatia, mas a descrença. 


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita