Os des(compassos) da vida
A Humanidade caminha de forma trôpega desvinculada do
verdadeiro sentido da vida. Absorta fortemente na vida
material, busca ardentemente amealhar bens como se
fôssemos proprietários de tudo que adquirimos.
Esquece que, em
realidade, nada nos pertence, conforme o nos lembra O
Evangelho segundo o Espiritismo, no cap. XVI:” Os bens
da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado,
não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador
mais ou menos íntegro e inteligente desses bens” (...).
Vale ressaltar as palavras do grande orador espírita
Divaldo Pereira Franco: ”O
que temos nós deixamos, o que somos nós levamos. Não
basta saber, é indispensável ser. O amor que se faz
apaga o mal que se fez. Vale a pena amar, o amor é alma
da vida."
Segundo o livro O Evangelho de Chico Xavier, de
Carlos Antônio Baccelli, item 7, temos: “A questão mais
aflitiva para o espírito no além é a consciência do
tempo perdido...” Essa assertiva leva-nos a um
questionamento: como estamos aplicando o nosso tempo?
Como criaturas perdidas no tempo e no espaço – agimos à
semelhança de uma nota dissonante na Orquestra Divina
direcionada para o bem –, na ilusão de chegarmos
à verdadeira harmonia e paz com o Criador. Exauridos
pelo tempo desperdiçado nas atribulações da vida,
seguimos rumo às dores e sofrimentos que nós mesmos
criamos.
Os sentimentos equivocados das vidas pretéritas
fustigam-nos na presente existência, consumindo nossas
energias que poderiam ser carreadas para aqueloutros
nobres que nos conduzirão para a paz interior. Se
direcionarmos esses potencias para as ações altruístas,
deixando egoisticamente de nos preocupar somente
conosco, chegaremos à consciência lúcida que nos
conduzirá para a prática da fraternidade com os nossos
semelhantes.
Apercebendo-nos de que a vida material é efêmera diante
da imortalidade do Espirito, haveremos de redirecionar
nossos pensamentos e comportamentos, que resultarão no
despertamento da Luz Divina adormecida em todos nós.
Por oportuno, referimo-nos ao que encontramos em Mateus,
5:16: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos
homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.
As enfermidades do corpo, as dores e sofrimentos
decorrem das imperfeições d´alma e, se buscarmos as
devidas correções, as consequências no corpo físico irão
desvanecendo... Contudo trata-se de um processo de
reeducação, em que a vontade, a fé e a
perseverança devem conviver conosco.
Conhecendo os postulados da Doutrina dos Espíritos e
assimilando seus ensinamentos iremos admitir que o tempo
é agora! Vivamos o presente envidando nossos melhores
esforços para o bem. Façamos uma nova história para o
amanhã que nos espera para colhermos os bons frutos
semeados. (Toda experiência, exitosa ou não, é fonte
de aprendizado.)