Velho e conhecido processo
Impressionou-me a atualidade da abordagem,
esquecida no tempo e nas páginas de um pequeno
livro, pouco conhecido. Dentre os textos –
apenas duas dezenas de capítulos – e depois da
metade do pequeno livro de 100 páginas,
encontramos o capítulo Velho processo.
O texto se refere à ilusão de posse, tanto de
poder como de volume de dinheiro, iniciando o
primeiro parágrafo e citando Judas, que se
deixou fascinar pela perspectiva de ganho e de
evidência pessoal. E assim tem sido em todos os
tempos: a sedução pelo fácil ganho, pelo domínio
sobre outros, pela evidência e autopromoção
pessoal. Fruto, claro, da imaturidade em que
ainda nos situamos, sempre buscando tirar
vantagens ou proveitos pessoais, sem pensar ou
considerar consequências, especialmente aquelas
que causam lesões variadas.
E, como destaca o autor, tais ocorrências não
ficaram circunscritas à época. Avançaram no
tempo e ainda estão conosco. Veja que atual
raciocínio:
“(...) Para que os judeus pudessem satisfazer
suas velhas ambições de domínio, sacerdotes e
anciãos, à custa de soma vultosa, compraram-nos,
capciosamente, transportando-os de uma situação
honrosa para o caminho negro da deslealdade
(...)”, referindo-se à obtenção de lucro fácil e
facilidades, a qualquer custo.
Que atualidade, meu Deus! Que vergonha que ainda
permanece conosco! Que identificação plena com
nossos dias da atualidade. E destaco outro
trecho:
“(...) Em todas as fases do Cristianismo, a
maioria dos trabalhadores recebeu a sugestão do
velho processo, e poucos aprendizes se portaram,
até o fim, superiores à sedução de muito
dinheiro (...)”. Ontem “(...) distribuíam-se
coroas, títulos, terras e prerrogativas (...).
Hoje, as coroas e as terras são escassos, mas os
títulos bancários e os privilégios políticos
funcionam muito bem (...)”. Meu Deus, repito,
que atualidade!
E continua o autor:
“(...) E basta que surja o discípulo preparado
ao serviço do Cristo, e aparecem logo os antigos
anciãos, em outras vestes, com as mesmas
propostas (...)”.
E como considera o autor, o verdadeiro apelo de
Jesus fica esquecido ou confundido nos
interesses movidos por paixões diversas. Por
isso a recomendação sempre recorrente da
vigilância, porque estamos todos sujeitos a
permanecermos adormecidos com “(...) a visão de
muito dinheiro.”.
Pois é.... Parece que nem é preciso dizer mais
nada. O processo é o mesmo, ainda continua em
uso, nas ilusões todas que aí estão.... Parece
que foi escrito ontem. Mas faltou o principal. O
livro é Levantar e Seguir, de
Emmanuel/Chico Xavier (edição GEEM).