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por Jane Martins Vilela

 

Presença do amor


Sê apóstolo da única religião que deve imperar no mundo: a Caridade, que é amor! Ama e serás forte! Ama e serás grande! Ama e serás justo!  (Jesus, em Memórias do Padre Germano)


Quanto mais sei, sei que nada sei.  Bem verídica essa asserção da antiguidade, solicitando o autoconhecimento e demonstrando humildade. Verdadeiramente sabemos pouco. Nossa maior batalha na atualidade é para amarmos um pouco mais, pois se nos desenvolvemos em ciência e ainda é pouco, perante os mundos mais adiantados e os conhecimentos que carregam, o que diríamos do amor, se o próprio Chico Xavier asseverou que em matéria de tecnologia tínhamos alcançado as estrelas, mas em matéria de sentimentos ainda estávamos na era das carroças!

Nossos sentimentos precisam se desenvolver. Não nos deixemos abater nessa grande luta que é a nossa própria transformação!

Jesus nos pede amor e precisamos atender ao amor. E esse amor ainda é muito pequeno no mundo que habitamos. Ainda há muito a aprender.

Um amigo, há cerca de dois meses, nos contou uma história que aconteceu com um primo dele. Estava ele com a família, num sinaleiro fechado em Londrina, quando uma senhora chegou perto vendendo panos de prato. Um rapaz, num carro ao lado, acenou para ela, mostrando-lhe um pacote de bolachas, para ela ir pegar. Quando ela o pegou, o sinaleiro quase abrindo, com muita vontade e fome, o saco estava vazio. O rapaz riu e saiu em velocidade com o carro, ao abrir o sinal. A mulher chorava.

Esse primo de nosso amigo ficou indignado ao extremo enquanto sua mulher e filhas choravam pelo ocorrido, tomando as dores da senhora que recebeu o pacote.

Sua primeira vontade foi de acelerar o carro, correr atrás do outro, cortar-lhe a frente, pará-lo e dar-lhe uma surra. Meditou um instante. Acalmou-se. Deixou o amor lhe falar. O que seria melhor? Então, optou por ir ao supermercado mais próximo, comprou 5 pacotes de bolacha iguais ao que ela tinha recebido e uma cesta básica. Chegou ao sinaleiro onde estava a mulher e lhe contou que tinha presenciado a situação. E que desejava compensá-la do mal que havia recebido.

Ela lhe disse: - O senhor viu como ele me humilhou? Ele respondeu: - Não ligue não. O mal que ele lhe fez acabou provocando um bem maior, pois você vai receber mais do que antes. Entregou-lhe os cinco pacotes de bolacha e a cesta básica.

Ela queria se ajoelhar no chão para agradecer e ele impediu.

Esse primo de nosso amigo já fez aprendizados de amor. O outro, que provocou o sofrimento, ainda tem que o fazer.

Não condenamos. Também nós estamos em aprendizado de amor e também já cometemos muitos erros. Jesus e nossos mentores os conhecem. Eles estão armazenados nos painéis de nossa memória espiritual. Concentrarmo–nos em amar mais deve ser a nossa grande tentativa desta encarnação; afinal, temos recebido muito.

Todos aqueles que trabalham pela caridade e pelo amor no mundo são discípulos de Jesus, não importa a religião que professem, ou mesmo não terem religião. O importante é ter a conduta de amar sempre. Para isso estamos aqui.

A pandemia que assolou a Terra, da qual estamos saindo, foi um verdadeiro ensino de amor aos homens. A fraternidade muito floresceu nessa época, mas ainda há muito o que aprender. Há que se aprender a mansidão, a não violência, a gentileza, a bondade, a ternura...

Lembrar como na história do Pequeno Príncipe, quando a raposa lhe disse que ele seria sempre responsável por aquele a quem cativou. Cativar é amar, sempre dando de si, um aprendizado que talvez levemos séculos para gravar em nós.

Nesse esforço de amor, lembremos João de Deus, pela psicografia de Chico Xavier, na mensagem Votos do Servo Cristão:

Jesus amado, auxilia

Meu anseio de progresso,

Sou teu servo, cada dia,

Outra graça não te peço,

Recuso o reino mesquinho

Do mal que ensombra e governa,

Sou grão de pó no caminho

De tua grandeza eterna.

Ofereço-me Senhor,

Com todo o meu Coração

Ao teu serviço de amor,

De paz e consolação.

Sublime e celeste amigo,

Se o charco lírios produz,

Eu quero seguir contigo

Na glória da Tua cruz.

Sou teu servo. Não disputo

Maior e mais santo bem.

Dou-me a Ti, cada minuto,

Hoje, agora, aqui, além...

Subirei montanha acima,

És meu credo e minha igreja,

Que o Teu amor me redima

Agora e sempre. Assim seja.

Esse esforço de amar, todos temos que tentar. Sejamos cristãos, principalmente nesta hora difícil de testemunhos por que passam tantos!

Na lembrança de Jesus, neste Natal que se aproxima, renovemos nossos votos de amor ao próximo, obedecendo a seu pedido: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei!

Que a cada dia o amor se aproxime mais de todos nós!

Que nossa vida seja um hino de amor a Deus, amando os nossos irmãos!

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita