O remédio amargo
Quantos de nós lamentamos e reclamamos das agruras da
vida? Será que em algum dia paramos para refletir sobre
o que nos faz "sofrer"? É preciso entender que somo
reféns de nossas consciências e também réus e juízes das
nossas transgressões às Leis Divinas. Quando alguém, por
exemplo, padece de alguma enfermidade, muitas vezes
reclama do remédio por ser "amargo".
Contudo, apesar dos possíveis efeitos colaterais que
possam advir, impõe-se o tratamento para que bens
maiores como o alívio do sofrimento, o alongamento da
vida almejados pelo enfermo, familiares e pela equipe
medica que o trata sejam alcançados.
Em cada processo reencarnatório acordamos com a
Espiritualidade Superior os encargos que deveremos
assumir em cada nova existência. A misericórdia de Deus
não permite que assumamos ônus que não possamos
suportar.
Assim, ao nos defrontarmos com os desafios que batem à
nossa porta, lembremo-nos de que se trata da colheita do
plantio inadequado de outrora...
Jesus afirmou, segundo Mateus 11:28-30, "Vinde a mim,
todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de
mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis
descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e
o meu fardo é leve".
Essa assertiva chega-nos como um bálsamo para que nossas
almas sejam fortalecidas na fé e esperança e, também
dando-nos a crença de que não estamos órfãos, e sim
amparados pelo Divino Mestre nos momentos de sofrimento.
Essa certeza nos impulsiona para vencer os desafios que
nos aportam no dia a dia.
Na caminhada comum a todos, precisamos valer-nos da
coragem, paciência e resignação que nos condicionam para
esses enfrentamentos. Sem a fé que nos remete adiante, o
que entendemos como sofrimento torna-se muito maior por
conta da nossa irresignação.
No livro Refúgio, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, pg.6,
encontramos: "Arquitetos do próprio destino, recolhemos
nas leiras do espaço e do tempo, a alegria ou a
flagelação, a felicidade ou o infortúnio, conforme o
nosso plantio de mal ou bem".
Nosso caminho é único em direção à perfeição relativa
que nos cabe alcançar. Porém muitos são desviados da
verdadeira trajetória valendo-se do livre arbítrio
utilizado de forma equivocada. A comodidade faz-nos
buscar a porta larga que ilusoriamente seria o caminho
mais fácil.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.
XVIII, Item 5, temos: "Larga é a porta da perdição,
porque são numerosas as paixões más e porque o maior
número envereda pelo caminho do mal. É estreita a da
salvação, porque a grandes esforços sobre si mesmo é
obrigado o homem que a queira transpor, para vencer suas
más tendências, coisa a que poucos se resignam". É o
complemento da máxima: "Muitos são os chamados e poucos
os escolhidos."
Precisamos rever e corrigir as práticas desconformes com
as Leis Divinas. Nas oportunidades reencarnatórias é que
teremos que suportar - o
remédio amargo -, representado pelas
vicissitudes que exigem o labor condizente com as
necessidades de reparação.
Por oportuno citamos o contido no livro Linha
Duzentos, pg.2, psicografia de Francisco Cândido
Xavier, pelo Espírito Emmanuel: "Reconhecemos que as
doutrinas religiosas, procurando a ligação da criatura
com o Criador, sempre que voltadas para o amor a Deus e
para o amor ao próximo, são respeitáveis e dignas das
diretrizes que promovem Em Doutrina Espírita, na qual
encontramos o Cristianismo Redivivo, para nós, a questão
é de caminho".
Conscientes dessa realidade cumpre-nos o esforço
contínuo para que ultrapassemos os desafios da vida,
perseverando e mantendo o foco naquilo que deveremos
conseguir. É nesse caminho com resignação e denodo que
venceremos. (Se queres saber o que serás amanhã, reflete
sobre teus pensamentos e atitudes de hoje.)
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