Valores e infância
Ensinar valores para os nossos filhos é importante.
Durante seu desenvolvimento, as crianças precisam
incorporar no seu cotidiano normas éticas e que as
ajudem a formar sua personalidade. Neste propósito, a
educação baseada em valores contribui para uma
socialização saudável e futura cidadania ativa,
respeitosa.
Há inúmeros valores, no entanto, há alguns que são
imprescindíveis desde o começo da vida.
Responsabilidade
Aprender desde cedo que os atos têm consequências, tanto
positivas como negativas, é essencial para que a criança
cresça determinada a responsabilizar-se por suas ações.
Para isso, os pais devem servir de exemplo em casa
cumprindo com seus deveres/tarefas e assumindo com
transparência seus equívocos.
Generosidade
A generosidade é um dos valores que ajudam a resolução
dos conflitos. Por isso, os pais devem dar exemplos aos
filhos. Em casa, você pode considerar aqueles brinquedos
que ficaram esquecidos no fundo do armário ou aquelas
roupas que não servem mais. Peça sempre auxílio ao seu
filho na hora de separar os itens que serão doados e
procure envolvê-lo na escolha de uma instituição ou
família que será beneficiada com as doações. Além de
estimular o desenvolvimento da generosidade, essa é uma
ótima oportunidade de realizar uma atividade em família.
Tolerância
Em um mundo globalizado, marcado pela diversidade, a
tolerância é um valor fundamental para ensinar as
crianças a criar uma sociedade sem preconceitos, baseada
na empatia, na conciliação, no respeito. Conhecer as
diferentes culturas, por exemplo, motiva o respeito pelo
diferente. Ainda, contar histórias ou incentivar a
literatura é uma das formas mais simples de fazer com
que a tolerância e a empatia sejam reforçadas na
infância. Por meio de livros de autores de diversas
partes do mundo, por exemplo, crianças podem vivenciar
diferentes situações, aprendendo a entender que a
diversidade marca natureza e sociedade.
Honestidade
A sinceridade é um valor essencial à vida em sociedade.
Ser honesto consigo mesmo fará que a criança, desde
cedo, compreenda que ninguém é perfeito, que estamos
sujeitos ao erro, mas, para nosso próprio bem, ser
sincero nos afasta das consequências nefastas das
mentiras.
É bastante comum, no entanto, que pais e mães confundam
quando a criança está mentindo ou fantasiando. A
fantasia é inconsciente, a criança não sabe que o que
está dizendo não é real. Já a mentira, por mais rasa e
frágil que seja, é pensada. É importante que o adulto
saiba distinguir as duas situações para não correr o
risco de criar o estigma de uma criança mentirosa,
quando, na verdade, é apenas uma fantasia, ajudando a
criança a diferenciar o que é real e imaginação.
No geral, crianças têm dificuldade de diferenciar a
fantasia da realidade até os cinco anos de idade. A
partir dos seis anos, já conseguem brincar com a
fantasia e criar, conscientemente, situações
imaginárias. Assim, a mentira se torna algo intencional
a partir dos sete anos, quando a criança já adquiriu
noções de valores sociais e sabe exatamente a diferença
entre verdade e mentira e quando a mentira pode
prejudicar o outro.
Como reagir à mentira da criança? O primeiro passo é
conversar. A criança precisa saber que está em um
ambiente seguro para compartilhar ideias, vontades e
pensamentos sem julgamentos. Essa conversa irá criar uma
abertura para que o adulto possa entender os motivos
daquela mentira. A partir disso, é possível estabelecer
juntos – ou explicar para a criança – os limites e
regras de convivência. Mas, se a primeira reação dos
pais for bater ou castigar severamente o filho, o
sofrimento e a desconfiança podem intensificar na
criança a tendência para a mentira. Em outras palavras,
não há problemas em repreender o seu filho que contou
uma mentira, desde que ele entenda de verdade o porquê
de estar sendo repreendido. O mais importante na hora de
repreensão é uma conversa sincera sobre as principais
consequências da mentira: ele pode até conseguir se
safar do castigo, mas a mentira quebra a confiança entre
vocês e magoa a todos os envolvidos.
Gratidão
As crianças devem conhecer o valor das coisas e para
isso é preciso inculcar nelas a atitude da gratidão.
Embora dizer obrigado seja algo natural para algumas
pessoas, quando falamos sobre crianças o hábito precisa
ser reforçado, valorizado e incentivado. Garanta, então,
que o seu filho agradeça sempre que necessário, a quem
quer que seja, e dialogue com ele sobre a importância de
reconhecer quando alguém oferece ajuda, presta um
serviço ou se mostra disponível.
Se possível, escreva com o seu filho três a cinco coisas
pelas quais vocês são gratos no dia: o sol, a visita de
um amiguinho, boas notas na escola, uma comida
gostosa... o exercício pode ser feito semanal ou
quinzenalmente, você decide!