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por Altamirando Carneiro

 

"Meu reino não é deste mundo"


Quando Pilatos perguntou a Jesus: "És o rei dos judeus?" Jesus respondeu: "Meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, a minha gente houvera combatido para impedir que eu caísse nas mãos dos judeus; mas, o meu reino ainda não é aqui".
Pilatos disse: "És, pois, rei?" Jesus respondeu: "Tu o dizes; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que pertence à verdade escuta a minha voz". 
Desta passagem do Evangelho de João, 18: 33, 36 e 37, conclui-se que quando Jesus disse que o seu reino não é deste mundo, ele se referiu à vida futura; quando ele disse que o seu reino ainda não é aqui, é que o seu reino só será realmente aqui, quando todos se amarem fraternalmente, independente da cor, raça ou religião de cada um. Enfim, conforme ele pediu: que amássemos uns aos outros, como ele nos amou; quando ele confirmou que é rei, compreende-se que se não é deste mundo o reino de Jesus, também na Terra tem ele uma realeza. O título que se dá aos reis da Terra se extingue com a vida, aqui. Porém, a realeza moral prolonga-se e mantém o seu poder, ou seja, governa após a morte. Esse é o caso da realeza de Jesus. 
Os judeus tinham ideias muito vagas a respeito da vida futura. Eles achavam que a observância às leis de Deus era recompensada com os bens materiais. Acreditava-se na ressurreição do corpo, quando é provado cientificamente que um corpo morto não pode reviver, a menos que o Espírito ainda esteja ligado ao corpo. Foi o caso das curas de Jesus através das ressurreições, quando os dados como "mortos" estavam em estado cataléptico, algo muito comum na época, quando as pessoas nesse estado eram enterradas quase que imediatamente. Foi o caso da ressurreição da filha de Jairo (Marcos, 5: 21-24, 35-43); do filho da viúva de Naim (Lucas, 7: 11-17) e de Lázaro. (João, 11: 1-46)
Com exceção dos saduceus, as demais classes religiosas da Palestina acreditavam na imortalidade da alma, mas não tinham ideias muito precisas de como isso poderia acontecer. O caso mais ilustrativo disso foi o do sacerdote fariseu Nicodemos, que procurou Jesus altas horas da noite e perguntou como ele poderia nascer de novo. Acaso ele teria que entrar, novamente, no ventre de sua mãe, para renascer? Jesus admira-se da ignorância de Nicodemos e, entre outras afirmações, diz: - Nicodemos, és mestre em Israel e ignoras essas coisas?(João, 3:1 a 12), uma prova evidente de que o assunto não era ignorado dos mestres de Israel e de que o processo de reencarnação do Espírito é uma realidade. Aliás, se não o fosse, Jesus o teria combatido.
O que Jesus não pôde explicar na época, devido à ignorância e pouca compreensão geral, o fez o Espiritismo, o Consolador prometido por Jesus. (João, 14:15 a 17-26) 
A palavra reencarnação foi determinada por Allan Kardec para designar o processo de evolução do Espírito através das diversas encarnações, processo que somente a Doutrina Espírita tem a explicação mais completa. 
Por tudo isso e pelas características do Espiritismo, a terceira revelação após Moisés e Jesus, é que os Espíritos respondem à pergunta de Allan Kardec, na questão 798 de O Livro dos Espíritos:

 

798. O Espiritismo se tornará crença comum, ou ficará sendo partilhado, como crença, apenas por algumas pessoas?
“Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê­lo, umas por amor­próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos.”
 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita