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por Luiz Guimarães Gomes de Sá

 

Sentinela das agruras


Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes.
 (Marcos, 11:24.)


No decorrer da vida deparamo-nos com fatos os mais variados e, muitos deles levam-nos ao sofrimento. Não raro encontramos pessoas com problemas bem mais sérios do que os nossos.  Essas criaturas amargam fortemente situações das mais angustiantes, principalmente quando se trata de saúde. De ordem física ou psicológica, os transtornos mostram-se por demais cruéis. Ao vermos o padecimento desses irmãos, poderemos aquilatar o grau de seus sofrimentos e, comparando com os nossos, não raro, descobrimos que não devemos dar tanta relevância, já que são bem menores do que aqueles que observamos.

A Doutrina dos Espíritos revela-nos a imortalidade do Espírito, sendo a reencarnação um processo de constante reeducação. Sem aquela estaríamos eternamente presos às algemas da “culpa” e o arrependimento de nada serviria. Contudo a reparação também se faz necessária, visto que é dessa forma que galgamos os degraus da redenção dos equívocos praticados. No Livro Plenitude, pg. 22, 13ª. Edição, Livraria Espírita Alvorada, 2022, psicografia de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis, temos: “A resignação dinâmica, isto é, a aceitação do problema como uma atitude corajosa de enfrentá-lo e resolver a sua causa, representa avançado passo para a sua solução”.

Muitas são as “agruras”, provas a que nos submetemos para exercitarmos a paciência nas horas difíceis. Ao admitirmos que a vida prossegue além-túmulo, chega-nos o alento de que as oportunidades que Deus nos oferece são infinitas, mercê da Sua Misericórdia para com todos. Encontramos no Livro dos Espíritos, questão 621: “Onde está escrita a lei de Deus? R - Na consciência.” A cobrança que recebemos é da nossa consciência que nos fustiga para que busquemos a correção necessária, tornando-se fator de inúmeros transtornos, como ansiedade, depressão, entre outros.

Desenvolvendo o autoconhecimento poderemos nos situar na forma como vivemos e avaliar nossas fraquezas e potenciais para a superação das aflições. No livro Fundamentos da Reforma Íntima, Editora O Clarim, 11ª Ed. 2011, pg.22, de Abel Glaser, pelo Espírito Cairbar Schutel, temos: “A persistência do indivíduo no descobrimento dos próprios defeitos ampliará consideravelmente o âmbito de possibilidades de êxito. Somente quem sabe os males que possui, pode curá-los. A ignorância é um sério entrave na renovação interior”.  No processo de “revelação interior” precisamos buscar amparo na perseverança, para que a motivação nunca nos falte diante dos percalços que encontraremos. Com o esforço continuo, lograremos êxito valendo-nos sempre da prece de cuja força não podemos prescindir. 

É nesse universo ainda desconhecido que iremos encontrar respostas condizentes com os nossos questionamentos. A inspiração nos chegará dos planos superiores, já que estamos sempre amparados pelos Espíritos do bem. No livro A Coragem da Fé, pg.5, da Casa Editora Espírita Pierre Paul Didier, psicografia de Carlos Baccelli, pelo Espírito Bezerra de Menezes, encontramos: “A oração modifica o tônus espiritual de quem, por vezes, não enxerga saída para os impasses da existência”. 

Tenhamos em mente que a oração deve estar sempre presente em nossas vidas como uma sentinela que fortalece a nossa Fé.  Ressaltamos ainda o contido no livro Pensamento e Vida, cap. 26, psicografia de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel, que diz:” Orar é identificar-se com a maior fonte de poder de todo o Universo, absorvendo-lhe as reservas e retratando as leis da renovação permanente que governam os fundamentos da vida”. (A escravidão do homem reside no seu estado de ignorância.)


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita