Estudai as próprias imperfeições
Kleber Halfeld, tarefeiro espírita de longos anos, da
cidade de Juiz de Fora (MG), mantinha um Posto de
Socorro Mediúnico na Casa espírita, dedicado ao
atendimento emergencial a pessoas com problemas
espirituais diversos. Uma tarefa de grande valor, onde
dezenas de pessoas eram atendidas, orientadas e tomavam
o passe.
Certo dia, perguntei a ele:
- De todas as pessoas que você atende, semanalmente,
quantas se curam de verdade?
Depois de pensar por alguns momentos, Kleber voltou-se e
disse:
- Muito poucas; no máximo cinco por cento.
Levei um susto e indaguei:
- Mas só isso, Kleber, um grupo tão homogêneo e tão
preparado como o seu? Apenas cinco por cento?
Ele voltou, concluindo:
- Quase todos melhoram muito. Mas voltam a piorar,
porque não fazem o que deviam.
A resposta do Kleber evoca o pensamento, aceito até
mesmo pela ciência oficial, de que somos, em grande
parte, responsáveis por nossas aflições e também pela
solução de muitos problemas. É claro que muita coisa não
depende de nós, e é aí que os livros de autoajuda se
equivocam. Mas, aqueles que procuram fazer a sua parte
levam óbvia vantagem sobre os outros.
Segundo o Espírito Emmanuel, o pensamento sombrio
adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo.
Conta-se que um garotinho procurava algo debaixo de um
poste, altas horas da noite. Um cidadão se aproximou,
perguntando:
- Perdeu alguma coisa, meu filho?
- Sim, moço, a chave de casa.
- Mas você perdeu a sua chave aqui, debaixo do poste?
E ele:
- Não, perdi no escuro, mas como aqui está claro,
procuro aqui.
Sobre nossa paz, nossa saúde e nosso estado de espírito,
é sempre oportuno examinar se estamos fazendo a nossa
parte, o dever de casa.
Esse dever consiste em deixarmos de procurar a solução
dos nossos problemas no claro, ou seja, fora de nós, nas
outras pessoas, e começarmos a procurar no escuro,
dentro de nós mesmos.
Com razão, advertiu Allan Kardec: Estudai as vossas
próprias imperfeições, a fim de vos desembaraçardes
delas.