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por Altamirando Carneiro

 

O Consolador prometido

Desde que a Humanidade existe, Deus envia à Terra mensageiros diversos, para instruir o Homem a respeito das Verdades eternas. Entre esses mensageiros, três Espíritos missionários se constituíram nas três revelações da Lei Divina.

A primeira dessas revelações foi Moisés, que veio à Terra no século XIII antes de Cristo. Na lei mosaica, distinguem-se duas partes: a Lei de Deus, os Dez Mandamentos, recebidos no Monte Sinai e a lei civil ou disciplinar, decretada por Moisés, para disciplinar o povo da época, que agia na base do olho por olho e do dente por dente.

A seguir, Jesus veio à Terra, com a determinação de dar cumprimento às leis, não as destruindo, mas dando a elas uma nova interpretação. Os Dez Mandamentos, Jesus simplificou em dois mandamentos principais: amar a Deus e amar também o próximo. E as leis criadas por Moisés, Jesus as transformou em leis baseadas da humildade, na caridade e no amor ao próximo.

Existem dois aspectos na passagem de Jesus na Terra: Jesus como o Mestre dos Mestres e Jesus como o Médico das Almas. Como o Mestre dos Mestres porque ele foi o maior de todos os mestres. E como o Médico das Almas, porque ele agiu como um verdadeiro médico, curando não apenas o físico, mas também a alma doente das pessoas necessitadas. 

Jesus ensinava por parábolas, histórias criadas nos diversos momentos em que tinha de dar um ensinamento, pois as parábolas constituíam um meio mais fácil de compreensão, para a época. Por isso, ele prometeu que, entrando na Vida Maior, pediria ao Pai a vinda de um novo Consolador, que ficaria eternamente conosco e nos ensinaria todas as coisas, dando a elas as interpretações devidas. 

Esse Consolador, o Espírito de Verdade, é a Doutrina Espírita, que veio, na época predita, cumprir a promessa de Jesus. O Espiritismo, pois, levanta o véu intencionalmente lançado sobre todos os mistérios, como também traz a consolação aos sofredores da Terra, atribuindo causa justa e fim útil a todas as dores. 

Consta que o ensinamento do Consolador prometido (João, 14:15 a 17 e 26) foi proferido no recinto onde se realizou a chamada última ceia, local denominado cenáculo, conforme o que está registrado no Evangelho de Marcos, 14:15, e de Lucas, 22:12. A palavra cenáculo está também registrada no livro Ato dos Apóstolos, 1:13. Cenáculo era, enfim, um salão construído em cima do andar térreo de uma casa.

Na resposta à pergunta 798 de O Livro dos Espíritos: O Espiritismo se tornará uma crença comum ou será apenas a de algumas pessoas? Allan Kardec diz, após a resposta dos Espíritos: "As ideias só se transformam com o tempo e não subitamente; elas se enfraquecem de geração em geração e acabam por desaparecer com os que as professavam e que são substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos princípios, como se verifica com ideias políticas. Vede o paganismo; não há ninguém, certamente, que professe hoje as ideias religiosas daquele tempo; não obstante, muitos séculos depois do advento do Cristianismo ainda havia traços que somente a completa renovação das raças pôde apagar. O mesmo acontecerá com o Espiritismo; ele faz muito progresso, mas haverá ainda, durante duas ou três gerações, um fermento de incredulidade que só o tempo fará desaparecer. Contudo, sua marcha será mais rápida que a do Cristianismo, porque é o próprio Cristianismo que lhe abre as vias sobre as quais ele se desenvolverá.

O Cristianismo tinha de destruir; o Espiritismo só tinha de construir".

Numa nota de rodapé do tradutor Herculano Pires, ele anota: "O transcurso do primeiro século do Espiritismo, a 18 de abril de 1957, veio confirmar plenamente essa extraordinária previsão de Kardec.

No primeiro século de seu desenvolvimento, o Cristianismo era ainda uma seita obscura e terrivelmente perseguida. Somente no fim do terceiro século atingiu as proporções de desenvolvimento e universalização que o Espiritismo apresenta no seu primeiro século. A marcha do Espiritismo se fez com muito mais rapidez, e sua vitória brilhará mais rápida do que se espera".


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita