Desconstruindo o Homem
Velho
Entre os preceitos da
Doutrina Espírita,
existe um dos mais
relevantes que propõe a
reforma íntima. Sugere
uma renovação de
atitudes, deixando para
trás antigos
comportamentos
arraigados, apreendidos
e internalizados.
Promove uma renovação de
conduta para com os
semelhantes e para
consigo próprio.
Essa renovação ocorreria
a partir de uma
reeducação de valores,
onde o indivíduo
desejando uma mudança de
comportamento promove
uma reeducação dos seus
sentimentos. Constitui
de uma forma homeopática
uma transição entre sua
antiga maneira de agir e
um novo formato que
deseja estabelecer.
Em outras palavras
poderíamos dizer que
está desconstruindo um
antigo modelo de
educação e valores
ultrapassados e
edificando em sua vida
um novo formato
emocional e cultural,
refinando seus
sentimentos e emoções no
trato com o semelhante.
O processo de educação
familiar, escolar e a
convivência no mundo são
fundamentais para ajudar
na transformação do
homem ao longo dos
séculos.
No livro A Caminho da
Luz 1,
psicografado por Chico
Xavier e ditado pelo
Espírito Emmanuel,
encontramos nos últimos
capítulos da obra
mudanças que ocorreram
no início da Idade
Contemporânea,
favorecendo grandes
transformações no campo
Cultural, Religioso e
Econômico. Essas
transformações
modificaram o conceito
de educação, assim como
a forma de perceber as
Ciências Naturais, como
a relação entre o poder
político dos reis e o
poder eclesiástico dos
bispos, cardeais e até
do papa.
Não é uma tarefa fácil,
pois depende de uma
tomada de decisão,
consciência, numa
mudança de foco ou de
vibração, entre antigas
emoções e novos valores
a serem apreendidos e
aplicados no nosso dia a
dia.
Chico Xavier em muitas
das suas obras
psicografadas e ditadas
por diferentes espíritos
convida o homem a
refletir com relação ao
seu comportamento diário
e aquilo que aprendeu
como certo e errado. Um
formato cultural,
pertencente a uma época
que já deveria ter
passado por uma
modificação, totalmente
ultrapassado.
A proposta de reforma
íntima ou transformação
moral vem sendo muito
divulgada pelas obras e
romances espíritas.
Representa também uma
oportunidade de reeducar
o homem velho que ainda
trazemos nos arquivos do
nosso inconsciente.
No livro Estante da
Vida 2 ditado
por Irmão X, encontramos
o cap. 35, em que
Humberto de Campos
procura nos mostrar que
o processo de renovação
que buscamos é um
movimento diário e
constante, que deve ser
praticado em contato e
no convívio com todas as
pessoas, pois representa
o autoburilamento das
nossas falhas,
paralelamente ao nosso
movimento de
amadurecimento do senso
moral.
Vamos crescer
espiritualmente em
contato com todas as
pessoas, e não isolados
delas, mas procurando
aprender como se
comportar na convivência
com elas, no que diz
respeito às diferenças e
na educação.
Teoricamente sabemos que
todos estamos neste
planeta com o objetivo
de promover nossa
evolução espiritual.
N’ O Livro dos
Espíritos 3,
no cap. II, perg. 132,
encontramos a resposta
para a pergunta que
sempre nos fazemos: Com
que objetivo Deus
propicia a encarnação
dos espíritos? “...com o
fim de fazê-los chegar à
perfeição. Para uns, é
expiação; para outros,
missão”.
Diante de tantos
desafios, nos resta usar
o bom senso e procurar
nos capacitar ao máximo
de informações que nos
ajudem a evitar cair nas
armadilhas da vida.
Situações mal resolvidas
que ainda carregamos nos
arquivos do nosso
inconsciente.
Poderíamos dizer que
desarquivar essas
informações dos
escaninhos da alma para
compreender o motivo das
nossas atitudes e
inclinações é algo
bastante complexo e
talvez irrelevante para
nossa evolução,
dependendo do nosso grau
de amadurecimento.
Segundo as orientações
dos espíritos o ideal é
fazer um trabalho
paralelo, na esperança
de conseguir uma via de
pista dupla: em uma
faixa procuramos
exercitar o amor ao
próximo e a caridade
para com os semelhantes
e na outra faixa, ao
lado, promover nossa
transformação pessoal,
íntima e intransferível,
em que ambos os
movimentos fluem ao
mesmo tempo e no mesmo
ritmo, se possível.
Nossas qualidades morais
pouco louváveis nunca
podem ser desculpas para
não exercermos a prática
do bem e da caridade. As
obras doutrinárias são
explícitas em afirmar
que devemos nos ajudar,
auxiliando o semelhante
ao mesmo tempo que nós
nos educamos. No dizer
da didática moderna, é
um processo transversal
de ensino/aprendizagem.
O homem aprende a amar a
natureza e o semelhante
na relação direta em que
compreende a importância
para sua vida.
A desconstrução do homem
velho se dá numa relação
inversamente
proporcional à
construção de um novo
homem, de adotarmos
novos valores e
exercermos a prática do
amor próximo e a
caridade para com todos
que cruzam nosso
caminho,
independentemente de
serem necessitados ou
não.
Referências:
1 -
Xavier, Francisco
Cândido; A Caminho da
Luz; Cap. XXIII -
Século XIX;
Cap. XXIV
– O Espiritismo e as
Grandes Transformações;
FEB.
2 -
_____, _______________; Estante
da Vida; Cap. 35 –
Sublime Renovação; FEB.
3 -
Kardec, Allan; Cap. II
– O Livro dos
Espíritos; FEB.
4 - Wikipédia (A
Enciclopédia Livre).
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