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por Nilton Moreira

 

Semblante de dor


Se nos ativermos a parar em um local de grande circulação de pessoas, principalmente em via com calçadão, e tirarmos um tempo para observar em cada uma das que transitam ao alcance de nossos olhos, podemos ter uma impressão dos problemas que cada pessoa apresenta.

Vários com semblante preocupadíssimo, angustiado, outros com problemas de locomoção às vezes com o corpo em desnível ósseo. Também alguns com a face em meio a doenças de pele, ou com o rosto deformado em razão de acidentes, além de alguns com deficiência visual, com grande incidência de pessoas que usam óculos de grau altíssimo. Vemos também muitos com bengalas ou andadores para apoio, embora ainda não tenham atingido idade avançada.

Apurando mais nossa análise vemos pessoas dormindo em meio a papelões sob marquises, enquanto alguns ingerem bebidas alcoólicas ou até se drogam. Muitos em desequilíbrio de conduta tentando aplicar golpes nos menos esclarecidos.

Se nos compararmos aos que desfilam à nossa frente ou que estão ao alcance do nosso olhar, concluiremos que nossos problemas não são tão graves assim. Nós nos entristecemos com os quadros que se apresentam, e nos convencemos que de fato estamos habitando um mundo onde ainda predominam as dificuldades e sofrimentos.

Realmente não podemos saber o porquê do sofrimento de cada um, mas sabemos que algo aconteceu anteriormente, pois que muitos transeuntes também passam apresentando aspecto normal, com semblante feliz, sorrindo ao se cumprimentarem mutuamente, bem verdade em menor número.

E vamos então procurando o entendimento através da religião que cada um professa, pois que algumas têm elucidações interessantes, e acabamos ficando com aquelas que nos ensinam que sofremos em razão de equívocos cometidos em vidas passadas, se é que nesta nada fizemos de errado para receber punição severa, porque somos espíritos eternos e se hoje sofremos é que existe uma causa anterior, pois vemos muitas crianças que sofrem e que, obviamente, nada nesta vida cometeram de errado. E dizer que sofremos por erros cometidos por nossos pais é transferir para outrem a responsabilidade, já que somos uma individualidade e respondemos pelos atos que cometemos.

Certamente, se procurarmos ser o mais correto possível nesta vida, obteremos o retorno das benesses em vidas futuras e desfilaremos pelas vias com menos semblante de dor.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita