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por Eleni Frangatos

 

Reflexões


Acordo cedo com o Sol e o chilrear dos passarinhos numa figueira reservada só para eles. O acordar sempre nos traz o que chamo de “ecos do passado”, às vezes doloroso para quem vive só.

Pensamentos, ideias nos perturbam e é preciso, às vezes, um esforço hercúleo para sair da proteção e aconchego de nossas camas.

Nossas conversas sempre trazem o tom de que o mundo está diferente, que não sabemos o que está acontecendo e é sobre isto que fico refletindo.

Este mundo continua exatamente igual ao que sempre foi. Momentos lindos e sublimes sempre que há uma luta para nossa sobrevivência e momentos ruins sempre que achamos que o mundo é apenas feito de pessoas ruins, e principalmente quando atacamos nossa juventude. Lembremo-nos de que a maioria de nós também foi tão atacada na nossa adolescência e até chamados de satânicos porque dançavamos o Rock and Roll e reverenciavamos Elvis Presley e Little Richard e usava-se o famoso lança perfume ou cheirinho da lóló, que era o must da época e hoje desbancado pela loucura das drogas modernas.

Tudo se repete a cada intervalo de uma geração. Havia pessoas que passavam outras para trás, havia gente jovem que fazia o bem, havia estupros, pedofilia, atos horrendos nas próprias famílias que eram abafados para o bem de todos menos daqueles que os haviam sofrido. Alguns padres e pastores e líderes de todas as religiões secreta e lascivamente abusavam das crianças, das meninas e meninos e adolescentes. Quantos filhos de padre há por aí...e o Vaticano apenas mandava o pedófilo para outra paróquia. Havia gente que morria de fome e de frio, gente rica pedante, soberba, podre por dentro, mas também havia gente rica fazendo o bem, havia traições, filhos que não eram daquele pai de família, amigo traindo amigo, em resumo, havia cafagestes e homens bons. Falava-se da vacina da polio, da varíola, e sobre os políticos? Esses nem se fala. Com raras exceções ou procuravam o controle do poder com seus egos inflados – sempre a megalomania - ou roubavam mesmo e usavam o cargo para se locupletarem, bem como suas famílias e compadres. Isto EM TODO O MUNDO.

Então, o que há de diferente que nos deixa nessa onda de depressão, de ansiedade e de tristeza, desconfiando de tudo e todos?

Reflitamos um pouco.  Recordem as invejas entre os filósofos Gregos, bem antes do aparecimento de Jesus. Recordem-se dos roubos e abusos dos Papas (vejam a série “Os Bórgias, do Papa Borgia com Jeremy Irons). Ali está tudo retratado. Vejam as guerras da Idade Média, as pestes, a falta de ética, o roubo, a ganância inata do ser humano, a inveja, as acusações que levavam à morte, os abusos de todo o tipo, o tratamento dado às mulheres. Os cavalos e asnos eram tratados melhor até porque necessários.

A diferença, meus Leitores, é que não só a população aumentou matemática, progressiva e proporcionalmente, mas também a MÍDIA!!! E ela precisa sobreviver e o povo devora o que não presta. A MÍDIA vive desse caos e fomenta e aumenta e propaga exaustivamente os detalhes mais íntimos e sórdidos e a maioria gosta e chafurda no sangue alheio, na dor alheia. Esta é a verdade a MÍDIA precisa vender a qualquer custo!

Assim também os sádicos que publicam FAKE NEWS.

Outra invenção da tecnologia: o celular, o maldito celular e pior, o terrível e perturbador WhatsApp. Aliás, ele tem suas vantagens incríveis profissionalmente e em termos de segurança também, mas em compensação o que se gasta de tempo inútil é altamente pernicioso para nossas mentes e corpos. De um cisco no olho, após ler algumas mensagens de a, b e c transformam o cisco num barrote do tamanho de um prédio de 20 andares ou mais. Todos dão pítaco sobre assuntos, conhecendo ou não todas suas nuances. Sentimo-nos importantes. E o nosso dia fica nublado, terrível, pesado, e carregamos nos nossos corações o medo, o risco e tudo nos apavora e nosso corpo responde com dores, falta de sono, comprimidos para ansiedade e ficamos limitados às mensagens múltiplas, não vemos se choveu se fez sol durante o dia.

Penso que está na hora de refletirmos que não é o que está acontecendo no mundo, neste Universo, que está ruim, MAS SIM O QUE NÓS ESTAMOS FAZENDO DE NOSSAS VIDAS.

Olhe mais para o céu e menos para o solo lamacento. Cuide de você  e saiba que neste Universo dual você pode ser predominantemente BOM ou MAU, porque você tem sua livre escolha, o livre-arbítrio. Só uma coisa você nunca será: TOTALMENTE BOM OU TOTALMENTE MAU. Haverá em você sempre a luta DUAL entre o BEM E O MAL. Habitue-se a isso e viva intensamente, porque a vida pode ser bela, mas será sempre muito curta. Ah, e pergunte-se: Por que será que caixão não tem gaveta?

 
 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita