Bênçãos do amor
Os estudiosos do Espiritismo cada vez mais nos
encantamos com a presença do amor em nossas vidas e do
amparo bendito da misericórdia divina, que jamais deixa
um de seus filhos ao abandono. Estamos sob a proteção
incessante de nosso amoroso Pai, cuja grandeza, dadas as
nossas imperfeiçoes, ainda desconhecemos.
Muito é dado ao espírita e muito será cobrado daquele
que muito recebeu.
A espiritualidade superior incessantemente nos exorta ao
bem e à bondade. Estimula-nos à fé e à perseverança em
suas comunicações amorosas e, compreendendo que todos
passam momentos difíceis, exorta-nos sempre à
observância da obediência e da resignação, compreendendo
que isso não é inoperância, mas sim atitudes que
significam trabalho incessante no bem e amor a Deus, na
certeza de que todos os acontecimentos difíceis são
temporários e representam degraus de subida para o
espírito imortal.
Temos conversado muito com pessoas de diversas religiões
e verificado que os fenômenos mediúnicos estão
crescentes, sempre na orientação para a paz e para o
amor.
Nestes dias, conversamos com uma senhora evangélica,
muito bondosa, que era cuidadora de seu vizinho de
idade. Ela o conheceu ainda menina. Ela e seu marido se
dispuseram a cuidar dele e seu marido era quase um filho
para o idoso, que não tinha filhos homens.
Há cerca de cinco meses seu marido lhe disse que ele
havia sonhado que Deus lhe dizia que o velhinho não
passaria de quatro meses ainda no mundo. É claro que
compreendemos que ele deve ter sido visitado por um
espírito amigo que o avisou em sonhos.
Redobraram os cuidados amorosos com o senhor idoso, que
dias antes dissera a ela ter visto uma luz tão forte no
quarto que iluminou seu quarto. Ele avisou, então, à
senhora que sua hora chegava, que não ficaria muito
tempo.
Encontra-se na UTI há alguns dias e os familiares e eles
estão aguardando sua desencarnação, compreendendo que
essa não tardará.
A senhora evangélica inclusive revelou ter conhecimento
da separação entre o espírito e o corpo, que em alguns é
muito fácil e em outros não. Bem disse o espírito de
Zéfiro a Allan Kardec, quando o esclareceu que não seria
o Espiritismo o futuro das religiões, mas sim, a
religião do Cristo que um dia iria imperar e que um dia
todos falariam a mesma linguagem. Estamos
aproximando-nos disso.
Quem nunca ouviu relatos como esse, da senhora que
conversou conosco? São inumeráveis. Pudemos ouvi-los
desde criança, quando ainda não tínhamos o conhecimento
espírita.
Crianças e idosos têm facilidade de intercâmbio com o
mundo espiritual. As crianças, com os amigos, invisíveis
aos adultos. Chegam a deixar lugar para eles, na mesa de
refeições. Depois, ao nascer um irmãozinho, muitas vezes
isso desaparece. Era um amigo espiritual. Velhinhos
conversam muito com aqueles que já partiram e vêm
visitá-los. São muitas vezes classificados como estando
tendo alucinações, em quadros de Alzheimer, pelos mais
desavisados, mas muitos já percebem que quando o idoso
começa a ver demais e conversar com eles é porque seu
momento de partir para o mundo espiritual está chegando.
Os amigos costumam vir, tornar-se visíveis a eles, que
já estão com os laços que os prendem à matéria mais
fragilizados, permitindo essa possibilidade.
Ainda nos lembramos dos acontecimentos ocorridos com
nosso querido pai, desencarnado há cinco anos. Na
véspera de sua internação hospitalar, aos 86 anos, ele
havia comido bem. Disse à cuidadora que a comida estava
uma delícia. Ele estava com uma pneumonia difícil, que
não estava melhorando com medicação. A cuidadora o amava
muito. Ficou feliz porque ele havia aceitado a
alimentação e gostado, pois nos últimos dias não estava
achando graça na comida. “Que bom”, disse ela a ele, “o
senhor está melhorando!”
Era uma sexta feira. Ele lhe respondeu simplesmente:
“Não. Você está enganada. Amanhã vou entrar em coma!”
Ela lhe replicou: “Que é isso, doutor!” (Ele era
médico). “O senhor vai ficar bom.” Ele redarguiu que
iria entrar em coma, que ele sabia.
No dia seguinte, ela achou que ele não estava bem. No
final da tarde, foi internado de emergência,
desencarnando na madrugada desse mesmo dia.
Deus foi maravilhoso, como sempre. Ele não ficou
sofrendo internado no hospital que ele mesmo havia
fundado. Ficou apenas algumas horas e desencarnou. Foi
muito bem recebido no mundo espiritual. Desde os
primeiros meses após sua desencarnação, temos notícias
de quanto ele está bem.
Pudemos, cinco meses após seu retorno ao mundo
espiritual, na véspera do dia dos pais, receber sua
visita amorosa e um beijo seu. A energia que sentimos
era de puro amor e então verificamos que ele estava bem
e nos tranquilizamos.
Tivemos relatos, depois, que ele fazia parte da equipe
dos médicos espirituais que estavam socorrendo, no mundo
inteiro, os milhares de desencarnados que voltavam,
vitimados pela pandemia da Covid.
A imortalidade e seus relatos estão-se intensificando. A
morte teve seus momentos de dor cerceados quando Jesus,
o mestre dos mestres, surgiu em meio a seus discípulos,
quando todas as portas e janelas encontravam-se
fechadas. A morte foi iluminada pela vida e pela certeza
do amor de Deus.
Passemos o conhecimento do amor de Deus e suas bênçãos
para as crianças. Elas necessitam ter esse suporte de fé
e a certeza do amor de Deus. Precisam crescer sabendo da
vida de Jesus e de seus ensinos. Precisam aprender a
orar, desde cedo. Isso lhes dará forças nas horas
difíceis e saberão testemunhar o amor, mesmo que entre
lágrimas, na preparação para o mundo de regeneração que
não tarda.
Relatos como o da senhora evangélica que ouvimos, e como
o de nosso pai, crescem cada vez mais. É momento de a fé
aumentar e do amor vencer na Terra. Essa certeza
sustentará os que passam por aflições, até que um dia
elas minimizem no planeta.
Como dizia João, o evangelista, quando bem idoso, em sua
igreja em Éfeso: Meus filhinhos, amemo-nos uns aos
outros!
Amemo-nos sim, pois o amor de Deus e suas bênçãos nos
sustentam. Tenhamos luz em nós e amor em nossos
corações!
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