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por Ricardo Baesso de Oliveira

 

Somos seguidos por nós mesmos


Tenho duas sobrinhas que são gêmeas idênticas: Júlia e Beatriz. Os gêmeos idênticos possuem os mesmos genes, vindos dos pais. No caso de Júlia e Beatriz, além dos mesmos genes, tiveram a mesma criação. Viveram no mesmo lar, com os pais e a irmã mais velha, frequentaram a mesma escola, nas mesmas salas, com as mesmas professoras. As coleguinhas eram as mesmas. Iam juntas às mesmas festas, à mesma médica, à mesma dentista, tinham as mesmas doenças comuns da infância.

Se nos guiarmos pelo que afirma a comunidade científica, Júlia e Beatriz deveriam ser pessoas iguaizinhas, pois herdaram os mesmos genes e sofreram as mesmas influências do ambiente. No entanto, Júlia e Beatriz, que hoje têm perto dos trinta anos de idade, são muito diferentes uma da outra.

Como explicar isso? Muito facilmente, quando admitimos o conceito da reencarnação. Embora possuam os mesmos genes e tenham recebido a mesma criação, elas são Espíritos diferentes. Cada um desses Espíritos traz a sua história pessoal, resultado das experiências que viveu em outros corpos, em outros locais,
convivendo com outros seres.

Um colega de caminhada me contou sobre seu filho. Desde bem pequeno, interessava-se profundamente por livros, revistas e leitura em geral. Todos os dias, trazia para casa um livrinho da biblioteca da escola. Lia no mesmo dia, devolvia para trazer outro no dia seguinte. Todos os anos, recebia, na escola, o prêmio de leitor número um. Nos aniversários, pedia de presente livros, apenas livros.

E o pai me disse:

- Ricardo, não dá para entender isso. Lá em casa, ninguém gosta de ler. Minha esposa e eu, nem revista lemos. Eu nunca consegui ler um livro de capa a capa. E esse menino desse jeito!

Um exemplo pessoal. Eu sou de uma família em que todos têm grande habilidade manual: meu irmão foi dentista, meu pai tinha uma letra perfeita, minha mãe sempre fez belíssimos bordados, e minha irmã também sempre foi muito hábil em trabalhos manuais. E eu? Um desastre desse ponto de vista: onde coloco a mão é uma tragédia. Quando bem pequeno, quase fui expulso da escolinha infantil, porque não conseguia fazer o numeral dois. Cresci
com uma letra tão ruim que, quando tinha dez anos, meu pai comprou cadernos de caligrafia e me obrigou a passar as férias de janeiro preenchendo os cadernos. Não melhorou nada.

A reencarnação nos faz compreender, além das diferenças que existem entre as pessoas, alguns fenômenos que parecem muito estranhos, e que, na verdade, podem ser explicados como reminiscências de reencarnações passadas.

Hernani Guimarães Andrade, um estudioso da doutrina espírita, já desencarnado, escreveu um livro denominado Reencarnação no Brasil. Nesse livro, ele apresenta oito casos de pessoas que se lembraram da última encarnação. Desses oito casos, três foram de crianças mortas muito jovens, que ficaram pouco tempo no mundo espiritual e reencarnaram na mesma família.

Um dos casos é particularmente curioso. Uma criança que, sempre que passava com os pais por certa avenida da cidade em que morava, sentia-se muito mal. Uma espécie de síndrome do pânico. Ela ficava pálida, suando muito, com dor no peito e muito medo. Um dia, ela se lembrou de que foi naquela avenida que ela morreu, na encarnação anterior, atropelada por um caminhão.

Outro caso curioso, contado por outro autor. Um menino que tinha pânico da escola. Nada fazia com que ele permanecesse no colégio. Foi visto que, na encarnação passada, ele havia falecido em um terrível incêndio acontecido na escola em que estudava.

Diante de tudo isso, ficamos pensando sobre o dia em que a ciência oficial passará a aceitar a doutrina das vidas sucessivas. Quantos mistérios humanos serão devidamente compreendidos, e como poderá intervir, mais eficazmente, na solução dos diversos transtornos mentais.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita