Somos seguidos por nós mesmos
Tenho duas sobrinhas que são gêmeas idênticas: Júlia e
Beatriz. Os gêmeos idênticos possuem os mesmos genes,
vindos dos pais. No caso de Júlia e Beatriz, além dos
mesmos genes, tiveram a mesma criação. Viveram no mesmo
lar, com os pais e a irmã mais velha, frequentaram a
mesma escola, nas mesmas salas, com as mesmas
professoras. As coleguinhas eram as mesmas. Iam juntas
às mesmas festas, à mesma médica, à mesma dentista,
tinham as mesmas doenças comuns da infância.
Se nos guiarmos pelo que afirma a comunidade científica,
Júlia e Beatriz deveriam ser pessoas iguaizinhas, pois
herdaram os mesmos genes e sofreram as mesmas
influências do ambiente. No entanto, Júlia e Beatriz,
que hoje têm perto dos trinta anos de idade, são muito
diferentes uma da outra.
Como explicar isso? Muito facilmente, quando admitimos o
conceito da reencarnação. Embora possuam os mesmos genes
e tenham recebido a mesma criação, elas são Espíritos
diferentes. Cada um desses Espíritos traz a sua história
pessoal, resultado das experiências que viveu em outros
corpos, em outros locais,
convivendo com outros seres.
Um colega de caminhada me contou sobre seu filho. Desde
bem pequeno, interessava-se profundamente por livros,
revistas e leitura em geral. Todos os dias, trazia para
casa um livrinho da biblioteca da escola. Lia no mesmo
dia, devolvia para trazer outro no dia seguinte. Todos
os anos, recebia, na escola, o prêmio de leitor número
um. Nos aniversários, pedia de presente livros, apenas
livros.
E o pai me disse:
- Ricardo, não dá para entender isso. Lá em casa,
ninguém gosta de ler. Minha esposa e eu, nem revista
lemos. Eu nunca consegui ler um livro de capa a capa. E
esse menino desse jeito!
Um exemplo pessoal. Eu sou de uma família em que todos
têm grande habilidade manual: meu irmão foi dentista,
meu pai tinha uma letra perfeita, minha mãe sempre fez
belíssimos bordados, e minha irmã também sempre foi
muito hábil em trabalhos manuais. E eu? Um desastre
desse ponto de vista: onde coloco a mão é uma tragédia.
Quando bem pequeno, quase fui expulso da escolinha
infantil, porque não conseguia fazer o numeral dois.
Cresci
com uma
letra tão ruim que, quando tinha dez anos, meu pai
comprou cadernos de caligrafia e me obrigou a passar as
férias de janeiro preenchendo os cadernos. Não melhorou
nada.
A reencarnação nos faz compreender, além das diferenças
que existem entre as pessoas, alguns fenômenos que
parecem muito estranhos, e que, na verdade, podem ser
explicados como reminiscências de reencarnações
passadas.
Hernani Guimarães Andrade, um estudioso da doutrina
espírita, já desencarnado, escreveu um livro denominado Reencarnação
no Brasil.
Nesse livro, ele apresenta oito casos de pessoas que se
lembraram da última encarnação. Desses oito casos, três
foram de crianças mortas muito jovens, que ficaram pouco
tempo no mundo espiritual e reencarnaram na mesma
família.
Um dos casos é particularmente curioso. Uma criança que,
sempre que passava com os pais por certa avenida da
cidade em que morava, sentia-se muito mal. Uma espécie
de síndrome do pânico. Ela ficava pálida, suando muito,
com dor no peito e muito medo. Um dia, ela se lembrou de
que foi naquela avenida que ela morreu, na encarnação
anterior, atropelada por um caminhão.
Outro caso curioso, contado por outro autor. Um menino
que tinha pânico da escola. Nada fazia com que ele
permanecesse no colégio. Foi visto que, na encarnação
passada, ele havia falecido em um terrível incêndio
acontecido na escola em que estudava.
Diante de tudo isso, ficamos pensando sobre o dia em que
a ciência oficial passará a aceitar a doutrina das vidas
sucessivas. Quantos mistérios humanos serão devidamente
compreendidos, e como poderá intervir, mais eficazmente,
na solução dos diversos transtornos mentais.