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por Rogério Miguez

 

A mente sã torna o corpo são


A visão materialista das ciências médicas sobre o funcionamento do corpo físico cria na população o entendimento de que para se obter saúde seria necessário tão somente usar os fármacos disponíveis desenvolvidos para atuar na região afetada pelo mau funcionamento orgânico - e são incontáveis -, e, quando necessário, em casos mais graves, submeter-se a cirurgias variadas visando à remoção da parte material do corpo momentaneamente adoecida.

Há também aqueles advogando ser possível evitar as doenças, ou por outra, retardar o aparecimento delas, pela ingestão de vitaminas, sais minerais e suplementos variados, usados com regularidade e nas quantidades adequadas.

Entretanto, há aqueles que já enxergam a nossa mente como poderoso agente capaz de criar doenças, sem que haja a necessária correlação entre a doença e a bagagem genética do indivíduo, causa comumente apontada como principal geradora das moléstias.

Em consequência, os doentes - e somos todos nós - nem sempre observam que podem ajudar sobremaneira o processo de reaquisição da saúde física, bem como podem evitar o surgimento de novas e variadas enfermidades aparecendo como resultado único da mente em desalinho. Como exemplo, o desespero inexplicável diante de fatos perfeitamente normais do dia a dia e comuns a quase todos os indivíduos. Bastaria mudar a conduta mental, a forma como se vive, disciplinando os pensamentos para se buscar os benefícios citados.

É fato que, embora alguns já vivam segundo esta rotina de pensar com calma e tranquilidade sobre os problemas da vida, sem desenvolver grandes tensões por conta dos variados acontecimentos do cotidiano, despreocupando-se com as coisas materiais, ou seja, dando o real valor aos bens perecíveis, não existe formação orgânica que deixará de desestruturar-se, ao longo do tempo, em função da dinâmica das transformações químicas.

Nossos corpos vão-se deteriorar, mais cedo ou mais tarde, pois o elixir da vida eterna, embora avidamente procurado pelos antigos alquimistas, ainda não foi encontrado e, até onde sabemos, não será descoberto, pois imortal é apenas o Espírito.

Sendo assim, precisamos desenvolver a compreensão de que possuímos a capacidade, embora relativa, de curarmos a nós mesmos.

A medicina é dádiva de Deus, não há dúvida, e precisa ser procurada por todos os doentes, entretanto podemos e devemos nos ajudar, com atitudes simples.

Não somos deuses, é incontestável, contudo, somos capazes de desenvolver processos internos que poderão levar-nos à cura, e até retardar o aparecimento de outras enfermidades.

A atitude mental, positiva, aliada à verdadeira fé, possui poderes ilimitados, dependendo do grau de intensidade com que aplicamos estas providências às nossas vidas. Não é prepotência, muito menos arrogância, é o resultado da compreensão e aplicação das leis divinas, pois elas existem para nos ajudar a alcançar a perfeição relativa. Afinal, quando Jesus promoveu a cura de diversos doentes, em algumas ocasiões Ele ensinou: A tua fé te curou! E ter fé é possuir atitude mental positiva.

Lembremos que alcançar a cura de nossas doenças não é o mais importante, afinal, se cremos em Deus, não podemos duvidar que as enfermidades surgem com um propósito justo. O real desafio é nos tornarmos saudáveis mentalmente, pois com mente equilibrada e preparada para enfrentar os reveses da vida, sejam quais forem, encaramos com tranquilidade qualquer situação, por mais contundente que seja.

Entendamos que a doença é um processo de advertência, uma lição, por isso não é recomendável entrar em desespero, muito menos se irritar com a vida, às vezes até acusando Deus de nos ter esquecido, ou dizer que não merecemos o atual sofrimento. Estas não são condutas construtivas, tampouco corretas.

A doença, eventualmente, pode representar uma bênção. Imaginemos uma pessoa portadora de cirrose hepática afirmando que, se não tivesse a doença, beberia até morrer! Esta doença, neste particular caso, é uma dádiva, e não um castigo, pois atua como um freio para condutas prejudiciais deste indivíduo. Aliás, jamais será castigo, mas sempre pronta resposta a comportamentos distanciadas dos postulados eternos, sejam oriundos de outras existências ou mesmo desta.

A cura do corpo físico não pode prescindir da melhoria moral do Espírito, caso contrário, a doença pode retornar. O binômio mente-corpo trabalha junto: o Espírito precisa do corpo biológico e esta ferramenta divina, para melhor nos servir, precisa ser bem tratada.

E para construir uma mente saudável, nada melhor do que estudar e entender a Doutrina Espírita. Ela pode com segurança indicar as mudanças que precisamos realizar. Manter a mente ocupada com bons pensamentos e propósitos é a chave para tornar o nosso corpo são e, como sabemos, o sentimento de religiosidade precisa também fazer parte de nossa individualidade.

Finalizando, busquemos igualmente os remédios imateriais, mas de resultados surpreendentes: fluidoterapia, água magnetizada, oração, vigilância e o estudo. Quem sabe, ainda nesta existência, teremos os efeitos das doenças que portamos atenuados e consigamos viver de bem com a vida.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita