A mente sã torna o corpo são
A visão materialista das ciências médicas sobre
o funcionamento do corpo físico cria na
população o entendimento de que para se obter
saúde seria necessário tão somente usar os
fármacos disponíveis desenvolvidos para atuar na
região afetada pelo mau funcionamento orgânico -
e são incontáveis -, e, quando necessário, em
casos mais graves, submeter-se a cirurgias
variadas visando à remoção da parte material do
corpo momentaneamente adoecida.
Há também aqueles advogando ser possível evitar
as doenças, ou por outra, retardar o
aparecimento delas, pela ingestão de vitaminas,
sais minerais e suplementos variados, usados com
regularidade e nas quantidades adequadas.
Entretanto, há aqueles que já enxergam a nossa
mente como poderoso agente capaz de criar
doenças, sem que haja a necessária correlação
entre a doença e a bagagem genética do
indivíduo, causa comumente apontada como
principal geradora das moléstias.
Em consequência, os doentes - e somos todos nós
- nem sempre observam que podem ajudar
sobremaneira o processo de reaquisição da saúde
física, bem como podem evitar o surgimento de
novas e variadas enfermidades aparecendo como
resultado único da mente em desalinho. Como
exemplo, o desespero inexplicável diante de
fatos perfeitamente normais do dia a dia e
comuns a quase todos os indivíduos. Bastaria
mudar a conduta mental, a forma como se vive,
disciplinando os pensamentos para se buscar os
benefícios citados.
É fato que, embora alguns já vivam segundo esta
rotina de pensar com calma e tranquilidade sobre
os problemas da vida, sem desenvolver grandes
tensões por conta dos variados acontecimentos do
cotidiano, despreocupando-se com as coisas
materiais, ou seja, dando o real valor aos bens
perecíveis, não existe formação orgânica que
deixará de desestruturar-se, ao longo do tempo,
em função da dinâmica das transformações
químicas.
Nossos corpos vão-se deteriorar, mais cedo ou
mais tarde, pois o elixir da vida eterna, embora
avidamente procurado pelos antigos alquimistas,
ainda não foi encontrado e, até onde sabemos,
não será descoberto, pois imortal é apenas o
Espírito.
Sendo assim, precisamos desenvolver a
compreensão de que possuímos a capacidade,
embora relativa, de curarmos a nós mesmos.
A medicina é dádiva de Deus, não há dúvida, e
precisa ser procurada por todos os doentes,
entretanto podemos e devemos nos ajudar, com
atitudes simples.
Não somos deuses, é incontestável, contudo,
somos capazes de desenvolver processos internos
que poderão levar-nos à cura, e até retardar o
aparecimento de outras enfermidades.
A atitude mental, positiva, aliada à verdadeira
fé, possui poderes ilimitados, dependendo do
grau de intensidade com que aplicamos estas
providências às nossas vidas. Não é prepotência,
muito menos arrogância, é o resultado da
compreensão e aplicação das leis divinas, pois
elas existem para nos ajudar a alcançar a
perfeição relativa. Afinal, quando Jesus
promoveu a cura de diversos doentes, em algumas
ocasiões Ele ensinou: A tua fé te curou! E ter
fé é possuir atitude mental positiva.
Lembremos que alcançar a cura de nossas doenças
não é o mais importante, afinal, se cremos em
Deus, não podemos duvidar que as enfermidades
surgem com um propósito justo. O real desafio é
nos tornarmos saudáveis mentalmente, pois com
mente equilibrada e preparada para enfrentar os
reveses da vida, sejam quais forem, encaramos
com tranquilidade qualquer situação, por mais
contundente que seja.
Entendamos que a doença é um processo de
advertência, uma lição, por isso não é
recomendável entrar em desespero, muito menos se
irritar com a vida, às vezes até acusando Deus
de nos ter esquecido, ou dizer que não merecemos
o atual sofrimento. Estas não são condutas
construtivas, tampouco corretas.
A doença, eventualmente, pode representar uma
bênção. Imaginemos uma pessoa portadora de
cirrose hepática afirmando que, se não tivesse a
doença, beberia até morrer! Esta doença, neste
particular caso, é uma dádiva, e não um castigo,
pois atua como um freio para condutas
prejudiciais deste indivíduo. Aliás, jamais será
castigo, mas sempre pronta resposta a
comportamentos distanciadas dos postulados
eternos, sejam oriundos de outras existências ou
mesmo desta.
A cura do corpo físico não pode prescindir da
melhoria moral do Espírito, caso contrário, a
doença pode retornar. O binômio mente-corpo
trabalha junto: o Espírito precisa do corpo
biológico e esta ferramenta divina, para melhor
nos servir, precisa ser bem tratada.
E para construir uma mente saudável, nada melhor
do que estudar e entender a Doutrina Espírita.
Ela pode com segurança indicar as mudanças que
precisamos realizar. Manter a mente ocupada com
bons pensamentos e propósitos é a chave para
tornar o nosso corpo são e, como sabemos, o
sentimento de religiosidade precisa também fazer
parte de nossa individualidade.
Finalizando, busquemos igualmente os remédios
imateriais, mas de resultados surpreendentes:
fluidoterapia, água magnetizada, oração,
vigilância e o estudo. Quem sabe, ainda nesta
existência, teremos os efeitos das doenças que
portamos atenuados e consigamos viver de bem com
a vida.