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por Rogério Coelho

 

Esforços de edificação para a vida espiritual

 

A perfeição está toda na prática da caridade absoluta.

 

“Mas a sabedoria que vem do Alto é primeiramente pura, depois pacífica, moderada tratável cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.” - Tiago, 3:17

 

O espírita cristão jamais deverá deixar-se mimetizar pelas faixas inferiores das vibrações onde medram os despautérios morais de vária ordem.

A Terra, ainda por alguns séculos, contada entre os Orbes expiatórios-provacionais, abriga em seus ambientes físico e espiritual, imensas hostes de Espíritos inferiores afeitos às camadas mais grosseiras e baixas do instinto. Consequentemente, os multifacetados desequilíbrios gerados nesse caldo social, tornam difícil e áspera, a vida de quem deseja emancipar-se de tal situação.

Árdua é a peleja porque tudo conspira contra quem anela os Cimos Resplandecentes da Espiritualidade Superior. Entanto, tais esforços são secundados pelos Amigos do plano espiritual que acorrem, solícitos, em nosso auxílio, tão logo notem nossos sinceros gestos de melhoria.

Há que se fazer ouvidos moucos ao “homem-velho”, a fim de que ele definhe por falta de nutrição mental, otimizando, por isso mesmo, o fortalecimento do “homem-cósmico-integral”, perfeitamente identificado com os imarcescíveis e eternos alvitres divinos.

Essa renovação caracterizar-se-á pelo acerto e equilíbrio dos pensamentos e ações, pelo fiel cumprimento da Lei de Amor e Justiça, pela prática incessante da verdadeira e desinteressada caridade na sua maior pureza e integridade, pela fé em Deus e na Sua bondade e sabedoria, submetendo-se-Lhe à vontade em todas as coisas, pela fé no futuro que não permite a preferência aos bens temporais e perecíveis em detrimento dos “tesouros dos Céus”; pela aceitação tácita - sem revoltas, resignado - de todas as dores que são as expressões variegadas das provas e expiações travestidas de mil e uma decepções que marcam a caminhada num planeta como o nosso, dores e decepções essas que, na verdade, são os corolários naturais de nossas defecções e desvios do passado; pela satisfação de esparzir benefícios a mancheias, prodigalizando consolações e enxugando lágrimas; pela erradicação do ódio, do rancor, do desejo de vingança e pelo perdão e esquecimento das ofensas tal como os exemplos deixados por Jesus... 

Um Espírito Protetor aconselha[1]: “(...) um sentimento de piedade deve sempre animar o coração dos que se reúnem sob as vistas do Senhor e imploram a assistência dos bons Espíritos.   Purificai, pois, os vossos corações; não consintais que neles demore qualquer pensamento mundano ou fútil.   Elevai o vosso Espírito àqueles por quem chamais, a fim de que, encontrando em vós as necessárias disposições, possam lançar em profusão a semente que é preciso germine em vossas Almas e dê frutos de caridade e Justiça.

(...) Sois chamados a estar em contato com Espíritos de naturezas diferentes, de caracteres opostos: não choqueis a nenhum daqueles com quem estiverdes.  Sede joviais, sede ditosos, mas seja a vossa jovialidade a que provém de uma consciência limpa, seja a vossa ventura a do herdeiro do Céu que conta os dias que faltam para entrar na posse da sua herança.

(...) Nada nunca façais sem pensardes em Deus, para que esse pensamento vos purifique e santifique os atos.

(...) Disse Jesus que a perfeição está toda na prática da caridade absoluta.

(...) Ditosos sede, segundo as necessidades da humanidade; mas, que jamais na vossa felicidade entre um pensamento ou um ato que O possa ofender.  Deus é amor, e aqueles que amam santamente Ele abençoa”.

ROTEIRO LUMINOSO

Através da abendiçoada mediunidade do nosso saudoso e amado Chico Xavier, Emmanuel elucida, com propriedade e sabedoria[2]: “(...) o Evangelho consubstancia o roteiro generoso para que a mente do homem se renove nos caminhos da espiritualidade superior, proclamando a necessidade de semelhante transformação, rumo aos planos mais altos... Renovar pensamentos não é tão fácil como parece à primeira vista. Demanda muita capacidade de renúncia e profunda dominação de si mesmo, qualidades essas que o homem não logra sem trabalho e sacrifício do coração. É por isso mesmo que muitos servidores modificam expressões verbais, julgando que refundiram pensamentos. Todavia, no instante de recapitular, pela repetição das circunstâncias, as experiências redentoras, encontram, de novo, análogas perturbações, porque os obstáculos e as sombras permanecem na mente, quais fantasmas ocultos.

Pensar é criar; e a realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para esforço de continuidade ou extinção...

Pleno de atualidade continua, ainda, o conteúdo da formosa carta do inolvidável Paulo de Tarso aos filipenses[3]: “(...) quanto ao mais, irmãos, tudo o que é puro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai!...”


 

[1] - KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. XVII, item 10.

[2] - XAVIER, F. Cândido. Pão Nosso. 17.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1996, cap. 15.

[3] - Paulo. Filipenses, 4:8.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita