Correio mediúnico

Espírito: Meimei

Mãe


Um dia, a Mulher solitária e atormentada chegou ao Céu e, rojando-se, em lágrimas, diante do Eterno Pai, suplicou:

— Senhor, estou só! Compadece-te de mim. Meu companheiro fatigado, cada dia, pede-me repouso e devo velar-lhe o sono! Quando triunfa no trabalho, absorve-se na atividade mais intensa, muita vez distraído, afasta-se do lar, onde volta somente quando exausto, a fim de refazer-se. Se sofre, vem a mim, abatido, buscando restauração e conforto… Tu que deste flores ao arvoredo e que abriste as carícias da fonte, no seio escuro e ressequido do solo, consagras-me, assim, ao isolamento? Reservaste a Terra inteira ao serviço do homem que se agita, livre e dominador, sobre montes e vales, e concedes a mim apenas o estreito recinto da casa, entre quatro paredes, para meditar e afligir-me sem consolo? Se sou a companhia do homem, que se vale de mim para lutar e viver, quem me acompanhará na missão a que me destinas?

O Senhor sorriu, complacente, em seu trono de estrelas fulgurantes e, afagando-lhe a cabeça curvada e trêmula, falou compadecido:

— Dei o mundo ao homem, mas confiarei a vida ao teu coração.

Em seguida, colocou-lhe nos braços uma frágil criança.

Desde então, a Mulher fez-se Mãe e passou a viver plenamente feliz.

 

Do livro Cartas do Coração, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita