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por Paulo da Silva Neto Sobrinho

 

Allan Kardec: o que os Espíritos falaram dele


1) Em Obras Póstumas, temos notícias de que em abril de 1856, na casa do Sr. Roustan, pela médium Japhet, Rivail teve a primeira revelação da sua missão:

“[…] Deixará de haver religião e uma se fará necessária, mas verdadeira, grande e digna do Criador… Seus primeiros alicerces já foram colocados… Quanto a ti, Rivail, tua missão é aí. (Livre, a cesta se voltou rapidamente para o meu lado, como o teria feito uma pessoa que me apontasse com o dedo.) […]. Ele, Rivail, virá em segundo lugar: é o obreiro que reconstrói o que foi demolido.”

2) Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI – O Cristo Consolador, em “Instruções dos Espíritos”, na mensagem do item 6, assinada pelo Espírito de Verdade, se lê:

“Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos e assistem os seus irmãos são bem-amados meus. Instruí-vos na preciosa doutrina que dissipa o erro das revoltas e vos mostra o sublime objetivo da provação humana. […] Estou convosco e meu apóstolo vos instrui. […].” (O Espírito de Verdade – Paris, 1861)

3) Na Revista Espírita de 1862, mês de abril, Kardec publica mensagens de Espíritos falando sobre a doutrina dos anjos decaídos, entre elas a do guia protetor do médium, Sr. Barão de Kock:

“[…] bem felizes aqueles que unirem fé a essas belas palavras, aqueles que aceitarão esta Doutrina escrita por Kardec. Kardec é o homem eleito por Deus para instrução do homem desde o presente; são palavras inspiradas pelos Espíritos do bem, Espíritos muito superiores. […].”

4) Temos registrado em Obras Póstumas que em agosto de 1863, numa mensagem a respeito da publicação do livro A Imitação do Evangelho Segundo o Espiritismo, um espírito, que não se identificou, disse a Allan Kardec a quem chama de Mestre:

“[…] Ao te escolherem, os Espíritos conheciam a solidez das tuas convicções e sabiam que a tua fé, qual muro de aço, resistiria a todos os ataques.

Entretanto, amigo, […] fica sabendo bem que foste feliz até ao presente, mas que é chegada a hora das dificuldades. […] Tenho, porém, fé em ti, como tens fé em nós, e sei que a tua fé é das que transportam montanhas e fazem caminhar por sobre as águas. Coragem, pois, e que a tua obra se complete. Conta conosco e conta sobretudo com a grande alma do Mestre de todos nós, que te protege de modo tão particular.”

5) Em A Caminho da Luz, Emmanuel refere-se ao Codificador, afirmando:

“[…] Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo baixa ao planeta, compenetrado de sua missão consoladora, e, dois meses antes de Napoleão Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o papa Pio VII a coroá-lo na igreja de Notre Dame, em Paris, nascia Allan Kardec, aos 3 de outubro de 1804, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus-Cristo.” (XAVIER, A Caminho da Luz)

6) Em Filosofia Espírita, o prefácio, datado de 19/11/1986, tem a assinatura do Espírito Bezerra de Menezes, que, entre outras coisas, disse:

Allan Kardec foi escolhido no mundo espiritual para a missão de selecionar as mensagens, coordená-las e dar algumas explicações para maior nitidez do livro de ouro da Doutrina Espírita. Quando o codificador do Espiritismo estava maduro para o grande empreendimento, veio Jesus em Espírito, nos planos da Terra, ter com ele, e o Mestre soprou em seus ouvidos um magnetismo divino, de modo que ele pudesse, com mais clareza, selecionar as mensagens para o conteúdo do livro em questão. Todo mês Ele voltava pessoalmente, se assim podemos dizer, renovando o sopro de luz no coração do seu discípulo. Com alguns minutos da presença do Divino Senhor, o gigante do amor e da sabedoria ficava renovado em sua estrutura de missionário. (MAIA, J. N. Filosofia Espírita, vol. VIII, Fonte Viva, 1989, p. 6, grifo nosso)

7) Em Obras Póstumas, encontramos:

“Fora da caridade não há salvação

Estes princípios, para mim, não existem apenas em teoria, pois que os ponho em prática; faço tanto bem quanto o permite a minha posição; presto serviços quando posso; os pobres nunca foram repelidos de minha porta, ou tratados com dureza; foram recebidos sempre, a qualquer hora, com a mesma benevolência; jamais me queixei dos passos que hei dado para fazer um benefício; pais de família têm saído da prisão, graças aos meus esforços. […].” (KARDEC, s/d)

“Eu não desprezo ninguém; lamento os que agem mal, rogo a Deus e aos bons Espíritos que façam nascer neles melhores sentimentos eis tudo.” (Viagem Espírita em 1862, Discurso I, Lyon e Bordeaux)

8) Na Revista Espírita 1861, pode-se confirmar que o próprio Kardec reconhecia o Espírito de Verdade como sendo o seu guia espiritual:

“Sim, senhores, este fato é não só característico, mas é providencial. Eis, a este respeito, o que me dizia ainda ontem, antes da sessão, o meu guia espiritual: o Espírito de Verdade.” (KARDEC, Revista Espírita de 1861.)


Conclusão

Se Allan Kardec foi racista, como advogam alguns confrades, devemos forçosamente concluir que a sua escolha como o missionário para a implantação do Espiritismo, cuja bandeira é “Fora da caridade não há salvação” e defende a liberdade e igualdade de todos os seres humanos, foi uma decisão infeliz de Deus, de Jesus e dos Espíritos Superiores. Eis aí a total falta de lógica dos espíritas desinformados, que se igualam aos detratores, se não os superam.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita