Allan Kardec: o que os Espíritos
falaram dele
1) Em Obras Póstumas, temos notícias de
que em abril de 1856, na casa do Sr. Roustan,
pela médium Japhet, Rivail teve a primeira
revelação da sua missão:
“[…] Deixará de haver religião e uma se fará
necessária, mas verdadeira, grande e digna do
Criador… Seus primeiros alicerces já foram
colocados… Quanto a ti, Rivail, tua missão é aí.
(Livre, a cesta se voltou rapidamente para o meu
lado, como o teria feito uma pessoa que me
apontasse com o dedo.) […]. Ele, Rivail, virá em
segundo lugar: é o obreiro que reconstrói o que
foi demolido.”
2) Em O Evangelho Segundo o Espiritismo,
Cap. VI – O Cristo Consolador, em “Instruções
dos Espíritos”, na mensagem do item 6, assinada
pelo Espírito de Verdade, se lê:
“Em verdade vos digo: os que carregam seus
fardos e assistem os seus irmãos são bem-amados
meus. Instruí-vos na preciosa doutrina que
dissipa o erro das revoltas e vos mostra o
sublime objetivo da provação humana. […] Estou
convosco e meu apóstolo vos instrui. […].” (O
Espírito de Verdade – Paris, 1861)
3) Na Revista Espírita de 1862, mês de
abril, Kardec publica mensagens de Espíritos
falando sobre a doutrina dos anjos decaídos,
entre elas a do guia protetor do médium, Sr.
Barão de Kock:
“[…] bem felizes aqueles que unirem fé a essas
belas palavras, aqueles que aceitarão esta
Doutrina escrita por Kardec. Kardec é o homem
eleito por Deus para instrução do homem desde o
presente; são palavras inspiradas pelos
Espíritos do bem, Espíritos muito superiores.
[…].”
4) Temos registrado em Obras Póstumas que
em agosto de 1863, numa mensagem a respeito da
publicação do livro A Imitação do Evangelho
Segundo o Espiritismo, um espírito, que não
se identificou, disse a Allan Kardec a quem
chama de Mestre:
“[…] Ao te escolherem, os Espíritos conheciam a
solidez das tuas convicções e sabiam que a tua
fé, qual muro de aço, resistiria a todos os
ataques.
Entretanto, amigo, […] fica sabendo bem que
foste feliz até ao presente, mas que é chegada a
hora das dificuldades. […] Tenho, porém, fé em
ti, como tens fé em nós, e sei que a tua fé é
das que transportam montanhas e fazem caminhar
por sobre as águas. Coragem, pois, e que a tua
obra se complete. Conta conosco e conta
sobretudo com a grande alma do Mestre de todos
nós, que te protege de modo tão particular.”
5) Em A Caminho da Luz, Emmanuel
refere-se ao Codificador, afirmando:
“[…] Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo
baixa ao planeta, compenetrado de sua missão
consoladora, e, dois meses antes de Napoleão
Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o papa
Pio VII a coroá-lo na igreja de Notre Dame,
em Paris, nascia Allan Kardec, aos 3 de outubro
de 1804, com a sagrada missão de abrir caminho
ao Espiritismo, a grande voz do Consolador
prometido ao mundo pela misericórdia de
Jesus-Cristo.” (XAVIER, A Caminho da Luz)
6) Em Filosofia Espírita, o prefácio,
datado de 19/11/1986, tem a assinatura do
Espírito Bezerra de Menezes, que, entre outras
coisas, disse:
Allan Kardec foi escolhido no mundo espiritual
para a missão de selecionar as mensagens,
coordená-las e dar algumas explicações para
maior nitidez do livro de ouro da Doutrina
Espírita. Quando o codificador do Espiritismo
estava maduro para o grande empreendimento, veio
Jesus em Espírito, nos planos da Terra, ter com
ele, e o Mestre soprou em seus ouvidos um
magnetismo divino, de modo que ele pudesse, com
mais clareza, selecionar as mensagens para o
conteúdo do livro em questão. Todo mês Ele
voltava pessoalmente, se assim podemos dizer,
renovando o sopro de luz no coração do seu
discípulo. Com alguns minutos da presença do
Divino Senhor, o gigante do amor e da sabedoria
ficava renovado em sua estrutura de missionário.
(MAIA, J. N. Filosofia Espírita, vol. VIII, Fonte
Viva, 1989, p. 6, grifo nosso)
7) Em Obras Póstumas, encontramos:
“Fora da caridade não há salvação
Estes princípios, para mim, não existem apenas
em teoria, pois que os ponho em prática; faço
tanto bem quanto o permite a minha posição;
presto serviços quando posso; os pobres nunca
foram repelidos de minha porta, ou tratados com
dureza; foram recebidos sempre, a qualquer hora,
com a mesma benevolência; jamais me queixei dos
passos que hei dado para fazer um benefício;
pais de família têm saído da prisão, graças aos
meus esforços. […].” (KARDEC, s/d)
“Eu não desprezo ninguém; lamento os que agem
mal, rogo a Deus e aos bons Espíritos que façam
nascer neles melhores sentimentos eis tudo.” (Viagem
Espírita em 1862, Discurso I, Lyon e
Bordeaux)
8) Na Revista Espírita 1861, pode-se
confirmar que o próprio Kardec reconhecia o
Espírito de Verdade como sendo o seu guia
espiritual:
“Sim, senhores, este fato é não só
característico, mas é providencial. Eis, a este
respeito, o que me dizia ainda ontem, antes da
sessão, o meu guia espiritual: o Espírito de
Verdade.” (KARDEC, Revista Espírita de
1861.)
Conclusão
Se Allan Kardec foi racista, como advogam alguns
confrades, devemos forçosamente concluir que a
sua escolha como o missionário para a
implantação do Espiritismo, cuja bandeira é
“Fora da caridade não há salvação” e defende a
liberdade e igualdade de todos os seres humanos,
foi uma decisão infeliz de Deus, de Jesus e dos
Espíritos Superiores. Eis aí a total falta de
lógica dos espíritas desinformados, que se
igualam aos detratores, se não os superam.